Vikings/History Channel/Divulgação

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Vikings | Como a série chegou ao fim - e como ela pode continuar em um derivado

Final já vem sendo indicado há tempos (e o possível derivado também)

04.01.2019, às 19H15.

O History Channel oficializou que Vikings acabará na sexta temporada. Enquanto a notícia - como todo cancelamento - soa chocante, quem acompanha o seriado dificilmente se surpreendeu. Acontece que o programa já vêm indicando há tempos que está em sua reta final.

[Cuidado! Spoilers para a primeira metade da quarta temporada de Vikings]

O programa teve uma considerável evolução ao longo dos anos: primeira série roteirizada da emissora, as temporadas iniciais deixam claro a falta de investimento mas compensam com personagens fortes e uma trama intrigante, com embasamento histórico. Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) era o protagonista ideal: bruto na medida certa, mas motivado por sonhos de crescimento para ele e seu povo. Seu arco narrativo se aproveitou disso ao colocá-lo contra sua própria família, tornando essa ambição em ingenuidade, efetivamente aprofundando-o como uma pessoa fácil de acreditar, ainda que suas ações constantemente fossem difíceis de defender.

O ponto de virada veio justamente quando Ragnar, de surpresa, foi assassinado durante a primeira metade do quarto ano. Na época, era o que a trama precisava pela forma como as relações do protagonista foram estabelecidas - tanto com seu povo quanto com seus inimigos - e precisavam de uma resolução para não beirar a enrolação. A solução foi marcante, tanto pela boa escrita quanto pela forte atuação de Travis Fimmel, mas a série teve problemas para dar continuidade a isso.

A segunda metade da quarta temporada tomou o caminho lógico ao reunir os descendentes do protagonista para vingá-lo, mas quando uma guerra civil surgiu entre eles, ficou claro que não havia muito para onde ir. O seriado de Michael Hirst investiu em caracterizar Bjorn (Alexander Ludwig) como uma nova versão de Ragnar, ao mesmo tempo que colocava Ivar (Alex Hogh Andersen) como vilão, mas ambos os casos deram pouco retorno: o jovem nunca teve o carisma e objetivos claros do pai, enquanto o Desossado por muito tempo beirou o caricato no quanto falou sem tomar ações.

A quinta temporada, desde o retorno do hiato, assumiu que já não tinha histórias para contar, apenas pontas soltas para amarrar, como os personagens "clássicos" que pedem por um desfecho. De certa forma, o fim dá a chance para Vikings terminar enquanto ainda não perdeu seu prestígio ao ponto de tornar-se um incômodo...

O futuro de Vikings

…. mas a série não deve descansar por muito tempo. Fontes do Deadline afirmam que Hirst e a produção já estão planejando um derivado, sem detalhes o que seria abordado. Mas quais tramas ainda podem ser exploradas?

Considerando que Vikings ainda tem mais de 20 episódios pela frente, talvez algo seja introduzido na série principal, mas tudo indica que o History Channel possa entrar no território de The Last Kingdom com o novo programa: o núcleo dos ingleses foi um dos mais desenvolvidos durante as últimas temporadas. Dessa forma, já existe material estabelecido para continuar o reinado de Alfredo de Wessex e dos demais inimigos dos nórdicos.

Seja como for, Vikings tem um curto caminho pela frente. Resta torcer para que a produção retome as forças para tornar o ano final em algo empolgante novamente.

Vikings é transmitido no Brasil pelo canal pago Fox Premium. As temporadas anteriores também estão disponíveis no catálogo da Netflix.