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Vikings | Com morte inusitada, seriado cresce para novos rumos na quarta temporada

Série do History tomou caminhos interessantes após cortar personagem fundamental para a narrativa

06.01.2017, às 15H47.
Atualizada em 07.01.2017, ÀS 11H17

[Cuidado, spoilers da quarta temporada de Vikings abaixo!]

Muita coisa aconteceu após o retorno de Vikings depois do hiato de oito meses, mas a principal mudança foi um duro golpe: Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel), fio condutor da narrativa até aquele ponto, foi capturado, torturado e então, finalmente, assassinado. Apesar da ideia de matar seu protagonista parecer ousada, o seriado agora tem espaço para apostar em algo que já vem dando sinais há muito tempo: o fato de que Vikings é muito maior que Ragnar.

Esses sinais começaram por volta do segundo ano da série. Enquanto o triunfo do explorador estava apenas no início, Rollo (Clive Standen) e Lagertha (Katheryn Winnick) ganharam espaço na tela e horas de desenvolvimento.

O primeiro se revelou como irmão invejoso ao observar a rápida ascensão de um grande homem, sofrendo por uma fúria e descrença que, eventualmente, o levou a trocar de lado, negar seus deuses e se aliar ao inimigo. Já Lagertha deixou de ser a esposa de um fazendeiro e típica dona de casa para aceitar seu destino grandioso como uma exímia guerreira e governante, capaz de comandar mesmo quando tudo parece estar indo na direção contrária.

Com a respectiva evolução de Rollo para um lorde e general francês e de Lagertha como a condessa de Kattegat, ambos deixam seus papéis de suporte no passado para assumir posições cruciais na vingança dos filhos de Lothbrok - tanto como possível apoio quanto oposição.

A evolução mais impressionante fica mesmo com Bjorn (Alexander Ludwig), que literalmente cresceu de um menino mimado para um homem com sede de aventura, seguindo os mesmo caminhos do pai ao liderar uma navegação para a Espanha e acabar sendo o responsável pelo primeiro contato entre o povo escandinavo e o império Bizantino.

Isso, é claro, sem nem ao menos mencionar todos os arcos envolvendo o conflito entre Ecbert (Linus Roache), Aethelwulf (Moe Dunford), Kwenthrith (Amy Bailey) e Judith (Jennie Jacques), ou então todo o complexo conflito interno que Floki (Gustaf Skarsgard) sofre, tendo sido motivo para assassinatos, inveja e tortura.

Todas essas histórias, que antes eram desenvolvidas apenas como plano de fundo ou para contextualizar alguma decisão do protagonista, agora podem tomar o holofote com a morte de Ragnar. Vikings deixou de ser sobre a história de um homem para narrar a ascensão e descobertas de um povo em um mundo em mudança, sem ter uma figura central para isso - algo que por si só pode causar desconforto, mas que nesse caso é carregado por um ótimo elenco de personagens que o público não só conhece como também entende por ter acompanhado sua trajetória.

Vikings é transmitida simultaneamente no Brasil pelo canal pago Fox Action, todas as quartas às 1h.