A tripulação de Murderbot (Divulgação)

Créditos da imagem: A tripulação de Murderbot (Divulgação)

Séries e TV

Entrevista

Elenco de Murderbot define série como DLC do livro: “Tudo que você ama e mais”

Omelete falou com tripulação que acompanha Alexander Skarsgard na série do Apple TV+

Omelete
9 min de leitura
31.05.2025, às 18H58.
Atualizada em 02.06.2025, ÀS 08H10

Os fãs de Murderbot que já conheciam os livros de Martha Wells antes da sua adaptação para a telinha pelo Apple TV+ já devem saber, mas vale frisar: na história deste androide treinado para matar, os seres humanos são tão importantes quanto o nosso protagonista cibernético.

Por isso, a pressão em cima de Noma Dumezweni (Mensah), David Dastmalchian (Gurathin), Sabrina Wu (Pin-Lee), Tattiawna Jones (Arada), Akshay Khanna (Ratthi) e Tamara Podemski (Bharadwaj), os atores escolhidos para compor a tripulação da PreservationAux, a expedição que contrata Murderbot, não era pequena.

"O leitor vai ter sua própria perspectiva enquanto lê, então como ator você só pode esperar que esteja fazendo jus à imaginação das pessoas, da melhor forma possível", comenta Dumezweni em conversa com o Omelete. "Espero que esta série leve as pessoas de volta aos livros. Esse é um dos meus grandes sonhos para este projeto", completa Dastmalchian.

A seguir, os atores refletem sobre as mudanças de Murderbot e o trabalho ao lado do astro e produtor Alexander Skarsgard. A primeira temporada da série segue em exibição pelo Apple TV+, com episódios semanais às sextas-feiras, até 11 de julho.

OMELETE: Olá, pessoal! Sou o Caio, do Omelete, no Brasil. Prazer em conhecê-los!

DASTMALCHIAN: Olá!

DUMEZWENI: Olá, Caio, muito prazer!

PODEMSKI: Prazer em conhecê-lo também!

KHANNA: Muito prazer, Caio.

JONES: Prazer em conhecê-lo!

WU: É ótimo conhecê-lo.

OMELETE: Pessoal, eu preciso dizer que, como grande fã dos livros, fiquei muito animado quando o elenco da série foi anunciado - parecia uma escalação perfeita. Vocês também eram fãs do material original? O que pensaram quando foram escalados?

DUMEZWENI: Tenho que admitir, Caio, eu não sabia nada sobre os livros. Falha minha! Só depois que fiz o teste descobri que Paul e Chris [Weitz, criadores da série] tinham feito uma adaptação maravilhosa da criação de Martha Wells. Eles foram realmente primorosos na construção de mundo, porque os livros são totalmente em primeira pessoa, e eles precisaram preencher em torno disso. Eu já tinha adorado o que eles fizeram, então minha alegria foi finalmente descobrir os livros de Martha agora. Como é que você diz, David?

DASTMALCHIAN: Eu chamo de ‘o poço de Wells’ [uma brincadeira com a palavra ‘well’, que em inglês também pode significar ‘poço’]. A imaginação de Martha é como um poço infinito de oportunidade para criarmos esses personagens, e para Chris e Paul adaptarem em outro formato. É simplesmente um presente incrível. Ela é tão talentosa, e os fãs dela já sabem disso - você é um deles, então já está consciente do que ela faz. Nós passamos a entender depois, e estamos animados para compartilhar o brilhantismo dela com o mundo. Espero que esta série leve as pessoas de volta aos livros. Esse é um dos meus grandes sonhos para esta série, que as pessoas gostem o suficiente para quererem ler os livros.

WU: Quando fiz o teste, nem sabia qual era o projeto, tudo era muito secreto. Só depois de conseguir o papel que descobri sobre os livros de Murderbot, e imediatamente li All Systems Red e Artificial Condition [os dois primeiros volumes da saga]. De primeira, acho que pensei: "Bom, eu sou bem cabeça-quente e direte, consigo ver como isso se encaixa bem [com Pin-Lee]". Mas definitivamente fiquei nervosa também, principalmente porque não achava que alguém ia acreditar que eu era um advogade, e tinha uma esposa. Fiquei nervosa sobre ser fiel à personagem… espero que a versão da série de TV honre o livro, mas também traga algumas qualidades minhas. Espero que as pessoas sintam que é uma versão expandida de Pin-Lee.

JONES: Você foi um ótime advogade, e um ótime parceire.

WU: Eu seria um péssime advogade na vida real, mas agradeço. Incrível amante, é claro.

JONES: [Risos] Sim, claro. Mas foi o mesmo para mim, eu fui apresentada aos livros através do teste para este projeto. Li o primeiro, e depois mergulhei fundo nas continuações, porque não conseguia parar. Leitura compulsiva é algo que existe? Se sim, eu li esses livros compulsivamente, e não me arrependo de nada. Ajudou muito a sustentar o mundo que estávamos desenvolvendo, que Chris e Paul desenvolveram a partir do trabalho de Martha. Os três estavam colaborando muito intensamente, então foi um presente ter todas essas vozes presentes enquanto eu criava Arada, e enquanto criávamos a relação entre Arada e Pin-Lee.

OMELETE: Pois é, a relação entre Arada e Pin-Lee é uma das maiores mudanças em relação ao livro. Vocês ficaram surpreses com o caminho que seguiram com essas personagens? E houve alguma cena que marcou mais vocês?

Noma Dumezweni como Mensah em Murderbot (Divulgação)
Noma Dumezweni como Mensah em Murderbot (Divulgação)

WU: Não sei se fiquei surprese, mas fiquei animade. Acho muito interessante, como alguém que já navegou relacionamentos não-monogâmicos, como essa parte da série parece tão real.  Há alguém que está focado no contrato, fazendo os acordos, pensando que pode controlar tudo. E há alguém que é o espírito livre, tipo: "Só quero espalhar meu amor por aí". Isso faz todo sentido para a série, ter esses personagens passando por essa jornada. E sinto que isso nos deu maneiras de vê-les fora de sua zona de conforto.

JONES: Sim, e o ambiente no set era ótimo, com Sabrina e Akshay. Houve momentos orgânicos maravilhosas, que aconteceram na hora, como resultado da química entre nós. Sem contar que atuamos naquele mundo incrível, com os cenários realmente estando lá, pelo menos na maior parte do tempo. Acho que foi uma ótima adição... como você chamou? Uma expansão?

WU: Sim, sempre digo que é uma versão expandida de All Sysems Red.

JONES: Sim, a faixa bônus. A versão do diretor. Todas as coisas que você ama no livro, e mais algumas outras muito boas!

OMELETE: É o DLC de All Systems Red, para todos os gamers por aí.

WU: Exato, sim. Essa é para todos vocês na Twitch! [Risos]

OMELETE: Noma, eu senti que Mensah se mostra muito mais vulnerável na série do que nos livros; e David, o trauma de Gurathin é muito mais explorado. Vocês ficaram surpresos com as mudanças?

DASTMALCHIAN: Não fiquei surpreso, fiquei grato. Quero dizer, há tanta profundidade no personagem, tantas camadas, ele é como um bolo finamente elaborado - tem mais e mais sabores por baixo. E isso é verdade sobre toda a tripulação, então quando eles conseguem se conectar entre si, fica mais significativo.

DUMEZWENI: Sim. E, novamente, tudo para mim volta ao que Paul e Chris fizeram. Você, como fã dos livros, pensa: 'Eu adoro essa Mensah'. Ela já está lá, no que a Martha escreveu, mas nós conseguimos trazê-la à tona de uma maneira mais, digamos, 3D. Mas, como em toda narrativa, o leitor vai ter sua própria perspectiva enquanto lê, então como ator você só pode esperar que esteja fazendo jus à imaginação das pessoas, da melhor forma possível. Eu estou aqui a serviço da imaginação dos criadores desta série, e com a permissão do poço de Wells.

OMELETE: Akshay, sinto que Ratthi é uma presença discreta no livro, mas certamente não é o caso na série. Isso foi uma surpresa para você, quando leu? Como você vê esse personagem dentro da dinâmica da tripulação?

KHANNA:Foi um pouco surpreendente, sim, porque quando li o roteiro do primeiro capítulo não tinha certeza de quanto espaço ele teria nos episódios seguintes. Aí li os livros, e depois fui aos fóruns de discussão de fãs, e percebi que todo mundo realmente amava aquele personagem. Acho que ele empresta um pouco de leveza e comédia ao tom da história, e isso faz dele uma parte integral do grupo.

Mas acho também que a série dá um bom destaque para todo mundo. Você realmente consegue conhecer e se afeiçoar a todos os personagens, e acho que isso é muito importante, porque somos um elenco grande.

OMELETE: Isso é verdade. Tamara, Bharadwaj também tem um papel mais ativo na série do que no livro, ela se recupera mais rápido de seus ferimentos e ganha o papel de médica do time. Você ficou feliz por essa mudança? E o que mais te animou ao receber o papel?

Tamara Podemski como Bharadwaj em Murderbot (Reprodução)
Tamara Podemski como Bharadwaj em Murderbot (Reprodução)

PODEMSKI: Sim, acho que foi um pouco preocupante no início, porque não tínhamos certeza de como nossos personagens seriam transportados para a tela. Nós tivemos que condensar muito do que está no livro para dar a Bharadwaj uma presença maior, um nível maior de envolvimento. Eu fiquei animada por haver esse interesse em impulsionar a história dela, e adoro o arco que desenhou-se com a recuperação e a relação dela com Mensah. Sabe, elas são as integrantes mais velhas da equipe. 

Só espero que os fãs entendam que, ao fazer uma adaptação, você precisa moldar certas coisas - e a Dra. B foi, com certeza, um resultado dessa moldagem.

OMELETE: Bem, eu também tenho que dizer: contracenar com Alexander, no papel de Murderbot, deve ter sido uma experiência muito interessante. A falta de contato visual, o constrangimento… como vocês trabalharam com ele para construir o humor da série, e o relacionamento dele com os humanos?

DASTMALCHIAN: Eu apenas segui a liderança dele, e também a liderança dos ótimos diretores que tivemos nessa série. Foi maravilhoso com Paul e Chris no comando, nos primeiros episódios, e então os diretores que eles trouxeram para nós, os colegas de elenco que eu tive, o roteiro. Você interpreta as cenas da forma mais direta possível, sabe?

DUMEZWENI: E Alexander sempre foi tão cristalino com as intenções que tinha com o Murderbot. Foi bonito de se ver, porque ele estava lá para honrar a ansiedade que esse personagem sente quando está interagindo com os humanos. Ele tem o livre arbítrio dele, então tudo o que quer é fugir dessas interações - ele está constantemente pensando: ‘Deixe-me assistir Sanctuary Moon e existir em paz’. Eu entendo isso, me relaciono a isso em um nível fundamental. Mas ainda assim, como todos nós, ele tem que estar no mundo, existir ao lado de outras pessoas, por causa dessa tripulação que, felizmente, são bem diferentes da história que nos foi contada sobre o pior da humanidade.

PODEMSKI: Felizmente, ele chegou completamente preparando. Alex é tão magistral no que faz. Observando ele, ficava fácil de responder, porque era como atuar com uma pedra - ele não está respondendo da maneira que humanos responderiam, e essa é a questão. Estamos tentando arrancar alguma emoção dele, e ele não corresponde. Essa é a parte realmente complicada dessa relação.

KHANNA: E é curioso porque, embora esteja contido dessa forma, o Alex tem uma qualidade intensamente magnética. Mesmo quando a cena não pedia pela minha participação, eu ficava observando ele atuar. Ele é muito bom!

JONES: Alex traz tanta profundidade àquele personagem. E ele é um ser humano tão incrível por trás das câmeras também… poder fazer as duas coisas - conhecer Alex pessoa e depois conhecer Alex dentro deste personagem Murderbot - foi incrível. Ele é um profissional, e fez com que fosse muito fácil ter todos aqueles momentos estranhos entre nós. Pudemos todos rir e discutir sobre isso nos bastidores, porque ele é um líder maravilhoso, e um parceiro de cena muito divertido.

WU: Sim, acho que muito da nossa relação com o Murderbot envolve tentar mostrar compaixão a ele, mas também deixar transparecer o medo que todos os humanos sentem quando estão perto dele. E não foi difícil interpretar isso, porque eu pensava: "Alex é o máximo. Não quero irritá-lo". Ok, o Alex não vai atirar em mim, mas ele poderia fazer algo muito pior: não gostar de mim. Então, definitivamente, sinto que isso facilitou a interpretação. Além disso, ele estava sempre naquela armadura com o capacete… quando você o vê ali, pensa: “Aquele é o Murderbot”.

OMELETE: Muito obrigado, pessoal, e mais uma vez parabéns pela série!

Alexander Skarsgard e David Dastmalchian em Murderbot (Reprodução)
Alexander Skarsgard e David Dastmalchian em Murderbot (Reprodução)

DUMEZWENI: Ótimo falar com você, Caio.

DASTMALCHIAN: Muito obrigado, tchau tchau!

JONES: Obrigada!

WU: Muito obrigade!

PODEMSKI: Obrigada, Caio!

KHANNA: Obrigado.

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