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Star Wars | Saiba o que a crítica achou do primeiro filme em 1977

Hoje um clássico, longa recebeu elogios, mas também foi subestimado na época

25.05.2017, às 15H42.
Atualizada em 18.12.2019, ÀS 06H34

Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, ou apenas Guerra nas Estrelas na época, chegou aos cinemas em 25 de maio de 1977, gerando várias reações entre os críticos. Se hoje a franquia de sucesso é carregada de simbolismos nerds, na época era apenas mais um longa fazendo sua estreia. Confira abaixo algumas reações da época (via EW):

Pauline Kael – The New Yorker

“Star Wars é como ganhar um pacote de salgadinhos com todos os prêmios. Esse é o filme próprio do diretor e roteirista George Lucas, sem interferências dos negócios, mas não tem interesse em nada que não se conecte com a audiência de massa. Não há respiro no filme, não há lirismo; a única tentativa de beleza é o pôr do sol duplo. É divertido, em seus próprios termos, mas é exaustivo também: como levar um grupo de crianças para o circo”.

Roger Ebert – The Chicago Sun Times

“Star Wars é um conto de fadas, uma fantasia, uma lenda, que encontra suas raízes nas ficções mais populares. O robô dourado, o piloto espacial com rosto de leão e o pequeno computador inseguro com rodas poderiam ser substituídos pelo Homem de Lata, o Leão Covarde e o Espantalho de O Mágico de Oz (...). Star Wars bate nas fantasias pulp enterradas em nossas memórias, e por fazer isso de forma tão brilhante, reativa antigas emoções, medos e exaltações que pensávamos ter deixado para trás”.

Vincent Canby – The New York Times

“Star Wars é a série mais elaborada, mais cara e mais bonita já feita. É tanto uma apoteose da série Flash Gordon, quanto uma crítica espirituosa que faz associações com uma literatura variada, como: Quo Vadis?, Superman, O Mágico de Oz, a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.  Definitivamente, a forma de não abordar Star Wars é esperar um filme com implicações cósmicas, ou fazer notas de rodapé com tantas referências como se fosse um dever literário. É divertido e engraçado”.

John Simon – New York Magazine

“Tire de Star Wars suas imagens muitas vezes impressionantes e seus jargões científicos pretensiosos, e você tem uma história, personagens e diálogos cheios de banalidade, sem mesmo um ‘futuro’ elenco para eles. Humanos, antropoides ou robôs, você provavelmente consegue encontrar todos, mais ou menos parecidos com aqueles, em Los Angeles hoje em dia. Certamente a mentalidade e os valores do filme podem ser duplicados para qualquer ficção de terceira categoria de qualquer lugar ou período. Um novo mundo maçante”.

Gene Siskel – The Chicago Tribune

“Star Wars não é um grande filme no que descreve a condição humana. É simplesmente um longa divertido que terá apelo com aqueles que gostam de filmes no estilo de Buck Rogers. O que coloca algo mais considerável nessa rotina são os efeitos visuais espetaculares, os melhores desde 2001 de Stanley Kubrick. Star Wars é uma luta do bem contra o mal”.

Derek Malcolm – The Guardian

“Visto sem paixão – e isso é desesperadamente difícil nesse ponto – Star Wars não é uma melhora do trabalho anterior de Lucas, exceto em termos de bilheteria. Não é o melhor filme do ano, não é a melhor ficção científica traduzida nas telas e também não é várias outras coisas que os críticos tentam torna-lo, para tentar dar alguma explicação para seu grande e sinistro sucesso. Mas é, por outro lado, uma grande e estimulante diversão para aqueles preparados para sentarem no cinema e deixarem tudo passar por eles”.

Joy Gould Boyum – The Wall Street Journal

“Há algo depressivo em ver todos esses impressionantes dons cinematográficos e extraordinárias habilidades tecnológicas esbanjadas em materiais tão pueris. Talvez o mais importante seja o que isso parece conquistar: a canonização de uma cultura dos quadrinhos, que se torna o estandarte dos materiais comerciais simples e padronizados do nosso tempo”.

Gary Arnold – The Washington Post

“O irresistível charme estilístico do filme deriva do fato de que Lucas consegue se basear em uma variedade de fontes de cinema, com habilidade e humor infalíveis. Ele está no comando superlativo de seu próprio mundo de fantasia alimentado pelo cinema (...). Em Star Wars, ele remodelou cenas de ação, convenções e usa elementos de uma variedade de gêneros do cinema, que assumem uma configuração carinhosamente paradisíaca e milagrosamente nova”.