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China exige desculpas sinceras da CNN

Jornalista do programa The Situation Room chamou líderes chineses de capangas e criminosos

EF
18.04.2008, às 00H00.
Atualizada em 12.04.2017, ÀS 04H01

O governo chinês rejeitou as desculpas da rede CNN pelos comentários feitos pelo apresentador Jack Cafferty no programa The Situation Room. Na edição de 9 de abril do programa, Cafferty comentou que o relacionamento entre Estados Unidos e China havia mudado nos últimos anos, mas criticou a transferência de empregos para o país asiático, para onde as indústrias estão sendo atraídas pelos baixos salários e falta de direitos trabalhistas. O jornalista também disse que os Estados Unidos importavam lixo pintado com tinta com chumbo e ração de animal envenenada da China, lembrando os casos recentes dos brinquedos que foram recolhidos por conterem chumbo na composição da pintura. Cafferty também classificou os líderes chineses como "o mesmo bando de capangas e criminosos dos últimos cinqüenta anos".

O Ministério das Relações Exteriores da China entrou em contato com o escritório local da CNN exigindo desculpas. A rede respondeu dizendo que os comentários de Cafferty referiam-se aos líderes chineses e não ao povo, além de lembrar que o jornalista é conhecido por suas opiniões fortes, inclusive sobre o próprio governo dos EUA. O argumento da CNN, no entanto, não foi aceito e o porta-voz do Ministério, Liu Jianchao, exige que a CNN e Cafferty retirem os comentários e peçam "desculpas sinceras" a todo o povo chinês. O porta-voz também acusou a rede de tentar semear a discórdia entre o povo e o governo chinês.

Além da CNN, jornalistas ocidentais de outros veículos têm recebido ameaças desde que começou a divulgação dos protestos que acompanham a caminhada da tocha olímpica. A China acusa o ocidente de criticar o país injustamente pela ação de suas forças de segurança contra manifestantes que aproveitam a passagem da tocha para lembrar o desrespeito aos direitos humanos e a invasão do Tibete. A briga já rendeu um site chamado anti-cnn.com, que tenta apontar o que seus organizadores definem como atitude preconceituosa contra a China.

O governo chinês proibiu jornalistas estrangeiros de visitar o Tibete, com exceção de uma visita guiada, e áreas habitadas por grupos étnicos tibetanos também foram fechadas ao acesso de estrangeiros. Além dos comentários de Cafferty, os chineses acusam a CNN de divulgar uma imagem editada em que um grupo de manifestantes foge de um caminhão militar durante as manifestações em Lhasa. A imagem completa, segundo os chineses, mostraria os manifestantes jogando pedras contra o caminhão.