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CCXP | Olivier Coipel fala sobre a reformulação de Thor e mais

Artista também comentou sobre a possibilidade de trabalho de um trabalho autoral

06.12.2014, às 21H33.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

"Eu estava numa sala do tamanho dessa, com um monte de gente querendo mostrar a pasta pro diretor de arte da DC Comics. Aí, como tinha muita gente, eles fizeram um sorteio. Chamaram 50 números e o meu não. Fiquei amuado, num canto, enquanto todo mundo saía. O diretor de arte perguntou por que eu ainda estava ali e eu dei uma mentirinha branca: que tinha vindo da França só pra mostrar o trabalho, tinha viajado tanto... Ele abriu minha pasta, olhou meus desenhos. Aí olhou pra mim. Aí olhou pros desenhos. Aí olhou pra mim. Saímos daquela sala, descemos uma escada e ele foi me apresentar pra dois editores da DC. Disse pra eles: 'Deem trabalho pra esse cara em até duas semanas.'"

Foi assim que o Olivier Coipel contou sua entrada no mercado norte-americano de quadrinhos durante um painel solo no sábado da CCXP - Comic Con Experience. Coipel é realmente francês, mas na época da história acima - que aconteceu numa convenção nos EUA - morava em Los Angeles. Antes das HQs, ele era desenhista da Dreamworks e trabalhou em animações como O Príncipe do EgitoO Caminho para El Dorado.

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A ideia de trabalhar em quadrinhos veio da frustração com a animação, e acabou gerando uma carreira que passou por Legião dos Super-HeróisVingadoresX-Men, sagas da Marvel como Dinastia M e Cerco, e o trabalho mais lembrado pelos fãs brasileiros e mais discutido no painel: a reformulação de Thor ao lado do roteirista J. Michael Straczynski.

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"Eu achava animação ótimo, mas também era muito cansativo. Na minha opinião, não tem nada a ver com quadrinhos. Na animação, você se foca mais em criar movimento, e o que eu gosto é de desenhar, de refinar. Na animação você não termina o desenho, é só um sketch. E são 400 pessoas no mesmo projeto", contou o artista. "Mas talvez esse trabalho anterior tenha me ajudado em caracterização, em mostrar linguagem corporal."

Um fã perguntou se ele prefere trabalhar com roteiros mais detalhados ou mais abertos. Coipel disse que quase sempre trabalha com roteiros detalhados, mas fez um porém: "Lá no primeiro roteiro que eu recebi, logo na primeira página, eu me dei conta que não ia fazer exatamente o que se pedia. Porque eram, tipo, 10 personagens fazendo 10 coisas diferentes. Se eu fizesse tudo igual ia ficar chato, sem graça. Foi aí que eu saquei que a linguagem visual é tão importante quanto a linguagem escrita, e que a linguagem visual era a minha parte no trabalho. Independente de quem escreve o roteiro, sou eu que decido o que é certo na parte visual."

A única vez que ele trabalhou com um roteiro bastante aberto foi com o ícone dos roteiros sucintos: Stan Lee. "Era para uma HQ de 10 páginas e o roteiro que eu recebi tinha umas 10 frases. Eu perguntei pro editor: 'é mesmo pra eu criar só a partir disso aqui?' Mas fiz, e descobri que você acaba se envolvendo mais com a história. Toma mais tempo, mas é mais interessante."

O mediador Levi Trindade perguntou sobre as influências de Coipel: "Eu cresci na França na época em que o Moebius já era muito grande. Foi minha primeira influência. Depois vieram Katsuhiro Otomo, com Akira, e Marc Silvestri em X-Men e Wolverine. Silvestri foi o cara que me inspirou a faer quadrinhos."

Sobre a reformulação de Thor, um fã perguntou se deixar os asgardianos com dois metros e meio de altura tinha sido ideia dele. "Sim, foi ideia minha. Pediram para eu redesenhar os personagens. Fiquei pensando em como criar o contraste entre asgardianos e os seres humanos normais e achei que ia ser legal essa diferença de tamanho, de proporção, entre mortais e deuses." Coipel também foi convidado a desenhar algumas ideias para o primeiro filme do deus do trovão.

Sobre a possibilidade de ele fazer um trabalho autoral: "Vou fazer algum dia, mas agora tenho contrato de exclusividade com a Marvel. Acho que eu tenho espaço. Porém, acho que não sei escrever histórias. Queria um projeto com um roteirista onde eu pudesse me envolver bastante com a história, mas não criar tudo sozinho."

Curiosidade: Coipel atualmente mora entre Paris e Rio de Janeiro, e falou em bom português durante alguns momentos do painel. Mas quando um fã da plateia perguntou se ele era Vasco e Fluminense, o artista riu como quem não quer cair numa armadilha e disse que não tem time.

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