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Fox coloca suas novas séries de graça no iTunes

Pilotos e estréias de temporada devem chamar espectador de volta à TV, espera o canal

EF
26.09.2007, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H29

A rede Fox decidiu oferecer, gratuitamente, os episódios de estréia de sete seriados no iTunes. Durante esta semana o público pode baixar o início da temporada de outono de vários programas. A novidade inclui a estréia de novas temporadas de Prison Break e Bones e pilotos de séries como K-Ville, um policial que tem como cenário o período pós-Katrina.

Bones

Bones

A liberação dos programas na Internet segue as pesquisas que dizem que o público quer ver seus programas favoritos quando quiser e não nos horários demarcados pelas emissoras. Com a manobra, a Fox também dá um tira-gosto de suas séries novatas, partindo do pressuposto de que o público voltará à TV se interessar-se pelos pilotos no iTunes.

O acordo da Fox se assemelha ao da ABC (que oferecerá streaming gratuito de suas séries na AOL com o suporte de anúncios pagos) e surge logo após a NBC deixar de vender suas séries pelo iTunes devido a uma disputa de preços com a Apple. A separação teria sido causada em parte pela insistência de Steve Jobs de que todos os programas disponibilizados no iTunes custem 1,99 dólares.

Apesar de sua saída do iTunes, a NBC não vai abandonar a Internet. Seus programas poderão ser baixados gratuitamente em seu próprio servidor, o NBC Direct, e a nova série Chuck, sobre um viciado em computador que possui segredos de espionagem gravados em seu cérebro, pode ser baixada gratuitamente no Yahoo, Amazon e no próprio iTunes.

Entre os executivos as opiniões se dividem: alguns consideram a exibição oficial de telesséries na Internet como uma ponte para o futuro, outros acham que a ponte, no fundo, é a prancha para jogar os marinheiros para fora do navio.

Séries como 24 Horas, Lost e Heroes, em que os episódios são interligados ou trabalhados em arco, ganham com a disponibilidade, tornando possível para quem perdeu um ou dois episódios colocar-se em dia com a trama. O mesmo acontece com novas séries, que podem reunir público com rapidez tendo seus episódios disponíveis durante uma semana em todos os horários, ao invés da obrigação de colocar milhões de espectadores em seus sofás em dia e horário pré-determinados.

Por outro lado, grande parte do público ainda prefere a TV sem complicação: tela, controle remoto, poltrona. Em uma entrevista ao The New York Times, Barry Schwartz, autor de The Paradox of Choice (O Paradoxo da Escolha), aponta que a nova forma de ver TV - o espectador solitário diante de seu computador/iPod/celular - destrói a experiência humana de compartilhamento. O episódio da noite anterior não é mais o assunto no bebedouro do dia seguinte na empresa, uma vez que não se sabe o que o colega da mesa ao lado assistiu. Segundo Schwartz, o fim da experiência comunitária pode destruir momentos como o episódio final de MASH, o rapto de Scully, o assassinato de JR.

O raciocínio de Schwartz pode ser um tanto atrasado (a tecnologia em breve colocará o vídeo da Internet nas televisões e nas salas de estar, sem contar o sucesso dos TiVos, que já desconstruiram grades de programação definitivamente), mas fica a pergunta: como será a TV quando não houver mais a necessidade de criar momentos como esses em que milhões olham para a telinha ao mesmo tempo?