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Artigo

CCXP22 celebra excelência latina em edição histórica cheia de estrelas

Evento mais épico do ano reuniu centenas de milhares de nerds para dias inesquecíveis

Omelete
4 min de leitura
PH
05.12.2022, às 08H00.
Artistas no Palco Thunder by Cinemark Club da CCXP22

Créditos da imagem: Divulgação

Que a CCXP é épica e um divisor de águas para a cultura pop no Brasil não é novidade. Todo ano, o maior evento nerd do mundo reúne centenas de milhares de marvetes, dcnautas, gamers e otakus para celebrar o melhor que a fantasia pode nos oferecer. Em 2022, após dois anos longe do calor do público devido à pandemia do novo coronavírus, a CCXP22 chega com força para reunir todas essas tribos novamente em um evento recheado de estrelas e marcado pela excelência de grandes talentos latino-americanos.

O primeiro destaque do evento foi do astro Pedro Pascal, que apareceu de surpresa no painel de Mandalorian. O astro chileno tem uma vasta carreira na cultura pop, tendo interpretado de vampiro a cowboy futurista e até um caçador de recompensas interestelar. Um dos principais nomes de sua geração, Pascal tem um grande papel na representação latina em Hollywood. No sábado (3), o ator retornou ao São Paulo Expo para falar sobre a série The Last of Us, série que ele protagonizará no próximo ano.

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Outro nome que ganhou o holofote do público nerd foi o de Tenoch Huerta, que interpreta o personagem Namor no universo cinematográfico da Marvel. Huerta foi a principal voz da representação latino-americana em blockbusters — da mesma forma que seu personagem trouxe o tema à tona nas telas. “Entender o potencial cultural, social e histórico da América Latina é muito importante, e eventos como a CCXP, a maior conferência do mundo, são importantes para falar isso”, disse ele no Palco Thunder by Cinemark Club.

No painel, Huerta seguiu falando sobre a importância de atores latinos em grandes filmes hollywoodianos e elogiou o brasileiro Wagner Moura antes de citar seus colegas de MCU: “Ele é fantástico. Nós, artistas latinos, somos muito bons. Diego [Luna, mexicano] e Gael [Garcia Bernal, mexicano] também abriram muitas portas. Podemos fazer grandes papéis”. Citados por Huerta, Diego Luna estrela o filme Rogue One: Uma História Star Wars e a série Andor, do Disney+, enquanto Gael Garcia Bernal fez o horror noir do MCU, O Lobisomem na Noite.

Quem também trouxe a pauta racial para o centro do debate no Thunder foi o astro de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder. No painel do Prime Video, o ator porto-riquenho Ismael Cruz Córdova, que interpreta Arondir, falou em português e emocionou o público. “Não falo precisamente, mas eu gostaria de falar na sua língua”, começou. Ele falou sobre os ataques racistas que sofreu durante a campanha de divulgação da série — e agradeceu os fãs brasileiros dizendo que deles só recebeu amor.

Córdova falou também sobre a importância da capoeira para o personagem: “Eu treinei capoeira por dois anos. Não sou capoeirista, mas tenho muito respeito. Foi muito importante trazer essa tradição para o meu personagem”. Para completar, ele foi além explicando como o estilo de luta brasileiro afetou sua interpretação: “Sou o primeiro elfo negro, nunca havíamos visto um, e por isso nós nunca havíamos visto uma arte marcial negra no mundo da fantasia. Dizem que capoeira não é uma arte marcial, mas para mim, ela foi importante para trazer Arondir”. O ator utilizou os movimentos que aprendeu na capoeira para as cenas de luta do seu personagem.

E enquanto os jovens contaram o que estão fazendo para levar o orgulho latino mundo afora, um veterano passou pela CCXP22 para falar sobre o que ele fez durante seus mais de 50 anos de carreira. Perto de se aposentar devido a um problema na perna, Édgar Vivar, o Senhor Barriga de A Turma do Chaves, anda com certa dificuldade e deve passar por um procedimento que o colocará em repouso forçado por cerca de seis meses — e afastá-lo dos palcos.

No alto dos seus 73 anos, o ator recebe de bom grado o carinho dos fãs no Palco Thunder. “Vim muitas vezes para cá, sou praticamente brasileiro. Adoro a comida, a música, o futebol — e gosto de cobrar o aluguel. O seriado [Chaves] tem mais de 40 anos, a geração para a qual ele foi produzido já passou”, disse. “Agora novas gerações desfrutam disso. Muitos nem sabem que o Chaves e o Seu Madruga não estão mais aqui!”.

Além de veteranos e outros astros consagrados, a CCXP22 também recebeu artistas promissores da nova geração, como Xolo Maridueña e Jenna Ortega, que apesar de terem nascido nos EUA, têm ascendência latina. Sem representar o povo latino em si, eles levam a nossa história e cultura por todos os continentes. Xolo, por exemplo, está prestes a estrelar Besouro Azul, o próximo filme da DC que dará destaque à cultura latina.

Assim, com esse choque geracional, a CCXP22 joga luz no debate sobre a representatividade latina em Hollywood. Esses talentos, que agora estão no centro das atenções, têm o poder de mudar o status quo dos filmes estadunidenses, que adoram retratar países ao sul como comunidades pobres estouradas de filtro amarelo. Na CCXP22, nossos astros vieram provar que somos muito — mas muito — maiores que isso.

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