Séries e TV

Crítica

Unbreakable Kimmy Schmidt - 1ª Temporada | Crítica

Tina Fey acerta mais uma vez com uma série ácida e inteligente

06.03.2015, às 16H18.

Kimmy Schmidt (Ellie Kemper) é a exemplificação da boa vontade. Depois de ser enganada por um fanático religioso e seu culto maluco, ela e suas colegas de bunker, que passaram 15 anos trancafiadas, são soltas. Cheia de esperança, Kimmy decide que vai morar em Nova York e começar a explorar as possibilidades de sua nova vida na cidade que nunca dorme.

Criada pela infalível dupla de roteiristas de 30 Rock, Tina Fey e Robert Carlock, Unbreakable Kimmy Schmidt chega para inflar o pequeno, mas já excelente, catálogo de séries cômicas originais da Netflix. Já renovado para a segunda temporada, o programa chega se mostrando capaz de fazer brincadeira com estereótipos e minorias sem parecer ofensivo.

Com seu jeito inocente, Kemper, que já havia vivido uma personagem parecida em The Office, foi a escolha perfeita para o papel principal. Na verdade, quase todo o elenco de Kimmy Schmidt foi contratado com base em suas personalidades: Jane Krakowski retorna junto de Fey ao time como Jacqueline Voorhes, socialite de Nova York que contrata Kimmy como babá de seu filho. Mantendo o mesmo tom de Jenna Maroney (de 30 Rock), Krakowski é a perfeita ricaça excêntrica e se encaixa bem no grupo de amigos disfuncionais de Kimmy. Completam o time Titus (Tituss Burgess), colega de casa gay de Kimmy e aspirante a ator da Broadway;como Lilian (Carol Kane), a senhoria do apartamento que Titus e Kimmy dividem; e Xanthippe (Dylan Gelula), enteada de Jacqueline que suspeita que haja algo de errado com Kimmy, mas não sabe exatamente o que.

Diferente de House of Cards, Orange is the New Black e Marco Polo, Unbreakable Kimmy Schmidt está longe de ser apelativa para o grande público. Sem muitas explicações de piada e com um humor mais ácido, a série é repleta de bons diálogos e situações - que às vezes podem passar batido devido ao rápido texto. É curioso ver Kimmy lidando com todas as novas tecnologias e mudanças desde que foi "arrebanhada" pelo culto, aprendendo a conviver com outras pessoas além das "mulheres toupeiras".

Como os outros projetos de Fey e Carlock, precisamos de mais tempo para conhecer Kimmy e descobrir todas as suas peculiaridades. Assim como Liz Lemon (30 Rock) e Leslie Knope (Parks and Recreation), Kimmy é inteligente, engenhosa e entusiasmada. Suas dificuldades não são problemas e tudo serve de aprendizagem, tornando suas limitações a principal característica da personagem. Nada é impossível para Kimmy - e para seus amigos, que aprendem com sua perseverança.

Nota do Crítico
Ótimo