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Crítica

Orange is the New Black - 2ª Temporada | Crítica

Série mantém sua identidade e abre novos caminhos para Piper e as detentas de Litchfield

05.06.2014, às 19H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Ao final do primeiro ano de Orange is the New Black, o futuro de Piper (Taylor Schilling) e da série eram incertos. Era óbvio que existiriam consequências, mas quais? Em que dimensões? Qual seria o destino de Chapman dentro da penitenciária? Com pouco menos de um ano entre uma temporada e outra, os dois primeiros episódios do ano dois esclarecem muita coisa - mas não sem antes confundir um pouco.

Orange is the New Black

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[Cuidado, possíveis spoilers à frente!]

Na primeira cena vemos que as ações de Piper a levaram à solitária. Sendo exatamente o que o nome sugere, a detenta fica isolada do mundo, sem contato com ninguém além do guarda que leva sua comida - o que acaba a deixando alienada não só do mundo exterior como também da vida na prisão. Sendo assim, quando alguém vem buscá-la após um mês e não diz o motivo, ela fica sem saber o que está acontecendo.

A alienação de Piper funciona muito bem como ferramenta para nos introduzir novamente em sua história, afinal, nós também não sabemos o que está acontecendo. É aflitivo vê-la sendo levada de um lugar a outro, entrando em carros, ônibus e até em um avião, sem saber o que vai acontecer dali em diante. Aflitivo e inteligente. Enquanto a maioria das produções tende a colocar o espectador à frente do protagonista na trama, invariavelmente o tornando mais integrado da situação do que o personagem, "Pássaro com Sede" nos deixa tão no escuro quanto Piper.

Inicialmente é um baque pensar que não veremos mais os rostos do primeiro ano, que conheceremos novos presos, novos guardas e teremos de nos habituar a eles assim como Chapman, que deverá criar novos laços, amizades e se provar novamente em um novo ambiente. No entanto, a ideia de novidade é refrescante e começa a fazer sentido quando somos introduzidos às novas presidiárias, cada uma com sua estranheza e costume, mantendo a tradição das fortes personagens femininas.

O primeiro episódio estabelece bem qual será o ritmo da trama de Piper para o segundo ano, mas voltamos a Litchfield em "É Azul, Mas Tem Gosto de Vermelho". A narrativa estabelecida no ano um de flashbacks ao longo do episódio é mantida e o formato ganha consistência quando os capítulos mantêm o foco respectivamente em Piper e Taystee (Danielle Brooks). Entretanto, a série não perde sua identidade e dá abertura também aos dramas de Alex (Laura Prepon), Red (Kate Mulgrew), Day (Dascha Polanco) e Pennsatucky (Taryn Manning).

A segunda temporada de Orange is the New Black abre com muito potencial, mas também risco de problemas com a divisão de núcleo. Todos os 13 episódios estreiam na Netflix em 6 de junho.

Nota do Crítico
Bom