Muito antes de criar Uma Questão de Química, a nova aposta do Apple TV+ na televisão, o showrunner e roteirista Lee Eisenberg primeiro ouviu falar da história de Elizabeth Zott através da sua esposa — mas não demorou muito para que ele, como tantos outros milhares de leitores, entendesse o motivo de tanto entusiasmo. “Os diálogos saltavam da página! Li logo depois dela e a gente ficava recitando passagens um para o outro”, lembrou, em entrevista ao Omelete. “[O livro] era só tão inteligente, emocionante e divertido, ele passeava por todos esses tons de uma vez.”
Não é surpreendente que esta tenha sido sua reação. Isso porque a obra de Bonnie Garmus é tudo menos previsível, a começar pela sua premissa. Elizabeth Zott é uma química que, vítima de um ambiente de trabalho machista, clássico da década de 1950, se reinventa como apresentadora de um programa culinário. Porém, ela faz muito mais do que simplesmente ensinar receitas para as donas de casa. A cientista se aproveita da sua visibilidade para discutir e provocar seu público sobre os papéis sociais de homens e mulheres naquela época. “Como um contador de histórias, eu pensava ‘sei para onde a história vai’ e, quando ela desviava daquilo, eu sempre me empolgava”, admitiu Eisenberg.
Porém, a razão para que tenha decidido adaptar o romance como uma série foi mesmo sua protagonista. “Apenas me apaixonei por Elizabeth. Nunca tinha visto uma personagem como ela antes, tão confiante nas suas posições, que desafiava os poderosos e não levava desaforo para casa. Uma mãe incrível, com uma linda história de amor”, explicou.
A escolhida para viver sua Elizabeth Zott foi ninguém mais, ninguém menos que a vencedora do Oscar Brie Larson. A atriz se juntou ao projeto como produtora-executiva e, assim como a protagonista, impressionou as pessoas à sua volta. “Brie é capaz de ir a lugares bastante intensos e, então, quando você grita ‘corta!’, ela faz piada. Ela é capaz de mergulhar [na cena] e deixá-la para trás”, afirmou a diretora Sarah Adina Smith, que comandou os primeiros dois episódios. “Ela é incrível, porque, como atriz, fala sobre as entranhas do personagem, mas também é capaz de servir como produtora.”
Como no livro, a Elizabeth de Larson tem um ar moderno, enfatizando como a química realmente estava deslocada em uma época que limitava suas ambições e perspicácia. Este, inclusive, é o grande atrativo dos primeiros dois episódios da série, já disponíveis no Apple TV+. Trata-se de uma produção de época, mas que ecoa dilemas que encontram respaldo ainda hoje.
“Existiam limitações nas décadas de 1950 e 1960 em termos de tecnologia e conhecimento. Alguns dos avanços científicos que eles tentavam alcançar são coisas que seriam resolvidas 10 anos depois”, analisou Eisenberg, antes de apontar qual seria o segredo para chegar na atualidade da trama de Uma Questão de Química. “Sabe, lidando com luto, paixões e corações partidos, a ideia de baixar a guarda e deixar as pessoas te conhecerem… Conversamos muito sobre isso no começo, quando primeiro vemos Elizabeth e Calvin [Lewis Pullman]. E isso é algo que, para mim, soa universal. É uma história que pode ser contada em 1950, 2020 ou 2080.”
Além de Larson, a série conta ainda com Rainn Wilson, Kevin Sussman, Aja Naomi King, Ashley Monique Clark e Joshua Hoover.
Novos episódios de Uma Questão de Química são exibidos às sextas, no Apple TV+.
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