Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Veja as ofertas
Termos e Condições Política de Privacidade
Séries e TV
Crítica

Stranger Things 5 | Volume 2 mostra maturidade ao fugir do óbvio

Série escolhe caminho mais respeitoso com seus personagens antes de enfim decolar

3 min de leitura
26.12.2025, às 02H42.
Atualizada em 26.12.2025, ÀS 13H18

Existe um olhar diferente para produções que se colocam como evento. Nomes como Vingadores: Ultimato e Game of Thrones são exemplos da importância do contexto ao avaliar uma obra — e é óbvio que a quinta temporada de Stranger Things não está imune a isso. Depois de um Volume 1 intenso, que não devia nada em eventos apoteóticos, o Volume 2 parece ter um pouco mais de preocupação em respeitar seu ritmo e preparar os personagens para o grand finale.

Não é como se os novos três episódios, disponibilizados em pleno Natal, faltassem em momentos épicos ou não deixassem o espectador sem fôlego com algumas sequências. Há vários exemplos disso, ao mesmo tempo em que os respiros se destacam de formas que quase subvertem as expectativas do público.

Divulgação/Netflix

Até as 21h59 desta quinta-feira, as discussões eram sobre quem iria morrer, se Will havia mesmo construído os túneis abaixo de Hawkins e qual era o grande plano de Vecna. Boa parte das perguntas do público são respondidas, mas o verdadeiro impacto deixado pelo Volume 2 não está no óbvio: ele está nas nuances e pessoalidades de Steve, Max, Nancy e tantos outros.

Seria fácil que os Irmãos Duffer se entregassem a uma trinca de episódios acelerados, cheios de reviravoltas e traumas, encerrando o sétimo capítulo com um cliffhanger gigantesco para a véspera de Ano Novo. O que assistimos, na verdade, é um encerramento delicado para algumas das várias jornadas que se construíram até aqui — afinal, o foco do Volume 3 precisa ser, exclusivamente, a batalha final contra Vecna.

Essas construções podem até soar protocolares, como se o enredo se direcionasse, convenientemente, para situações em que conflitos antigos precisam ser resolvidos e confissões se tornam inevitáveis. Ainda assim, isoladamente, essas cenas sustentam a carga emocional do Volume 2, e só funcionam com atuações excelentes de Noah Schnapp, Sadie Sink, Caleb McLaughlin, Gaten Matarazzo e Charlie Heaton.

Claro, isso tudo acontece em meio a momentos altamente expositivos, mas não é como se alguém que assistiu Stranger Things até aqui odiasse ver Dustin explicando ciência avançada como se fosse uma matéria do ensino fundamental. Esse charme segue marcando toda nova descoberta da trupe de Hawkins, mas, como acontece desde o início da série, pode se repetir demais em algumas ocasiões.

Outro tropeço que parece onipresente em todas as temporadas é a distração com histórias desinteressantes. Se a quarta temporada tem o arco da Rússia como “mancha”, a quinta tem os militares e Kali. O grupo liderado pela Dra. Kay de Linda Hamilton agrega pouquíssimo e serve apenas como uma inconveniência para os protagonistas e espectadores; a irmã de Onze é o contrapeso para absolutamente qualquer decisão tomada, questionando cada passo com pedantismo.

Ao menos, a forma que o Volume 3 se encaminhou não parece dar espaço para que esses obstáculos surjam. Todas as distrações foram descartadas, e o épico que é inerente a eventos como Stranger Things deve tomar conta das duas horas finais da série. Talvez esse "segundo prólogo” não seja exatamente o que os fãs esperavam, mas ele não deixa de soar maduro e ciente de que precisa caminhar antes de pensar em correr.

Nota do Crítico

Stranger Things

Stranger Things

2016
15.07.2016
Thriller
Criado por: Netflix
País: EUA
Classificação: 16 anos