Já há alguns anos que empreendedorismo deixou de ser uma palavra da moda e foi incorporada ao vocabulário cotidiano: não à toa Shark Tank Brasil - Negociando com Tubarões chega ao terceiro ano sendo um sucesso da TV paga. A atração mostra pequenos e médios empresários submetendo seus negócios ao crivo de grandes nomes do mercado brasileiro que, com base nas propostas apresentadas e no diferencial de cada projeto, pode ou não aceitar fazer investimentos neles. A premissa do reality soa como uma reunião burocrática, mas o programa essencialmente explora a busca pelo sonho de transformar pequenos negócios em empresas poderosas - foi essa expectativa que prendeu o espectador na cadeira ao longo de duas temporadas e não deverá ser diferente na terceira.
A fórmula do sucesso está, em grande parte, em personagens cativantes. Logo no primeiro episódio da nova temporada, o Shark Tank Brasil traz uma parceria entre um pai e seu filho gay em um projeto de e-commerce voltado para o público LGBT e um casal empreendedor onde a esposa está grávida de nove meses. Há uma pegada de assistencialismo que funciona muito bem: o público quer ver o sonho de pessoas mais próximas de sua realidade, que supostamente ascenderam dentro de uma lógica meritocrática, se realizando. Nisso, Shark Tank Brasil não é tão diferente em essência de programas populares como o sabático de Luciano Huck - a diferença é que, aqui, esses personagens já venceram suas provas de resistência na vida real antes de chegar ao reality.
Não é a toa que o terceiro caso do episódio, descrito pela dupla de empreendedores responsável como a “primeira oficina móvel de bikes da cidade de São Paulo”, é o caso menos cativante. Apesar de tentar embarcar no tema da mobilidade urbana, falta o drama humano que, por exemplo, tem em um pai largando a carreira tradicional para apoiar o filho gay a lançar uma empresa ligada à empoderamento LGBT. As reviravoltas das negociações também são interessantes: os participantes são testados sobre metas, faturamento, passado profissional e isso é o que vai definir se algum dos “sharks”, os tais grandes investidores, irão comprar a ideia vendida nas breves apresentações. Os pequenos conflitos entre esses gigantes de mercado, que disputam contrapropostas, também é divertido - é como ver os calouros de realitys como The Voice escolhendo um jurado a outro.
Apesar da versão nacional estar chegando agora ao terceiro ano, o formato já é consagrado no exterior há muito tempo. O programa brasileiro é inspirado no norte-americano homônimo, no ar desde 2009 - que, por sua vez, é baseado no original japonês Dragons 'Den, lançado bem antes, em 2001, há quase vinte anos. O sucesso nos Estados Unidos é indiscutível: além de estar prestes a estrear sua décima temporada por lá graças a fidelidade da audiência, o programa já recebeu seis indicações aos prêmios Emmy, na categoria Melhor Reality Show em 2013 e 2014 e, nos anos seguintes, na nova categoria Melhor Reality Show Estruturado - onde conquistou os quatro prêmios.
Se nas duas primeiras temporadas da versão americana, a audiência era de cinco milhões de espectadores, até o sexto ano o número subiu para 9 milhões, se estabilizando em cerca de 7 milhões nos anos seguintes. De acordo com o IBOPE, a tendência é que a versão nacional também siga em ascensão: o segundo ano, lançado em 2017, apresentou um crescimento de 104% em audiência em comparação à primeira temporada, atingindo mais de 5,6 milhões de pessoas no Brasil. Não por menos, já se tornou a maior audiência nacional do Canal Sony, que também é responsável por exibir a versão norte-americana por aqui.
Com apresentação de Erick Krominski, o time de sharks conta com Cristiana Arcangeli, empresária serial do segmento de moda, beleza e bem-estar; João Appolinário, fundador da Polishop; Robinson Shiba, criador e presidente da rede China In Box; Camila Farani, um dos maiores nomes em investimento-anjo do Brasil; e Caito Maia, dono da Chilli Beans. O primeiro episódio da terceira temporada de Shark Tank Brasil, vai ar no dia 17 de agosto, às 22h, no Canal Sony.