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The Walking Dead | Em episódio coroado por luta épica entre Rick e Negan, guerra avança e novo mistério surge

"The Key" pode ter introduzido importante arco dos quadrinhos ao passo que não abandonou a independência da TV

19.03.2018, às 01H31.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

No ar desde o começo da década, The Walking Dead já aprendeu que é preciso manter milimetricamente balanceada uma balança polarizada entre construir ao longo dos episódios uma trama coerente, com fatos que se encaixem e personagens verossímeis ao mesmo tempo em que entrega simples e puramente diversão. Entregar a receita perfeita da soma desses dois ingredientes nem sempre é fácil - vide o péssimo episódio anterior a "The Key", o 12º capítulo da oitava temporada que, por sua vez, foi um presente para os espectadores da série.

Para sorte dos fãs, vez ou outra o time de roteiristas e produtores executivos de The Walking Dead encontram a medida certa para não só segurar o público no sofá durante o episódio como para alimentar a ansiedade pelos próximos. Em "The Key", Rick (Andrew Lincoln) e Negan (Jeffrey Dean Morgan) protagonizaram um dos melhores embates dos últimos tempos da série ao mesmo tempo em que a situação da guerra avançou de forma alarmante. Além disso, ainda sobrou tempo para introduzir novos mistérios a serem desenvolvidos a longo prazo.

Sobre o confronto físico entre o protagonista e o antagonista da trama, é preciso parabenizar a recente criatividade dos produtores de The Walking Dead nesta segunda metade de temporada. Depois de apresentar um moedor gigante de zumbis no - também ótimo - episódio "The Lost and the Plunderers", foi a vez do público se deliciar com uma Lucille em chamas sendo brandida por Rick. Diversão à parte, o embate entre os dois ainda teve propósito narrativo: graças a ele, Negan soube, ainda que tarde demais, que Simon (Steven Oggse tornou um perigoso problema.

Sobre Simon, aliás, a dobradinha formada entre ele e Dwight (Austin Ameliono episódio foi outro ponto alto. Ambos são obstáculos para Negan dentro de sua própria estrutura hierárquica: de algum modo, os dois traíram o chefe. Isso, é claro, não coloca a dupla no mesmo saco, já que ambos escolheram caminhos opostos para dar um fim na guerra iniciada por Negan: Dwight escolheu ajudar o lado oposto do front de guerra, ao passo que Simon prefere erradicar definitivamente os rivais. Os diálogos travados pela dupla no decorrer da descoberta de que ambos preferem a morte de Negan foram absolutamente bem construídos.

Do lado de Rick, está demorando para que os principais afetados pela morte de Carl (Chandler Riggs) absorvam de fato suas últimas palavras - com exceção, é claro, de Michonne (Danai Gurira). Nem Rick, nem Enid (Katelyn Nacon) parecem ter se dado conta de que o caminho apresentado pelo primogênito do ex-policial pode ser a única via para que todos se salvem. Provavelmente, a resposta virá após o iminente confronto em Hilltop arquitetado por Simon, que manipulou as emoções dos Salvadores na ausência de Negan para resolver as coisas do jeito que vem defendendo - e que aniquilou o povo do lixão.

Michonne, além de continuar sendo a única voz tímida da razão entre um grupo de sobreviventes psicologicamente transtornados com a sucessão de eventos que se desenrola desde a morte de Glenn (Steven Yeun) e Abraham (Michael Cudlitz), também esteve no centro do principal mistério do episódio. Um grupo liderado por uma mulher chamada Georgie foi introduzida de forma absolutamente aleatória na trama e que inicialmente, serviu para restaurar algo de fé em Maggie (Lauren Cohan) - algo necessário a ela em um de seus momentos eticamente mais conturbados. Contudo, não seria uma surpresa se, a longo prazo, Georgie voltasse a dar as caras como parte do arco dos quadrinhos intitulado Nova Ordem Mundial.

No entanto, há dois problemas realmente urgentes em The Walking Dead, dos dois lados da guerra. O primeiro, para Rick e seus aliados, atende pelo nome de Simon, que tomou conta dos Salvadores na ausência de Negan e poderá fazer sérios estragos em Hilltop se conseguir colocar seu plano em ação. O segundo, também com a assinatura de Simon, diz respeito a situação do próprio Negan: o vilão termina o episódio com Jadis (Pollyanna McIntoshapontando uma arma para sua cabeça. Enquanto a mulher atribui o genocídio de seu povo ao líder dos Salvadores, Negan precisará de um milagre para sair dessa vivo - ou, pelo menos, inteiro e voltar ao embate com Rick. Até lá, contudo, ambos terão bastante material para se preocupar.

O próximo episódio vai ao ar em 25 de março - veja aqui a prévia. No Brasil, o canal pago Fox se encarrega da transmissão do seriado.