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Créditos da imagem: Warner Bros/ Divulgação

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Como Batman: o Cavaleiro das Trevas continua influenciando a DC nos cinemas

Depois de investir em universo interligado, estúdio deve voltar aos filmes independentes

Omelete
4 min de leitura
14.07.2018, às 14H13.
Atualizada em 21.09.2019, ÀS 12H24

Quando Batman - O Cavaleiro da Trevas chegou aos cinemas em 2008, era impossível prever o sucesso que ele se tornaria. Claro, o filme estreou após a morte de Heath Ledger, e isso gerou curiosidade em vários fãs que queriam ver a performance do ator como Coringa. Mas apesar de o vilão ser uma parte muito importante da produção, ela também se destacou por solidificar a era dos filmes de super-heróis “sombrios e realistas”.

No início dos anos 2000, o Homem-Morcego já tinha ganhado longas dirigidos por Tim Burton e Joel Schumacher, mas essas duas fases apostaram no tom aventuresco dos quadrinhos do herói e em vilões apresentados de modo cômico, como o Charada e o Duas-Caras de Batman Eternamente (1995). Mas Christopher Nolan tinha uma proposta totalmente diferente quando começou sua trilogia em 2005, com Batman Begins, e a ideia de mostrar heróis e vilões fundamentados no mundo real agradou público e  crítica.

Com 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e média de 4.4 no Letterboxd, Batman - O Cavaleiro das Trevas ultrapassou US$ 1 bilhão na bilheteria mundial e venceu dois Oscars em 2009. Parecia que esse era o caminho certo para tornar os filmes de super-heróis relevantes de verdade em Hollywood. Mas então por que a DC não conseguiu continuar essa fórmula com sucesso? Um dos motivos é explicado pelo próprio Christopher Nolan em entrevista ao Deadline em 2017: “[O tempo] é um privilégio e um luxo que os cineastas não têm mais. Acho que foi a última vez que alguém foi capaz de dizer ao estúdio ‘eu posso fazer outro, mas vai demorar quatro anos’”, afirmou Nolan sobre o tempo de lançamento entre O Cavaleiro das Trevas e O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012).

Harvey Dent em Batman: O Cavaleiro das Trevas

Harvey Dent: o herói que viveu o suficiente para se tornar vilão

Warner Bros/ Divulgação

“Há muita pressão com a agenda de lançamentos para permitir que as pessoas façam isso, mas criativamente é uma vantagem incrível. Tivemos o privilégio e a vantagem de nos desenvolvermos como pessoas e contadores de histórias, e então reunimos a família”. Olhando para o calendário do Universo Estendido da DC, é possível entender isso: Homem de Aço foi lançado em 2013; Batman v Superman - A Origem da Justiça estreou em 2016, o que é um bom tempo de produção, mas pouco para apresentar um novo Batman; Esquadrão Suicida é de 2016; Mulher-Maravilha em 2017 e Liga da Justiça chegou também em 2017.

Existe outra característica importante que diferencia O Cavaleiro das Trevas da proposta da DC: a trilogia do Homem-Morcego funciona por si mesma e não tem ligação com um universo maior. À princípio, esse caminho também poderia ser seguido pelo Superman com O Homem de Aço (2013), que teve sua história pensada por Nolan em parceria com o roteirista David S. Goyer. De acordo com o diretor, a ideia era mostrar um Superman mais relacionável com o público, exatamente como tinha sido feito com o Batman: “Foi a primeira vez que consegui conceber como seria abordar o Superman em um contexto moderno. Achei que era uma ideia realmente empolgante”.

Mas Nolan deixou claro na época que, apesar de trabalhar com dois heróis, ele não tinha a intenção de juntá-los nas telas, como a DC optou por fazer em Batman v Superman - A Origem da Justiça, que termina mostrando [spoiler] a morte do Homem de Aço: “Você precisa voltar para aquele elemento de ‘o que eu vejo quando fecho meus olhos e penso no Batman? O que eu vejo quando fecho os olhos e penso no Superman?’. E para mim, grande parte disso é a individualidade deles (...). São dois personagens muito diferentes, mas há um sentimento elementar de poder na iconografia desses personagens. Para mim, é por isso que originalmente eles funcionam sozinhos”.

Assim, após a DC anunciar seu calendário de lançamentos na San Diego Comic-Con de 2014, Jonathan Nolan  afirmou que ele e seu irmão não fariam mais parte do universo do estúdio nos cinemas: “Sinto que esse capítulo está fechado para nós”. Dos projetos divulgados na época, metade se concretizaram e outros foram alterados ou ficaram pelo caminho, como o longa solo do Flash, marcado originalmente para 2018, e a segunda parte de Liga da Justiça, prevista para este ano.

Christopher Nolan nos bastidores de Batman: O Cavaleiro das Trevas

Nolan nos bastidores de O Cavaleiro das Trevas

Warner Bros/ Divulgação

Com o resultado de Liga da Justiça nos cinemas (US$ 657 milhões), a DC começou a mudar sua estratégia para o futuro. Ao invés de continuar investindo em um universo interligado, o estúdio confirmou que Robert Pattinson é o novo Batman, assumindo o manto de Ben Affleck. Ainda não está confirmado se o herói encontrará outros nomes da DC no cinema, mas fica claro que a aposta é na apresentação de um herói jovem, que terá seu universo plenamente desenvolvido antes de entrar em algo maior. Com isso, não será surpresa se a DC começar a seguir um caminho semelhante ao que Nolan pensou e concretizou com O Cavaleiro das Trevas: cada herói totalmente desenvolvido em sua própria trilogia.

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