Séries e TV

Crítica

Arrow - 5ª Temporada

Arrow aposta em retorno às origens para reconquistar fãs e encerrar um ciclo de narrativas

26.05.2017, às 16H48.
Atualizada em 08.10.2019, ÀS 17H59

Se existe algo que Arrow consegue fazer, para o bem e para o mal, é surpreender. Durante cinco anos, Oliver Queen e sua turma passaram por muitos altos e baixos. Enquanto as duas primeiras temporadas foram marcadas por boas surpresas e reviravoltas, as temporadas três e quatro representaram uma tentativa falha de expansão da mitologia da série. Se por um lado esta expansão serviu para dar vida a The Flash e Legends Of Tomorrow, por outro deixou Arrow sem identidade própria.

O início da narrativa de Oliver Queen e seu Arqueiro foi marcado por uma abordagem realista e bem próxima do Batman de Christopher Nolan. Slade Wilson, um dos vilões mais importantes da série, foi apresentado de forma crível e bem construída. Uma fórmula de sucesso que não conseguiu ser replicada nas temporadas seguintes. Arrow se desgastou, apostou em elementos sobrenaturais e transformou a morte, antes um elemento de choque muito importante para sua própria narrativa, em banalidade.

O quinto ano começou em um cenário de desgaste de tramas, principalmente depois da morte de Laurel Lance ao final do ano anterior. Apesar do avanço narrativo de todos os personagens, a série finalizou sua quarta temporada com a necessidade de novos ares. Foi no retorno às origens que Arrow encontrou sua redenção.

Ao apostar na nostalgia e retomada de elementos clássicos, a série conseguiu ressuscitar o frescor de seus primeiros anos. Felicity Smoak experimentou a felicidade de ter uma trama para chamar de sua e os vilões, parte valiosa da trama, voltaram a ter a complexidade deliciosa de assistir na tela. Exemplo disso é Prometheus, uma reconstrução bem-sucedida de Slade Wilson e Malcolm Merlyn.

As novas tramas foram envolventes dentro do possível para uma série de 23 episódios. Uma das boas surpresas deste ano é o novo time Arrow com Rene Ramirez, Curtis e a nova Canário Negro que, apesar do pouco tempo de tela, foram apresentados de forma satisfatória. A narrativa de Oliver Queen prefeito também foi bem introduzida e equilibrada com a trama principal. Olicity, que dividiu opinião de fãs na temporada passada, perdeu tempo de tela para empoderar Felicity Smoak e retomar o casal de forma mais sutil. Definitivamente uma temporada de reparos.

Apesar dos acertos, os flashbacks continuraram e pouco acrescentaram à narrativa, servindo apenas para reforçar conceitos ou frases prontas do protagonista. O lado bom é que, quando a próxima temporada começar, não teremos mais o Oliver jovenzinho e suas tramas cheias de furos para preencher roteiro. Outro ponto negativo é a continuação do plot “não sou mais o Arqueiro assassino”, já explorado ao longo de várias temporadas.

O passado, muito importante até aqui, foi utilizado para reforçar a atmosfera de retorno às origens e, apesar do risco, funcionou. O episódio 100, um momento importante para qualquer série, foi marcado pelo retorno ao clima da primeira temporada com Moira, Robert e Laurel Lance. Um momento de glória para os fãs e para a trama, principalmente por fazer parte do crossover com The Flash, Supergirl e Legends Of Tomorrow.

Arrow acertou ao apostar num vilão que busca vingança pelos atos justiceiros do próprio Arqueiro e que, finalmente, não inclui um ato terrorista em Star City como cartada final. O retorno às origens e o olhar para o futuro da série foi bem representado pela explosão de Lian Yu, onde todo este samba começou. É uma belíssima metáfora para o fechamento de ciclo que este quinto ano representa.

A quinta temporada de Arrow foi uma ótima surpresa para os fãs, retomando personagens, situações e lugares importantes para a mitologia da série, além de ter conseguido reparar a avalanche de erros das temporadas anteriores. Se este caminho de redenção continuará no sexto ano, somente o futuro nos dirá. Por agora, basta celebrar que as coisas estão de volta aos trilhos. Essa pode não ser a melhor série da minha e da sua vida, mas voltou a ser um bom entretenimento.

Nota do Crítico
Bom