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The Walking Dead | Camiseta oficial da série é retirada de lojas após denúncia de racismo

Estampa da peça trazia frase de Negan que possui histórico ofensivo para comunidade negra

3 min de leitura
RG
22.02.2017, às 17H32.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

[Cuidado com possíveis spoilers!]

A rede varejista britânica Primark retirou de circulação uma camisa da série The Walking Dead após um cliente apontar que peça traria uma mensagem racista. A estampa da roupa  apresentava a frase "eeny meeny miny moe", com o bastão ensanguentado de Negan (Jeffrey Dean Morgan) destacado. A peça faz referência ao momento em que o vilão escolhe quem matar no primeiro episódio da sétima temporada de The Walking Dead. "Eeny meeny miny moe", em português, seria algo equivalente à "uni-duni-tê". 

O problema é que, apesar de na série Negan ter entoado a continuação da canção usando o verso "catch a tigger by the toe" (ou "pegue um tigre pelo dedão"), a versão original tem como segunda parte a frase "catch a nigger by the toe" ("pegue um crioulo pelo dedão"). E nos EUA, a comunidade negra considera a palavra nigger uma expressão extremamente racista. Veja a camisa:

De acordo com a BBC, foi um cliente chamado Ian Lucraft quem percebeu a mensagem na camisa. Em entrevista, Lucraft disse ter visto a peça enquanto fazia compras com sua esposa em Sheffield, na Inglaterra, e ficou assustado com a estampa. "Essa imagem remete diretamente à prática de agredir pessoas negras nos Estados Unidos. É uma ameaça direta de ataque por racismo. Se eu fosse negro e me deparasse com alguém usando essa camiseta, saberia exatamente do que se trata", disse.

Lucraft então entrou em contato com o chefe-executivo da PrimarkPaul Marchant, orientado a empresa a evitar ofender consumidores mantendo o produto em estoque. Em resposta, a camisa  foi removida das prateleiras da Primark e a empresa emitiu um pedido formal de desculpas por meio de um porta-voz. 

"A camiseta em questão é um produto licenciado da série de TV americana The Walking Dead e frase e imagem foram retiradas diretamente da série. Qualquer ofensa causada pelo design foi completamente não intencional e a Primark pede as mais sinceras desculpas."

No Twitter, algumas pessoas usaram a rede social para criticar a postura da empresa e exigir o produto de volta nas prateleiras.

"Se você diz que a camisa de The Walking Dead da Primark 'conversa diretamente com a prática de agredir pessoas negras' então o racista é você."

"Vergonha da @Primark por tirar a camisa de circulação a camisa de  @WalkingDead_AMC que não é de modo algum ofensiva. Eu não compro mais lá depois disto."

"A proibição da camisa de The Walking Dead na Primark é apenas absurda. Porque esse contexto da frase não está nela então não significa que ela seja ofensiva em qualquer outro."

Não é a primeira vez que The Walking Dead fica no meio de uma discussão sobre racismo. Os comentários de que a série tratava os personagens negros como descartáveis, matando um sempre que aparecia um novo, se tornaram tão recorrentes que a produtora-executiva Gale Anne Hurd se pronunciou sobre o assunto em entrevista ao E! Online, negando qualquer tipo de racismo na série. Os comentários haviam se multiplicado com a morte do personagem Tyreese (Chad Coleman) logo após a inserção de Noah (Tyler James Williams) na saga.

"Nós matamos muito mais personagens brancos do que negros. E não é só isso, acho importante notar que contratamos dois atores negros para fazer personagens que originalmente não eram negros. Nos quadrinhos, Bob era branco. E o personagem Noah não era negro. Simplesmente escolhemos o melhor ator. Noah ainda está vivo, assim como Seth Gilliam, interpretando o Padre Gabriel. E obviamente temos Sasha e Michonne. E não vamos nos esquecer do Glenn, que está na série desde o início", disse na ocasião da entrevista, antes dos personagens Glenn e Noah deixarem a série.

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