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The Walking Dead se inspira em HQ e volta em alto nível

"No Way Out" é mais um dos ótimos episódios da série

15.02.2016, às 13H27.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Não é novidade que The Walking Dead faz bons começos e finais de temporada. Além de saber usar ganchos cheios de suspense, a série explora todo seu potencial em episódios que normalmente marcam o ciclo. Essa história se repetiu com o sexto ano, que teve no nono capítulo uma das reproduções mais fiéis da HQ de Robert Kirkman - "No Way Out" é um momento digno da popularidade que o seriado carrega nos últimos anos.

Apesar disso, o problema que sempre rondou The Walking Dead é outro: será que ela consegue manter o nível até o fim da temporada? Tal missão não foi cumprida nos anos anteriores, mas como dito em outro texto, a história pode mudar em 2016. Fato é que da montagem a direção, passando pelo roteiro enxuto e direto ao ponto, The Walking Dead, mais uma vez, renova as esperanças em um encerramento de ano sem seus corriqueiros altos e baixos.

Mais do que um fan service

O episódio começa exatamente de onde o último parou: a ameaça de Negan (Jeffrey Dean Morgan). A explosão que elimina os capangas do vilão é só o primeiro impacto (e fechamento de trama) que a série apresenta neste retorno. A morte da família de Jessie (Alexandra Breckenridge), que pouco acrescentou ao núcleo de Alexandria, serve de deleite para os espectadores que não suportavam mais as reclamações constantes das duas crianças - além da mãe cheia de devaneios explorados em temporadas anteriores em outros personagens.

Curiosamente, o que faz "No Way Out" se diferenciar de todos os outros episódios da série está ligado a essas mortes "insignificantes"; nada, até aquele momento, se desdobra devido às perdas. Na verdade, a morte do trio causa um efeito contrário, pois a partir do momento em que Carl (Chandler Riggs) perde o olho em um tiro dado por Ron (Austin Abrams), Rick (Andrew Lincoln) e todo o resto do grupo percebem que não existe espaço para lamentação. Lutar é a única saída. Em seguida vem a sucessão de cenas inspiradas nas HQs, do discurso de Grimes até a montagem rápida e focada nas expressões e golpes dos personagens - este em particular, o melhor momento da temporada até aqui.

O ataque dos humanos aos zumbis invasores, combinados com a artilharia pesada de Daryl (Norman Reedus) e cia., trouxeram um visual catártico ao episódio, sem parecer gratuito. A expurgação dos mortos-vivos de Alexandria teve o ato final no discurso de Rick, famoso nas HQs, simbolizando uma nova etapa na série: chegou a hora de aceitar o apocalipse e tentar viver em paz consigo e com outros indivíduos.

Fica a expectativa para a manutenção dessa pegada, com referências, uma história que evolui e mostra personagens mudando sem dar voltas demais. Assim como seu protagonista, é a hora de The Walking Dead abraçar a realidade e seguir em frente, o tempo de episódios e tramas sem necessidade passou. É a hora de surpreender.

The Walking Dead é exibida aos domingos no canal Fox simultaneamente com os EUA. Episódios inéditos são exibidos às 23h15.