Criadores de Stranger Things, os irmãos Matt e Ross Duffer falaram sobre as surpresas trazidas pelos primeiros quatro episódios da temporada final da série, lançados ontem (26) pela Netflix.
Uma das maiores revelações ficou por conta do destino de Max (Sadie Sink) ao longo do período em que está em coma. A namorada de Lucas (Caleb McLaughlin) esteve o tempo todo presa na mente do vilão Vecna (Jamie Campbell Bower) - mesmo "lugar" para onde Holly (Nell Fisher), a irmã caçula de Will (Noah Schnapp), foi levada.
"Desde o final da quarta temporada, quando a mantivemos em coma, sabíamos que ela estava presa na mente de Vecna, e sabíamos que isso faria parte de sua jornada, pelo menos na quinta temporada. Mas a ficha caiu quando percebemos que Holly também poderia estar lá, e depois as outras crianças. Foi aí que a história dela realmente ganhou vida", detalhou Ross, em conversa com a revista Variety.
Uma das inspirações da dupla para este mote foi o filme A Cela (2000) - onde Jennifer Lopez interpreta uma psicóloga que consegue invadir a mente de um assassino, na tentativa de descobrir o paradeiro da vítima que ele não conseguiu terminar de executar.
"Não consigo nem dizer quantas horas passamos na sala dos roteiristas discutindo A Cela. É um conceito genial!", enalteceu Matt. "Foi a coisa mais parecida que conseguimos pensar que se encaixava no que estávamos fazendo. O cenário mental do nosso assassino em série acaba sendo bem diferente, mas provavelmente é por isso que acabamos incluindo um deserto no filme - há muitas cenas no deserto em A Cela".
O retorno de Oito
Outra surpresa desta nova temporada foi a descoberta de que Oito (Linnea Berthelsen) - a ex-cobaia de laboratório que Eleven (Millie Bobby Brown) reencontrara na segunda temporada - está sendo mantida prisioneira dentro da base militar no Mundo Invertido.
O objetivo desse retorno, segundo Ross, era evitar ponta soltas no arco completo da série. "Queremos que, ao assistir à história inteira, as pessoas não tenham a sensação de que deixamos alguma trama ou fio solto. Que tudo se conecte, que vejam como tudo se encaixa. E essa era definitivamente uma ponta solta da trama."
"Conforme estávamos desenvolvendo a temporada, percebemos que trazê-la de volta nos ajudaria muito com a história da Eleven e com a forma como queríamos concluir a trajetória dela. Então, havia um motivo real para fazer isso, além de simplesmente não deixar essa ponta solta na trama", acrescentou o diretor.
A batalha final
Matt e Ross definem a longa sequência de enfrentamento que encerrou o volume 1 como um desafio à parte no histórico de bastidores de Stranger Things. "Foi definitivamente a coisa mais difícil que já fizemos em termos de produção cinematográfica", sincerizou-se o segundo.
O primeiro concorda com o irmão e parceiro de trabalho. "Ross e eu nunca tínhamos feito nada parecido antes. O final é insano, mas aquela sequência foi a coisa mais difícil que já fizemos em termos de logística."
Matt deu detalhes do esquema de gravação adotado para esta parte da trama. "Filmávamos à noite, com crianças e dublês. Só podíamos filmar cerca de duas horas por noite. Então, dividimos em, acho, quatro partes, e pensamos que conseguiríamos concluir uma parte por noite dentro do tempo disponível", rememorou.
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