Murderbot | 7 diferenças fundamentais entre a série e os livros

1. Temos dois personagens a menos

Essa é a mudança que os fãs dos livros vão notar logo de cara: a turma do PreservationAux, que Murderbot (Alexander Skarsgard) é contratado para proteger, está menor. A líder Mensah (Noma Dumezweni) ainda está aqui, é claro, assim como: o desconfiado Gurathin (David Dastmalchian), o casal formado por Pin-Lee (Sabrina Wu) e Arada (Tattiawna Jones), o falastrão Ratthi (Akshay Khanna) e a médica Bharadwaj (Tamara Podemski).

Os leitores de Wells vão notar que a lista acima não inclui Volescu, um geologista que está ao lado de Bharadwaj na memorável primeira cena de ação do livro; e Overse, que no livro fazia as vezes de parceira marital de Arada, papel desempenhado na série por Pin-Lee.

2. E pelo menos um personagem a mais

Apesar de “perdermos” dois personagens do time do PreservationAux, a série conduzida pelos irmãos Paul e Chris Weitz (Um Grande Garoto) também adiciona algumas presenças discretas na história. A mais notável é Lebeebee, personagem interpretada por Anna Konkle (Pen15), que aparece após uma missão de resgate perigosa - mas pode ter mais segredos a guardar do que inicialmente parece.

Não vamos entrar em spoilers mais detalhados por aqui, é claro, mas basta dizer que essa dança das cadeiras com os personagens também muda outras configurações importantes do livro. Pode ser que menos ou mais pessoas participem de determinadas missões ou expedições, por exemplo, ou estejam presentes em momentos cruciais da narrativa.

3. Vemos mais do passado

Por ser inteiramente narrado do ponto de vista de Murderbot, o livro de Wells começa já com a equipe do PreservationAux no planeta onde está fazendo sua pesquisa, protegidos pelo protagonista. Aqui, embora a cena de abertura seja a mesma, os irmãos Weitz se deram a liberdade de incluir passagens anteriores, como por exemplo os humanos negociando com a Companhia para adquirir os serviços de Murderbot, ou um vislumbre da missão anterior do androide, que já teria sido apagada de sua memória.

4. E muito mais de Sanctuary Moon

Muito ouvimos falar de The Rise and Fall of Sanctuary Moon no livro de Wells, mas os detalhes que Murderbot nos dá da trama de sua série favorita são escassos. A série do Apple TV+ expande e muito a mitologia dessa “história dentro da história”, escalando um elenco completo de astros e estrelas (John Cho! Clark Gregg! DeWanda Wise! Jack McBrayer!) para encenar sequências completas de Sanctuary Moon e até nos dar um gostinho de como a trama da produção se desenvolve - basta dizer que há um romance proibido entre humano e máquina, e um momento catastrófico de falha na nave tripulada pelos personagens.

5. Sabemos mais dos humanos

Até por conta do que falamos anteriormente sobre incluir cenas não necessariamente observadas do ponto de vista de Murderbot, a série vai muito mais fundo no passado e nas motivações dos personagens humanos do que o livro original - e o ângulo humorístico de seus costumes meio “hipongas” também é mais explorado aqui. Mensah, por exemplo, ganha dimensões mais vulneráveis em sua liderança hesitante e preocupada; o trauma de Gurathin e seu status como viciado em recuperação são um ponto de inflexão da trama; e o casamento de Pin-Lee e Arada ganha temperos curiosos quando elas decidem incluir Ratthi na relação, formando um trisal.

6. E a relação deles com Murderbot é mais hesitante

Muito do conflito de All Systems Red, o primeiro livro de Wells sobre o personagem, é expressado no monólogo interno de Murderbot. Intuindo que isso não funcionaria na tela, os criadores Paul e Chris Weitz trouxeram muito desse conflito para fora - mas como? A série, por exemplo, realça bem mais as reações adversas dos humanos aos atos mais violentos de Murderbot, e introduz uma desconfiança entre o time do PreservationAux e seu novo androide de estimação que não existia na página. Alguns leitores podem estranhar essa relação conflituosa e se irritar um pouco com as reações dos humanos, mas vale dizer que o núcleo de aceitação que vai nascendo entre eles é verdadeiro à obra de Wells.

7. A série tem mais ação e mais mistérios

Por fim, é importante notar que Murderbot, a série, adianta um pouco algumas revelações que ficam para o terceiro ato do livro original. Resoluções e descobertas mencionadas de passagem em meio ao clímax de All Systems Red vão se desenvolvendo desde os primeiros episódios da produção do Apple TV+, e a aposta em criar um clima de mistério ao redor das especificidades da situação no planeta onde PreservationAux está atuando é muito maior. O coração da história segue nas interações dos personagens e seus arcos, mas Murderbot não quer alienar os fãs de um sci-fi um pouco mais convencional - o que significa mais ação, mais suspense, mais conflito… e, por mais que o protagonista relute, mais trabalho para ele fazer.