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Batman - O Cavaleiro das Trevas - Visita ao SET (Parte 2)

Uma visita ao Batguarda-roupa e o encontro com o Batpod

15.07.2008, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H32

Leia a primeira parte da nossa visita ao set de Batman - O Cavaleiro das Trevas

Depois do almoço, era chegada a hora de mais entrevistas e mais voltas pelo set de filmagens.

O Batguarda-roupa

Batman - O Cavaleiro das Trevas

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Antes de falarmos com o diretor Christopher Nolan e Christian Bale (entrevistas que você vai ler aqui nos próximos dias), fomos bater um papo com a premiada figurinista Lindy Hemming (Cassino Royale, Tomb Raider, Harry Potter). Entre roupas da SWAT gothamita, máscaras de palhaço, a nova roupa do Batman e o terno roxo do Coringa ela contou o tanto que teve de trabalhar neste novo filme.

A palavra que mais ouvi durante o set e que é a mais importante para Nolan é "realismo". Quando o assunto é a roupa do herói, desde o primeiro filme, ele buscava ter uma armadura e não apenas uma roupa colante. Ele queria que ela tivesse utilidades além de proteger a identidade do Bruce Wayne. "Mas sempre mantendo a silhoueta, com as orelhas, a mandíbula e os ombros", reforça a figurinista.

"Nós queríamos abrir a série [com Batman Begins] já com uma nova armadura, mas tínhamos muitas preocupações e também queríamos que ele fosse o Batman que as pessoas estavam esperando. Por isso, uma das primeiras palavras em uma das primeiras reuniões do segundo filme foi ‘nós vamos redesenhar a armadura’", diverte-se Lindy.

E o que é interessante é que a atualização da armadura para O Cavaleiro das Trevas não é gratuita e nós acompanhamos os motivos que levaram o vigilante a incluí-la entre suas prioridades. Saiu de cena o neoprene limítrofe da aventura anterior para a criação de um traje leve e maleável, que utiliza matérias-primas e conceitos utilizados pelos pilotos profissionais de moto e o exército. Se a primeira armadura era dividida basicamente em três peças, agora são 120 componentes, que garantem mais mobilidade. Mas a mudança mais importante, ressalta Lindy, foi o pescoço. "O ator pode se mexer mais e por isso mesmo atuar melhor. Agora, tem um capuz que se junta ao capacete, mas que permite que nos momentos em que não está gravando, ele retire e fique confortável." Bom para Christian Bale, que sofre de claustrofobia e quase desistiu do papel quando experimentou a roupa pela primeira vez.

Mas pense comigo: o que chama mais atenção? Uma armadura escura ou um manequim vestido com um terno de risca de giz azulado, com colete verde, gravata cinza, sapato surrado e um sobretudo roxo? Naquela época, tínhamos visto apenas algumas poucas imagens de Heath Ledger vestido de Coringa. Já dava para sentir o peso do seu personagem e sua dedicação, mas não o caos que ele traria ao filme.

"O manequim que você está vendo não faz jus ao Coringa criado por Heath. Ele está maravilhoso neste papel. Icônico", alerta Lindy. "O casaco e as calças têm um estilo Vivienne Westwood. O terno azul por baixo é Carnaby Street, algo 60’s 70’s. O colete é verde liso. A gravata é bem anos 60, fina. Seus sapatos foram feitos em Milão, uns dois anos atrás e você pode ver que a parte da frente é um pouco levantada. Me pareceu algo perfeito para o Coringa. E a camisa eu achei uma igual àquela em um brechó e mandei criar um tecido com aquela estampa. É uma linda mistura de várias coisas diferentes. Tem um estilo punk, meio romântico, moderno - estilo Vivienne Westwood, Alexander McQueen."

Não é fã de Sex and The City e quer uma explicação mais direta? Então a própria figurinista detalha com outras palavras: "Minhas pesquisas iniciais sobre como seria o Coringa compreendiam imaginar como seria essa pessoa ou essas pessoas que se comportariam como o Coringa, se vestindo de uma forma bem incomum. Alguém que vestiria roxo. Nos inspiramos em tipos como Iggy Pop, Johnny Lydon, do Sex Pistols, Pete Doherty (ex-Libertines) e muitos outros nomes. Fiz uns quadros - e alguns deles estavam usando roupas coloridas - e mostrei para Chris e Ethan. A partir daquilo, não era difícil imaginar esse cara que descolore seu cabelo, que depois ganha aquela cor esverdeada, e que sofreu algum tipo de acidente que ele gosta de fantasiar. É um visual grunge, sujo." Entendeu?

Mas e o outro personagem novo, Harvey Dent (Aaron Eckhart)? "Há uma transformação durante o filme. Mas porque é um filme do Christopher Nolan, é algo com o pé na realidade. Não há um terno dividido em dois. É algo mais crível, dramático até", disse a figurinista tentando manter o segredo. O jeito então foi perguntar sobre as mudanças que existem entre as duas Rachel Dawes dos dois filmes. "Katie era mais nova. Ela estava deixando de ser criança junto com Bruce e se tornando uma advogada. Agora, ela já tem um poder, uma segurança própria", reflete Lindy, em seguida detalhando o que a influenciou: "Nos filmes, não queremos algo muito moderno. Tudo o que criamos tem como objetivo montar uma época atemporal. Conversando com Maggie, achamos um visual que mescla 1930s, 1970s em um tom moderno. Dolce & Gabbana faz isso direto. É um visual meio Annie Hall, uma mulher que tem de usar um terno no trabalho, mas decide usar um terno diferente, nada no estilo Banana Republic. E nem preciso dizer que Maggie é uma dádiva, alta, acho que tem 1,75 cm, magra..."

Antes de nos despedirmos da atenciosa Mrs. Hemming, tinha a obrigação de falar das máscaras de palhaço que se espalhavam por toda a sala, em caixas quadradas, expostas como se estivessem à venda. "Criamos cerca de 30 máscaras diferentes, mas é possível ver a mesma máscara no início e no fim do filme, sem saber se é a mesma pessoa que a está vestindo", diz. "De uma certa forma, eles não morrem, pois outra pessoa pode assumir a máscara e continuar o serviço. Isso traz uma certa ambigüidade sobre quem eles são. Não sei se você sabe como as máscaras funcionam em um ser humano... outro dia, um dos figurantes veio aqui experimentar uma roupa e quando ele colocou a máscara começou a se impor. Este é uma nova camada que incrementa o que é o Coringa".

Subir no Batpod não pode

A última escapada que demos pelo estúdio foi a mais curta, mas não menos interessante. Andamos até o canto oposto do prédio onde estavam rolando as filmagens e vimos algo coberto por uma capa de lona e, ao seu lado, o Cálice de Fogo. Sim, o próprio cálice de fogo que foi usado no quarto filme da série Harry Potter e que assim como os caminhões Wonka, estava apenas sendo guardado por lá. O motivo real de termos ido até aquele canto era o que estava escondido: o Batpod, veículo que mistura elementos do Batmóvel com uma moto.

A primeira coisa que me chamou atenção foi o tamanho dos pneus. Tive de alinhar minhas mãos em cima dele e medir: dois palmos e meio de largura! São os mesmos utilizados pelo Batmóvel. Em seguida vem a pergunta: como andar nisso? Você já deve ter visto fotos do veículo e sabe que o herói pilota o Batpod com a cabeça para frente, deitado de bruços. A posição é a mesma que nós já vimos no final de Batman Begins e aquela seqüência é a precursora deste "batmoto" anabolizada.

Sem estregar as surpresas, dá apenas para dizer que o Batpod é um dos veículos mais legais que você já viu o Cavaleiro das Trevas dirigir. Ele tem um canhão na frente, que ele usa para explodir paredes, e metralhadoras na parte de baixo, que também ajudam a abrir caminho. É um veículo de fuga utilizado em lugares estreitos.

A assistente de produção que nos acompanhou, ia explicando algumas características do veículo. "Ele tem suspensões fantásticas, é movido à gasolina e é muito desconfortável. Quem a dirige a maior parte do tempo é um dublê de motos que já quebrou todos os tipos de recordes, chamado Jean-Pierre Goy. Ele leva a máquina ao limite. E Christian também pilotou algumas vezes, claro."

Na hora em que ela ia cobrindo novamente o Batpod, veio aquela sensação de fim das férias. Cada centímetro do veículo que era coberto era como o sol indo embora, se escondendo atrás de uma montanha. A visita ao set estava chegando ao fim, mas tudo bem, pois eu tinha a certeza de que tinha me divertido muito por ali. Só espero que este texto em duas partes tenha sido melhor do que as redações "Minhas Férias" que as professoras pediam para a gente escrever quando voltávamos às aulas.

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