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Séries e TV
Entrevista

Rita Batista reflete sobre representatividade e ascensão preta na TV brasileira

Apresentadora esteve entre as atrações do Festival Negritudes

2 min de leitura
23.09.2025, às 12H00.
Atualizada em 23.09.2025, ÀS 12H14

“Por muito tempo nos foi tirado esse direito de sonhar”, diz Rita Batista ao Omelete enquanto se prepara para mediar um painel sobre raízes negras na cultura brasileira no Festival Negritudes Globo. Representatividade na televisão é um tema sempre atual. Gêneros, raças e acessibilidade são cobranças recorrentes para quem busca se enxergar nas telas, e Rita tem um papel fundamental nisso. Apresentadora na maior emissora do país, ela reflete a importância de sua presença na televisão.

“A gente está representando um tanto de gente que, às vezes, nem gostaria de seguir uma carreira como a nossa, não quer fazer televisão, nem nada, mas quer se ver na tela. Porque representatividade, eu sei que é uma retórica, mas importa de fato”, reflete a jornalista e apresentadora do grupo Globo. “Então, quando eu via, por exemplo, Zileide Silva, Glória Maria, Dulcinéia Novaes, à minha época, eu acreditava que era possível”, lembra.

Ela contemporiza os exemplos e reconhece que agora é um deles: “Eu acho que a cada geração vai ficando mais possível. Então, hoje me ver nesse lugar é dizer para esses meninos e essas meninas ‘vocês podem, sim’.”

Porém, Rita aponta que os desafios ainda existem. Ser negro atrás de uma tela é um desafio constante. Cada pequeno equívoco ou passo fora da linha se torna um problema que sempre é abordado de maneira desproporcional. “A gente é ensinado desde de casa a ser o melhor, de ter tudo na ponta da língua, de não errar e ensaiar 50 mil vezes enquanto a outra pessoa não está nem preocupada”.

Como canta Mano Brown nos Racionais Mc's, “a minha nota é 10, 9,5 não rola”. Mas isso tem um custo. “É claro, eu me senti pressionada. Mas com o tempo fui descobrindo quais eram os meus caminhos”. No caso de Rita, quando ser uma mulher entra na conta, as coisas complicam ainda mais. Porém, após 22 anos de carreira, ela aprendeu bastante e dá um conselho: “É importante que saibamos disso e que nas nossas carreiras, a gente construa. Isso sabe porque se não vão sempre nos dizer o que é melhor para a gente.”

A conversa com Rita Batista aconteceu na edição 2025 do Festival Negritudes Globo, que recebeu mais de 11 mil pessoas no Sesc Pompeia, em São Paulo. O evento durou um dia e contou com mesas de debate e discussões profundas sobre diversas áreas, além de reflexões sobre a cultura negra e ancestralidade.