Séries e TV

Artigo

Por que The Knick é uma das melhores séries da atualidade

Steven Soderbergh e Clive Owen estão de volta, mais vicerais do que nunca 

14.10.2015, às 18H57.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

The Knick está de volta e não perde um segundo sequer. A convite da HBO e da Cinemax, assistimos aos quatro primeiros episódios da segunda temporada da série estrelada por Clive Owen e dirigida por Steven Soderbergh - que retorna ao comando de todos os dez novos capítulos -, e a atmosfera de tensão elevada já é palpável.

Ambientada na virada do século, The Knick não é uma série de reviravoltas. São situações realistas vividas por pessoas que, apesar de serem fictícias, poderiam de fato ter existido nos anos 1900. Entretanto, guinadas nas vidas pessoais dos protagonistas transformam uma simples série médica de época em algo muito maior que isso, elevando todo e qualquer tipo de drama à enésima potência.

[Cuidado, possíveis spoilers da primeira temporada abaixo!]

O segundo ano começa pouco após os acontecimentos finais do último episódio, com Thackery (Owen) ainda na clínica de reabilitação. O hospital Knickerbocker, agora regido temporariamente pelo competentíssimo Dr. Algernon Edwards (André Holland), está melhor do que nunca. Além de gerir de forma econômica, Dr. Edwards garantiu também uma considerável queda na mortalidade, entre outros benefícios. Enquanto isso, pensa-se quem o substituirá, se Thackery volta logo... E continua em voga o racismo.

A rapidez com que a trama se desenvolve é notável nestas primeiras quatro horas da nova temporada. Agora não é mais necessário estabelecer que estamos acompanhando uma época de preconceitos ou suas histórias de vida. Agora é a hora de aproveitar o excelente trabalho da equipe de maquiagem e fazer cirurgias e procedimentos cada vez mais intrusivos, invasivos, sangrentos e viscerais. Afinal, todas as técnicas médicas que conhecemos hoje vieram de algum lugar e foram testadas em alguém em algum ponto da história.

Mantendo um time unificado, retornam também os excelentes Jack Amiel e Michael Begler, roteiristas e criadores da série que, mesmo com inúmeras histórias para contar, não perdem tempo. Nada fica para trás, todos os personagens são importantes para o desenvolvimendo e ganham pelo menos dez minutos ao longo dos quatro primeiros capítulos. Desde o Dr. Everett Gallinger (Eric Johnson) e sua esposa desdentada, passando pela enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson), pelo Dr. Bertie Chickering Jr. (Michael Angarano), até a irmã Harriet (Cara Seymour) e o desenvolver de seu caso com os abortos, entre outros. Não há pontas soltas em nenhum momento da história e todo acontecimento tem sua devida consequência.

The Knick não seria a mesma, no entanto, sem Cliff Martinez e sua cuidadosa trilha sonora. O compositor continua implicando o progresso em meio ao caos, usando sons metálicos e secos e sempre apontando para o futuro. A série não perde sua identidade, mas ganha novas melodias instigantes que transformam a jornada de Thackery e do Knickerbocker.

O segundo ano, que estreia em 16 de outubro, às 23h, no canal pago Max (simultaneamente no Brasil e EUA), já começa sem limites e não há como prever o que Thackery e sua equipe nos trarão ao longo dos próximos seis episódios. Fica-se apenas a antecipação de que, se o ritmo se mantiver, algo de grandioso vem por aí.