Blade Runner 2049 | Luta entre Harrison Ford e Ryan Gosling quase foi cortada
Editor conta que primeiro corte do filme tinha quatro horas
Joe Walker, editor que acompanhou Denis Villeneuve em A Chegada e Sicario: Terra de Ninguém, contou ao Provideo Coalition como foi o processo de montagem de Blade Runner 2049. Segundo ele, o primeiro corte do filme tinha quatro horas e, durante a edição, quase que a luta entre Harrison Ford e Ryan Gosling em meio ao show de hologramas não foi para a versão final.
"Essa sequência foi uma questão na sala de edição e provavelmente a maior e mais difícil para se trabalhar. Essa é a cena em que Deckard encurrala K na boate e aperta um interruptor que começa um show de holograma. Para dar noção da escala da operação, só naquela cena foram 21 cortes só na pré-visualização. Isso nos deu uma ideia sólida da música que teria ao fundo e um modelo para Roger projetar sua iluminação. Denis e a unidade principal, então, filmaram a cena de verdade com Deckard e K, com Ben Thompson no fundo como Elvis. Eles filmaram sem uma plataforma de controle de movimento. Tivemos o final de semana para freneticamente cortar esse material e então dividir tudo em partes para que pudéssemos voltar ao set com a segunda unidade e filmar todos os hologramas: Folies Bergere, a banda de Elvis, Liberace, Marilyn Monroe. Precisávamos acertar porque quando você corta de um ângulo para o outro, os dançarinos precisavam fazer seus saltos exatamente no mesmo ritmo enquanto se mantinham em sincronia com os efeitos de luz já filmados por Roger. É realmente difícil de atingir isso, tecnicamente. Acabei com dúzias de faixas de vídeo para cada ângulo e minha equipe temporária criou versões mais polidas."
A versão original do longa teve quase quatro horas e, para efeitos práticos, foi dividido em duas partes. "Essa divisão revelou algo sobre a história: são duas metades. Há K descobrindo seu passado que ele pensa ser verdade e a segunda metade, em que ele perde sua virgindade [risos]. Na manhã seguinte, é uma história diferente, sobre conhecer seu fabricante e, por fim, se sacrificar - "morrer é a coisa mais humana que fazemos". Curiosamente, as duas metades começam com olhos abrindo. Há um olho gigante abrindo na abertura do filme e o segundo, quando Mariette acorda e se esgueira pelo apartamento de K, no começo da parte 2 do primeiro corte. Brincamos com títulos para cada metade, mas rapidamente desistimos. Mas o que se mantém é que há algo como acordar do sonho nesse filme. Essa é uma escolha muito deliberada em termos de visuais, mas também o tipo de ritmo pelo qual eles estavam lutando no set e a sensação alucinante no corte - é o tipo de sonho onde você anda inexoravelmente mais perto da verdade".
Blade Runner 2049 está em cartaz nos cinemas.
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