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Lembra desse? Chaves

Lembra desse? Chaves

14.09.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13

Chaves

Chapolim

Sem ter um único episódio novo produzidos em quase duas décadas, o seriado Chaves, que estreou no SBT em 1984, ainda prende a atenção de marmanjos e mesmo da garotada dos dias de hoje. É impressionante: a gente senta em frente à TV, ciente de que vai assistir a uma reprise, a qual, provavelmente já viu centenas de vezes e, mesmo sabendo de cor as piadas, cai na gargalhada.

Chaves é o tipo de programa que segue a linha clássica de Os três patetas ou da fase áurea de Os trapalhões, apostando num humor de tortas na cara, cascas de banana e situações repetitivas que jamais perdem o apelo cômico.

Um de seus maiores trunfos é o emprego de linguagem simples, com histórias nada complicadas e personagens fortes e carismáticas. Afinal, quem é que não racha de rir com as burrices do Quico, o azar do Seu Madruga ou com fato do Chaves invariavelmente acertar uma pancada no Sr. Barriga toda vez que o gordinho vai até a vila para cobrar os aluguéis dos inquilinos?

CONCORRÊNCIA DA PESADA

Fruto da mente genial do mexicano de Roberto Goméz Bolaños, Chaves é um fenômeno, principalmente na América Latina, já que suas personagens são retratos da maioria da população desses países: pessoas pobres - à exceção do Sr. Barriga - que tem que rebolar para sobreviver. Talvez por isso, gere tanta identificação do público.

Em terras tupiniquins, por vários anos, o seriado foi uma pedra no sapato da Globo e um coringa na programação do SBT. Sempre que a audiência da rede de Silvio Santos caía em determinado horário, quando viável, ele enfiava o Chaves naquela janela, conseguindo alguns êxitos. Foi assim alguns anos atrás, quando a Globo conseguiu contratar Ana Maria Braga - e o insuportável Louro José - para veicular o Mais você pouco depois do almoço. Naquela época, o programa do Chaves era exibido justamente no mesmo horário e incomodou tanto que a concorrente carioca acabou tendo que reajustar sua grade de programação para salvar o programa.

A baboseira adolescente Malhação foi outra que penou nas mãos de Chaves e cia. Exibidos no mesmo horário durante um tempo, os insossos adolescentes da Globo apanharam tanto do concorrente, que a emissora teve que transferir o programa, das 17:15 hs para as 17:30 hs (ou depois da Sessão da tarde) a fim de fugir da concorrência e investir em melhores tramas e elenco.

Outra história envolvendo o Chaves e a Globo aconteceu nos próprios estúdios da emissora quando, certo dia, na hora do almoço, o todo-poderoso Roberto Marinho apanhou alguns de seus funcionários sintonizados nas desventuras do moleque. Pelo menos, assim reza a lenda...

SUCESSO POR ONDE PASSOU

No Brasil, o fenômeno Chaves consegue uma média de 11 pontos de audiência. Em outros países da América Latina, os números ainda são mais impressionantes. Até o fim da década passada, El Chavo del Ocho (nome original do programa) era o décimo mais assistido no Peru, cravando uma média de 28 pontos.

O caso da Colômbia foi emblemático. Certa vez o governo suspendeu as transmissões da série, o que gerou protestos dos quais participaram Bolaños e seus companheiros de elenco. A manifestação ocorreu em tom de marcha fúnebre. Os manifestantes carregaram um caixão com uma televisão dentro. O governo não teve outro remédio a não ser voltar atrás.

Na década de 70, Chaves - e seu co-irmão, o Chapolim Colorado - alcançavam a impressionante marca de 60 pontos no México, o sonho de nojeiras como A casa dos artistas e Big Brother Brasil.

Até nos Estados Unidos os programas do Sr. Bolaños exerceu sua influência. Matt Groening, criador de Os Simpsons, é tão fã de Chaves e Chapolim que criou uma personagem, o Homem-Abelha, para homenagear o humorista mexicano.

CONQUISTANDO ESPAÇO

A história de Chaves tem início anos 50, quando Bolaños despontou na mídia, escrevendo programas de rádio, TV e roteiros de cinema. Seu trabalho começou a gerar frutos no início da década de 60, quando entre 1960 e 1965, dois programas escritos por ele disputavam os primeiros lugares de audiência da televisão mexicana: Estudio de Pedro Vargas e Cómicos y canciones.

Em 1968, Bolaños, carinhosamente apelidado de Chespirito (uma referência a William Shakespeare), pelo diretor de cinema mexicano Augustín P. Delgado, ganhou um espaço exclusivo de meia hora na TV TIM. Lá, começou a se arriscar também como ator e descobriu uma veia cômica que nem mesmo ele sabia existir.

O sucesso fez com que ele ganhasse mais meia hora, na qual surgiu o seriado Chespirito, recheado de sketchs com inúmeras personagens. Já então, todo o elenco que faria parte dos programas Chaves e Chapolim trabalhava com Bolaños e foi em Chespirito que essas duas personagens surgiram.

Aos poucos, El Chavo del Ocho e Chapolín Colorado ganharam mais e mais espaço. Não tardou para ambos estrelassem programas semanais exclusivos. Com meia hora disponível para trabalhar seus heróis, em excelentes horários de exibição, o baixinho Chespirito - 1,60 m de altura - estava pronto para tomar de assalto nossos lares e alcançar altos índices de audiência em toda a América Latina e Angola, onde o programa também foi exibido.

FAZ QUE ACABA MAS NÃO ACABA

Durante anos, Chaves foi um fenômeno de audiência apostando em um humor simples, do povo para o povo, sem alçar vôos intelecualóides ou apelar para a baixaria, como o que se vê em tantos programas humorísticos, especialmente os da televisão brasileira. Infelizmente, nada que é bom dura muito e depois de anos no topo, o show do Chaves começou a perder audiência, principalmente depois da saída de Ramón Valdéz - o Sr. Madruga - e o afastamento de Carlos Villágran, que interpretava o Quico. Surgiram, na época, o carteiro Jaiminho e a bisavó da Chiquinha, a Dona Neves, para ocupar o vácuo. A audiência continuou caindo e, depois de mais de 200 episódios, Chaves foi cancelado.

Anos mais tarde, a mesma equipe tentou emplacar o programa Chompiras e, mais tarde, um remake do próprio Chaves, re-aproveitando roteiros antigos. Chompiras foi exibido no Brasil na CNT e depois no SBT. Já o remake do Chaves - que trazia também quadros com o Dr. Chapatim e demais personagens de Bolaños - foi exibido até recentemente no mesmo SBT sob o nome de Clube do Chaves.

Como já foi dito acima, além da fórmula do humor simples e ingênuo, a maior força do Chaves estava no carisma de suas personagens e dos atores que os interpretavam. Isso pode ser comprovado no perfil de cada um deles:

  • Chaves (El Chavo del Ocho) - Roberto Gómez Bolaños:

O órfão sardento, atrapalhado e meio tonto que dá nome ao seriado.

Usa roupas gastas, vive na rua e passa a maior parte do tempo morrendo de fome. Segundo diz, vive no apartamento oito - daí o nome do programa - apesar de passar 90% do tempo escondido num barril que fica no pátio da vila. Também afirma que Chaves é apenas um apelido, mas sempre é interrompido todas as vezes que está prestes a revelar seu verdadeiro nome a alguma das outras personagens da vila.

Sonhador, corajoso, sensível, leal, briguento e tonto que nem uma porta, Chaves é tão carismático, que atrai o carinho de todos ao redor. Miserável, vê no seu Madruga o pai que nunca teve, mesmo quando este lhe dá uns cascudos e se vale de uma imaginação limitada apenas por seu baixo Q.I. para brincar como qualquer criança. Também devido à sua pobreza, o moleque é obrigado a se virar para ter o que comer. Trabalhando como engraxate, servente de garçom ou fazendo bicos para os demais habitantes da vila, Chaves é uma versão bem-humorada de muitas crianças desta faixa etária que podem ser encontradas na grande maioria dos cortiços, vilas e favelas da América Latina. Talvez aí esteja a razão de sua longevidade.

Hoje em dia, Roberto Bolaños ainda trabalha e vive no México, ao lado da esposa e companheira de televisão, Florinda Menza.

  • Seu Madruga (Don Ramón) - Ramón Valdez Castillo:

O Seu Madruga é daquelas personagens coadjuvantes que acabam ganhando tanto destaque quanto o protagonista. É impressionante o número de sites dedicados exclusivamente ao velho pai da Chiquinha. A popularidade do Madruga é tão grande que gerou várias lendas. Uma delas dá conta de que os Ramones, banda que muitos consideram a mãe do punk rock, teve seu nome inspirado pelo personagem - no original, Don Ramón.

O velho Madruga, pai da Chiquinha, é viúvo, pobre, desempregado e um tanto quanto iletrado, já que nunca terminou os estudos. Usando roupas velhas e acabadas, é o alvo preferido das chacotas de Chaves & cia, que adoram lhe apelidar de coisas como chimpanzé reumático. Bode expiatório da vila, sempre dá o azar de se meter nas brigas entre o Chaves e o Quico, o que lhe rendem um bom tabefe da mãe do menino, a dona Florinda. Além disso, deve religiosos 14 meses de aluguel ao senhorio, o Senhor Barriga, e tem que se virar fazendo bicos para pagar pelo menos um mês desse montante a fim de evitar o despejo. Alvo constante das pancadas do Chaves e das cantadas da Dona Clotilde, que vive tentando conquistá-lo pelo estômago, o seu Madruga tenta sobreviver como pode.

Infelizmente, Ramón Valdez faleceu em 9 de agosto de 1988 depois de lutar nove anos contra o câncer de pulmão diagnosticado em 1979, obrigando-o a abandonar o show do Chaves.

  • Quico (Kiko) - Carlos Villagrán:

Imagine a criança de oito anos mais tonta que você já viu. Multiplique isso por 10 e o resultado será o Quico.

Filho da esquentada Dona Florinda, Quico tornou-se órfão de pai ainda muito jovem. Seu genitor, um marinheiro, morreu devorado por um tubarão quando o navio no qual viajava naufragara. A pensão do falecido faz com que a renda da família seja maior do que a da média dos demais moradores da vila. Somando-se a isso o fato de ser filho único, temos em Quico um menino egoísta, que adora contar vantagem sobre os demais, especialmente o Chaves. É só o Chaves arrumar uma bola de trapos, por exemplo, e lá vem o Quico com uma enorme bola de praia. Mimado, a qualquer sinal de perigo corre para os braços da mãe que, invariavelmente, conclui que o Seu Madruga fez o filho chorar e lhe dá uma bofetada (99% das vezes, o responsável pelo choro do Quico é o Chaves). Suas bochechas exageradamente grandes são alvo dos garotos da vila, que adoram dizer que o Quico tem bochechas de buldogue velho. Apesar disso, é um menino sensível e inseguro que adora seus amigos, especialmente o Chaves. Não que seja muito de demonstrar isso, é claro.

A química existente entre Bolaños e Villagrán era outro dos trunfos do programa. O Chaves era engraçado por si só, mas funcionava muito melhor ao lado do Quico. A saída prematura de Villagrán do elenco, devido a diferenças criativas e pessoais com Bolaños foi um dos fatores que contribuíram para o declínio da série, que logo em seguida perderia Ramón Valdez.

Atualmente, mora em Guadalajara, México, e tem um circo, El Circo de Kiko. A briga com Bolaños, que durou vinte e dois anos, faz parte do passado e ambos retomaram a amizade de outrora.

  • Chiquinha (Chilindrina) - Maria Antonieta de Lãs Nieves:

Baixinha, esperta e, como é de praxe na série, um pouco tonta. Chiquinha (apelido dado pelo pai devido às sardas que a menina herdou da bisavó, a Dona Neves) é filha única do Seu Madruga. Assim como o Quico é uma menina muito mimada e atrevida, que não tem escrúpulos ao lutar por seus objetivos, principalmente quando se trata de dar golpes nos demais garotos da vila. Graças a isso, sempre tira moedas e pirulitos de Chaves, Nhonho e, principalmente, do Quico.

Chiquinha é apaixonada pelo Chaves, com quem diz que,um dia,acabará se casando, não que o garoto compartilhe da mesma idéia ou sentimentos. É também muito ciumenta com relação ao pai e trata de sabotar, sempre que necessário, seus parcos relacionamentos amorosos. Invejosa, tem uma rixa pessoal com a garota Pópis, prima do Quico, e com Paty, garota que permaneceu pouco tempo na vila, pela qual o Chaves se apaixonou

Maria Antonieta ainda faz apresentações como sua antiga personagem no México, cantando e atuando.

  • Dona Florinda (Doña Florinda) - Florinda Menza:

A viúva mãe do Quico, que, devido ao fato de possuir uma situação financeira ligeiramente melhor do que a do restante da vila, acredita fazer parte da alta sociedade. Ranheta e mal-humorada, reclama de tudo e de todos, o que faz com que o Chaves e a Chiquinha se refiram a ela como Velha Corcomida ou Velha Coroca. Dona de um pavio curtíssimo, costuma estapear o Seu Madruga sempre que vê seu filho chorando, mesmo que o pobre coitado não tenha nada a ver com o caso.

Apaixonada pelo Professor Girafales, todo seu mal-humor transforma-se em uma doçura pra lá de brega quando ele a visita na vila. Se juntos, o mundo pode acabar que ela só tem olhos para o professor. Dona Florinda espera, assim como o Quico, que ele a peça em casamento o mais rápido possível. Não que isso vá acontecer tão cedo...

Na vida real, Florinda Menza é casada com Roberto Bolaños, com quem ainda trabalha.

  • Nhonho (Ñoño) - Edgar Vívar:

Popularmente conhecido como almôndega de patas, Nhonho é filho do Sr. Barriga, de quem é uma cópia quase fiel (ambos são interpretados pelo mesmo ator). Diferentemente dos garotos da vila, Nhonho é relativamente abastado e extremamente generoso no que diz respeito a sua vultosa mesada e brinquedos. Só não peça a ele para ser generoso com sua comida. Aí, a coisa muda de figura. Qualquer pedacinho de seus lanches gigantescos fazem tremenda falta ao seu estômago.

Apesar de sua situação econômica privilegiada, Nhonho estuda na mesma escola pública da qual são alunos todas as crianças da série e passa bastante tempo na vila, brincando (e brigando) com Chaves e Cia.

Edgar Vívar mora atualmente em Los Angeles, Estados Unidos, e trabalha em seu próprio circo.

  • Popis (idem) - Florinda Menza:

A garota fanhosa e mimada, prima mais nova do Quico e tão tapada quanto ele. Personagem coadjuvante, Popis nunca teve destaque. Ingênua, sempre cai nas armações dos outros, o que torna alvo preferido da Chiquinha.

Sua melhor amiga é a boneca de pano Serafina, com a qual conversa, pede conselhos e mesmo bronqueia quando esta, supostamente, faz algo errado.

  • Professor Girafales (Professor Jirafales) - Rubén Aguirre:

Alto, culto e inteligente (para os padrões da série, claro) o Professor Lingüiça, digo, Girafales, tenta dar alguma cultura e educação às crianças da vila. Tarefa deveras complicada para quem tem que lidar com figurinhas como Chaves, Quico, Chiquinha e Godines, dentre outros. Assim como a esmagadora maioria dos professores tupiniquins, Girafales não goza de uma grande saúde financeira, uma vez que, mesmo no México dos anos 70, o salário dos profissionais de educação era uma merreca. Isso talvez seja um dos maiores entraves nos sonhos de casamento de Dona Florinda. Afinal, apesar de ser um cara romântico e sonhador, Girafales sabe muito bem que não pode se dar ao luxo de sustentar mais duas bocas com seu salário.

As últimas notícias que obtive de Rúben Aguirre, que não são muito recentes, davam conta de que ele atuava em seu próprio circo na cidade de Monterrey, México.

  • Dona Clotilde (Doña Clotilde) - Angelines Fernandes:

A Bruxa do 71, digo, a Dona Clotilde é uma solteirona apaixonada pelo Seu Madruga. Devido ao fato de ser um tanto quando idosa, ganhou o apelido de Bruxa do 71 das crianças da vila (ela mora na casa de número 71), que acreditam piamente que a velha é adepta da magia negra. Isso faz com que sintam medo até mesmo de chegar perto e usam-na como bode expiatório para as esquisitices que às vezes acontecem na vida. O triciclo do Quico sumiu? A Bruxa fez desaparecer. A Chiquinha comeu demais e teve problemas estomacais? Foi mal-olhado da Bruxa. E por aí vai...

Apaixonada pelo Seu Madruga, que acredita ser seu passaporte para a vida de casada, tenta conquistar o coitado com sua principal arma, a culinária. Infelizmente, para ela, o Madruga corre do casamento da mesma forma que o diabo corre da cruz.

Angelines faleceu em 1994, aos setenta anos, vítima do tabaco.

  • Sr. Barriga (Idem) - Edgar Vívar:

A cena é clássica: basta o Sr. Barriga aparecer na vila para cobrar os aluguéis que é recebido por uma pancada involuntária do Chaves. E nem adianta tentar entrar escondido ou protegido com um capacete, o resultado sempre é o mesmo.

Batizado Zenom Barriga e Pesado, o Sr. Barriga é o dono da vila. Bem de vida, prefere ele mesmo cobrar os aluguéis dos inquilinos da vila, economizando o salário de um cobrador. Apesar de querer dar uma de durão, o Sr. Barriga é um cara amigo, sensível e compreensível. Se assim não o fosse, como deixaria um homem como o Seu Madruga permanecer em uma de suas casas mesmo com 14 meses de aluguel atrasados? Ou toparia levar o Chaves para uma viagem à Acapulco, mesmo sendo recebido com uma pancada todas as vezes que chega à vila?

Casado, passa a maior parte de seu tempo com o filho Nhonho, de quem é a cara e o focinho, já que sua esposa passa quase que o tempo todo em viagens de negócios na Espanha.

  • Dona Neves (Doña Neves) - Maria Antonieta de Lãs Nieves:

A bisavó esclerosada da Chiquinha é uma senhora que se acha mais jovem do que realmente é. Por isso, a velha adora se meter nas brincadeiras das crianças, como pular cordas ou jogar bilboquê. Retrato fiel de como será sua bisneta no futuro, a Dona Neves vive arrastando asa para o carteiro Jaiminho - que corre dela que nem o diabo da cruz - e arrumando confusões com a Dona Florinda e a Dona Clotilde, especialmente no que diz respeito à ordem de uso do tanque comunitário existente no pátio. Além disso, a amalucada anciã ainda teve que herdar a dívida de quatorze meses que o Seu Madruga tinha com seu senhorio, o que faz com que arrume das desculpas mais estranhas para não pagar o aluguel.

A personagem da Dona Neves veio preencher o vácuo deixado pela saída do Madruga, quando Ramón Valdez teve de se afastar da série devido a problemas de saúde. Infelizmente, nunca chegou aos pés do carisma de seu predecessor.

  • Jaiminho, o Carteiro (Jaimito) - Raul Padilla:

O carteiro nativo de Tangamandapio, uma cidade tão pequena que nem se encontra no mapa (a despeito do fato de dizer que sua terra natal tem dimensões similares às de Nova York), Jaiminho é o simpático e preguiçoso carteiro da vila, que trava eterna cruzada contra a fadiga. Como não sabe andar de bicicleta, carrega seu veículo de trabalho a tiracolo e sempre pede para que os destinatários das cartas que transporta procurem pelas mesmas em sua sacola, pois quer, com isso evitar a fadiga.

Solteirão convicto, que se gaba de ter sido um grande Don Juan em tempos longínquos, Jaiminho tornou-se o alvo preferido das investidas amorosas da Dona Neves e um dos melhores amigos de Chaves. Infelizmente, a exemplo da Dona Neves, sua personagem teve vida curta.

Raul Padilla faleceu em 1994.

  • Godinez (idem) - Horário Gomes Bolaños:

Um dos alunos mais tapados da escola do Professor Girafales, Godinez é outra das personagens quase desconhecidas da série. A exemplo da menina Paty e sua tia Glória, participou de poucos episódios, mas sempre com tiradas hilárias.

Na vida real, Godinez era irmão de Roberto Bolaños e veio a falecer em 1999, vítima de problemas cardíacos.

Imagens © Roberto Gómez Bolaños