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A Mulher da Casa Abandonada | Ter a vítima na série acaba com dúvidas, diz autor

Viajamos até Washington, D.C. para conversar com o jornalista Chico Felitti e a diretora Kátia Lund sobre a nova produção

16 min de leitura
16.08.2025, às 07H30.

Fazia mais de 30ºC do lado de fora da sede da MPA (Motion Pictures Association), em Washington D.C., antes da exibição dos dois primeiros episódios de A Mulher da Casa Abandonada, série documental que leva ao Prime Video a história do podcast criado por Chico Felitti, em 2022. Se no primeiro momento é estranho pensar em uma série brasileira sendo lançada na capital americana, a lembrança de que a história de Hilda dos Santos e Margarida Bonetti parte de Maryland, o estado onde fica D.C., logo deixa tudo mais claro. Ao assistir os episódios, as coisas fazem ainda mais sentido dado o tanto que o caso foi importante para a justiça de lá. Inclusive mais para a justiça de lá do que para a do Brasil, diga-se.

"Esse foi o caso da minha carreira, o Neily disse", lembrou Chico Felitti sobre a frase que ouviu de um agente do FBI durante a gravação nos EUA. O Omelete conversou com o jornalista e a diretora Kátia Lund após a exibição dos episódios e de uma rodada de perguntas e respostas. “Na série, eu sou só mais uma voz, assim, e isso foi acho muito positivo para a história como um todo, porque só faria sentido uma adaptação do podcast, a meu ver, se realmente levasse essa história adiante”, contou Felitti sobre o lançamento da Amazon.

Fenômeno do gênero true crime, o podcast da Folha de S.Paulo movimentou não só a sociedade de paulistana e os programas policiais da tarde da TV brasileira, como todos os curiosos sobre o caso, que também ganhou grande repercussão nas redes sociais. Lund, no entanto, afasta a ideia de espetacularização e diversão com sofrimento do documentário. “É sobre essa pessoa que vira o jogo e sai vitoriosa no final. Claro que ela sofre até hoje, com o trauma e é uma coisa que você não supera, mas ela tem resiliência, força e luz”, disse a diretora sobre Hilda. “E ela é inspiradora. Então, não é puro voyeurismo de estar vendo, tendo prazer, entretenimento no sofrimento do outro, né?”

A diretora contou também que tem planos para transformar a história em longa-metragem, mas que a Amazon, por enquanto, ainda não deu ok. "Eu tenho, na minha cabeça, o longa pronto. Eu já sei exatamente o que eu faria. Mas aí eu teria que ter liberdade para fazer o que eu imagino que seria legal”, afirmou ao Omelete

Confira a entrevista na íntegra abaixo! 

OMELETE: True crime é um gênero que hoje é muito muito popular. As pessoas consomem muito, série, podcast, filmes. Como foi trazer o podcast para o audiovisual, pro visual, principalmente, porque dar cara para as pessoas é muito importante nessa história. A gente pode ver as pessoas. Então, quão importante para vocês foi isso? Contar essa história com o rosto das pessoas, com as pessoas que participaram ali.

Kátia Lund: Nossa, eu acho que quando você vê a cara da Hilda, não tem como você duvidar dessa mulher, né? Aí deixa de ser aquela história de fofoca. Porque o podcast tem essa coisa que você não está vendo. Então você está ouvindo as pessoas, "O que que você acha?". "Não, o que que ele falou? O que que ela falou?". Agora você olhar o rosto de uma pessoa, né? É bem diferente, né?

OMELETE: Chico, pra você, como foi ver essa história que antes era só a sua voz? É muito interessante a gente escutar você narrando o podcast o tempo inteiro e é legal que na série você participa, mas a montagem traz outras vozes também pra contar a história.

Chico Felitti: Na série, eu sou só mais uma voz, assim, e isso foi acho muito positivo para a história como um todo, porque só faria sentido uma adaptação do podcast, a meu ver, se realmente levasse essa história adiante. Se... Tem algumas adaptações de podcasts que são quase que literalmente a versão em áudio, só que em vídeo. E acho que essa nunca foi a ideia. E quando a Kátia embarcou no projeto, eu fiquei sabendo que ela faria, pra mim foi um alívio tremendo, assim, porque enfim, a mulher está na lista de 100 melhores obras do século do New York Times. E eu sabia que seria uma perspectiva diferente e seria um aprofundamento maior nessa história. Porque o podcast era uma produção pequena, assim, não vou negar. Era eu sozinho por seis meses com um gravador e com recurso de zero reais e zero centavos. Era uma produção muito pequena. Então, eu acho que uma oportunidade de uma produção maior, audiovisual, além de mostrar, dar rosto para as pessoas e trazer novos rostos que não estavam no podcast, é também mergulhar e esclarecer qualquer dúvida que pudesse existir. Porque no podcast, por ser uma coisa muito conversacional, muito coloquial de: "Ah, fala com o porteiro um, depois fala com o porteiro dois, daí fala com a vizinha, daí a fofoca na vizinhança é essa". 

Tinha, claro, um respaldo factual, mas é diferente de você ouvir um agente do FBI falando: "Esse foi o caso da minha carreira", que é o caso do Don Neily, né? E tudo evidenciado e tudo lastreado e tudo documentado e com a perspectiva da Hilda. Ter a perspectiva da Hilda acaba com qualquer possibilidade de dizer: "Ah, mas não era bem assim. Ah, mas isso, será que aconteceu mesmo?". Gente, essa pessoa viveu isso. Essa pessoa tem 90 anos e teve a coragem de compartilhar a história dela porque ela quer evitar que isso aconteça de novo. Então, acho que pra mim, o audiovisual vem pra isso, assim. Vem pra não deixar nenhuma dúvida, assim, sobre esse caso.

Kátia Lund: Mas é interessante que ele foi lá, ele puxou um fiapo, né? E veio vindo. E é legal ter essa dúvida no começo, que as pessoas: "É verdade, não é verdade?”. E você vai aos poucos chegando no fundo, né? Em vez de ser uma coisa "pá, pum", né? Factual.

OMELETE: Isso é uma coisa que, vendo os episódios, eu percebi, porque eu fiquei esperando para seguir a história do podcast. Então, aquela coisa, o primeiro encontro, encontrar ela na rua, estar passeando com o cachorro... A série não começa dessa forma, né? Vocês acham que a série também é um complemento ao podcast e quem não ouviu o podcast antes, vai voltar pra ouvir depois de ver a série, buscando mais conteúdo sobre o caso?

Chico Felitti: Nossa, eu nunca pensei nisso. De verdade, assim. Agora você falou, pensei: "Ué, talvez, né?". Nós vamos descobrir. Eu nunca tinha pensado nisso. Acho que uma, uma preocupação muito grande, que eu sei que existia do meu lado, imagino que existia da Kátia também, é que a série fizesse sentido para quem nunca tivesse tido contato com essa história. E a série parasse de pé e fosse, tivesse um pouco de didatismo, tivesse pontos de entrada ali para quem nunca viu. Acabei de falar com uma americana de Miami, que nunca tinha ouvido falar dessa história, obviamente. Ela é americana, americana mesmo, não tem nenhuma conexão com o Brasil. E ela jura que ela entendeu. Ela jurou que foi impactante, que ela entendeu essa história inteira. Então, acho que foi uma grande preocupação isso. Quem nunca ouviu, podcast é nicho. Não dá para contar que as pessoas conhecessem essa história, assim. E acho que, a meu ver depois de assistir essa série algumas vezes, eu acho que ela para de pé enquanto uma série autônoma, ela não depende do podcast, mas eu nunca tinha pensado no contrário, se a pessoa que vê a série vai querer ter mais recurso no podcast ou querer ter um outro recorte no podcast, pra ser sincero.

OMELETE: Quando vi que seriam três episódios, pensei "Ué, podcast são seis, vão pegar tudo e colocar em três episódios”. Tem detalhes no podcast que vocês tiraram para contar a história de outra forma, porque vocês deram uma visão diferente na série, a visão da Hilda, contando a história da vítima. Vocês falaram sobre ser um true crime que não é sobre um corpo, mas sobre essa pessoa.

Kátia Lund: É sobre essa pessoa que vira o jogo e sai vitoriosa no final. Claro que ela sofre até hoje, com o trauma e é uma coisa que você não supera, mas ela tem resiliência, força e luz. E ela é inspiradora. Então, não é puro voyeurismo de estar vendo, tendo prazer, entretenimento no sofrimento do outro, né? Dahmer, assim…

OMELETE: É, eu tenho uma barreira com o true crime por causa, um pouco disso, sabe? O Jeffrey Dahmer, por exemplo, você ficar acompanhando ali e aí você fica assim: "Será que eu quero ver isso?". Mas aqui a gente vê que é uma história muito de superação, de uma mulher que conseguiu sair do porão, que é praticamente o buraco que ela estava na vida, para viver hoje feliz, como vocês estão mostrando na história.

Chico Felitti: Eu acho que o terceiro episódio, além de mostrar essa vitória da Hilda, enfim, essa conquista dela da liberdade, a conquista de uma vida, de amigos, ele mostra um pouco mais da Margarida do que os dois primeiros. É quando entra na história da família, é quando entra em outro aspecto.

Kátia Lund: Tem o julgamento e mostra o que aconteceu da Margarida. Dá uma virada, uma aprofundada. Porque até agora [dois primeiros episódios] a gente só está explicando. A gente está fazendo a ponte do podcast. Teve uma comoção, aconteceu. A gente está apresentando a Hilda, apresentando o FBI, apresentando a comunidade, o crime. E a história acontece mesmo no terceiro episódio.

OMELETE: Uma coisa que eu fiquei pensando ali vendo: foi um podcast, virou uma série documental. Vem um longa metragem dessa história? Você tem esse pensamento? Vocês pensam em fazer, contar essa história com atores e para ser, porque é uma história muito universal. Você estava falando que você estava conversando com uma americana e ela estava falando sobre esse assunto, como ela entendeu, porque eu acho que é uma história universal. Quando a gente fala sobre o Ainda Estou Aqui, no ano passado, é uma história universal. Então, será que a gente vai ver um longa sobre?

Kátia Lund: Bom, a Amazon tinha me pedido para fazer a série documental e o longa. Então, eu desenvolvi um roteiro de longa enquanto a gente fazia a série documental. Só que esse ano decidiram não fazer o longa, por enquanto. Porque teve muitas mudanças estruturais. Então, não sei se com a repercussão da série, se a Amazon não vai querer realmente fazer o longa. Eu acho que não daria para fazer com a perspectiva que eles queriam fazer. Mas dá pra... Eu tenho, na minha cabeça, o longa pronto. Eu já sei exatamente o que eu faria. Mas aí eu teria que ter liberdade para fazer o que eu imagino que seria legal. Agora, eu não sei se a Amazon vai querer fazer, ou se alguém vai querer fazer. Mas desistiram, por enquanto, de fazer.

Chico Felitti: Vamos ver. Do meu lado, eu sempre torço para que gente talentosa... Minha questão é encontrar a pessoa talentosa e a pessoa que vai fazer bem aquilo e falar: "Toma, que o filho é seu" e sair do caminho dela. Minha prática é essa, assim. Eu vou lá fazer minhas coisinhas, eu vou lá sair com o gravadorzinho na rua. Você, Kátia Lund, brilha muito. Faz o que você é pródiga em fazer, que eu não vou te atrapalhar. (risos)

Kátia Lund: (risos) E isso foi incrível, assim, que quando chegou a proposta, a gente ficou pensando: "Putz, como vai ser, né, com o Chico? Será que ele vai querer?". E, literalmente, ele, ele confiou, né? Ele falou assim: "Vai aí" e ajudou pra caramba. Ele deu toda a pesquisa, deu todas essas pontes, assim, de pessoas que ligaram depois. Só ajudou.

Chico Felitti: Tento não atrapalhar. O meu melhor é não atrapalhar. Assim, ajudar eu não prometo. Prometo não atrapalhar.

Kátia Lund: É difícil isso acontecer, porque ninguém gosta de soltar o filho, né?

Chico Felitti: Não. Eu acho que é reconhecer seu limite e falar: "Bicho, você sabe fazer isso muito bem. Vai você", assim. Senão vira... O que pega mais é autor ou autora que fica com zelo, achando que é dele. Não é meu, cara. Nada é de ninguém, né, na real.

Kátia Lund: É verdade. Não é de ninguém.

OMELETE: Você tem noção de quanto de material você tem, assim? De áudios, horas de áudio, de fotos, ou, ou documentos?

Chico Felitti: Eu gosto de abrir um drive. Eu printo toda mensagem que chega, eu guardo todo áudio que eu tenho num drive. Então, tem muita coisa e muita coisa que apareceu depois do podcast. Inclusive, no terceiro episódio, a gente vai para Campinas porque um sujeito muito jovem me escreve e fala: "Essa pessoa morou na minha casa quando eu era criança". E a gente fala: "Que improvável!". A gente vai para Campinas e, de fato, ela tinha morado numa casa pobre.

Kátia Lund: A gente descobriu o esconderijo dela. Durante o tempo que o crime ainda podia ser processado no Brasil, antes de prescrever.

Chico Felitti: Ela ficou dez anos em Campinas num bairro super classe média pobre.

Kátia Lund: Ela fingiu que ela era uma pessoa pobre, num bairro de periferia. Ela, ela se disfarçou como se fosse Hilda, quase. Porque ela usou exatamente a mesma roupa, ela colocou um negócio na perna, ela ia mancando...

Chico Felitti: Ela criou um personagem, né?

Kátia Lund: Ela, ela fez um, um personagem para as pessoas sentirem pena dela.

Chico Felitti: E voltou pra casa abandonada.

Kátia Lund: E fingiu que ela era pobre. E ela, ela se... Ela se disfarçou de Hilda.

OMELETE: É, e o lance de criar esse personagem continua, né? Porque a gente vê aquela coisa dela repetir sempre a mesma história e tal.

Kátia Lund: É, as pessoas têm pena dela, mas ela criou esse personagem para as pessoas terem pena dela. Que é essa casa caindo aos pedaços. Ela tem dinheiro, ela tem propriedades, ela tem. Ela poderia arrumar.

OMELETE: E essa coisa que vocês falaram [durante o evento de lançamento na MPA] de ver gente fantasiada no carnaval, como que isso afeta vocês, assim?

Chico Felitti: O lançamento do podcast foi uma insanidade, né? Eu não sabia o que pensar, assim. Minha cabeça ia para todas as direções possíveis. Você pensava: "Será que a mensagem que tinha com um intuito não passou? Será que ninguém entendeu?". Eu admito que eu só fiquei mais apaziguado, um pouco mais tranquilo, quando começaram a sair os números de denúncia do Ministério Público do Trabalho, tipo aumentou e não parava de aumentar. E entender que se uma pessoa foi salva dessa situação, se uma vida foi salva de situação degradante, todo o resto foi espuma. Invasão da casa, helicóptero, tudo o resto é irrelevante.

OMELETE: É muito interessante porque quando eu falei que viria assistir a série tenho os amigos que não são de São Paulo e eles escutavam o podcast e me disseram: "Cara, a gente não tem muita noção de como é, porque é em São Paulo, a gente não conhece o bairro". Então você começa a ver na série, as imagens, as pessoas... Aquilo tudo que eles ouviram…

Chico Felitti: Concretiza, né? Concretiza.

OMELETE: A Mari...

Chico Felitti: Mari Muradas, é.

OMELETE: Ela é uma pessoa que é importante no início do podcast na história. Aí você vê a cara dela, você vê como que é a pessoa que está ali, né? É legal vocês terem trazido alguns desses personagens de volta. Agora a Vicky, ela não quis participar, foi isso?

Kátia Lund: Nossa, investi muito tempo nela. E ela, na véspera, o último dia de filmagem que a gente estava aqui, ela tinha se comprometido a falar com a gente 3 horas. A gente já estava agendado. E na véspera, penúltimo dia, a gente estava filmando com o FBI. Na frente da casa dos Bonetti, que é quase vizinha da casa dela, né? Já estava de noite. E ela passou de carro, parou do nosso lado e falou: "Olha só, não vou participar". Aí, cara, eu tinha investido muito tempo nisso. Aí o Neily, do FBI, falou com ela, disse que era importante, seria importante para a Hilda, mas ela disse que não podia e já estava decidida. A gente entendeu e não teve jeito. Porque já era o último dia de filmagem. E tem um orçamento limitado, tem um cronograma limitado e tal. Mas, eu entendi que, assim, provavelmente, ela tinha falado com alguém, talvez igreja, alguma questão jurídica, uma coisa maior, que ela estava com muito medo. Porque depois do podcast, muita gente foi procurar ela, né? Jornalistas brasileiros foram bater na casa dela e... E ela tem quase 80 anos, né? Não sei.

OMELETE: Assusta um pouco também a pessoa, né?

Kátia Lund: Acho que sim. A repercussão, né?

OMELETE: Um caso que já tinha tido tanto tempo, parou, volta.

Chico Felitti: É, eu acho que tem uma coisa da mídia e de como ela é produzida, né? Porque no meu caso, também foi a entrevista mais difícil de conseguir, a da Vicky, porque era uma coisa de: "Marca, não vai. É on, é off. É on, é off". Eu juro, foi um balé ali de uns 70 passos. Mas eu era um sujeito com um gravador. Eu acho que é mais fácil de você convencer uma pessoa a falar quando você é uma pessoa com um gravador do que uma equipe, né? Uma equipe intimida.

Kátia Lund: Por mais que a equipe nos Estados Unidos fosse enxuta, né? Foi bem reduzida a minha equipe de cinco pessoas aqui. Mas ela falou: "Não, não pode mostrar minha casa, não pode mostrar meu rosto, não pode". Eu falei: "Não tem problema, a gente filma". Aí ela falou assim: "Não, só áudio". Falei: "Tudo bem". No final, eu até achei que tudo bem ela não falar, porque a gente só tinha mais um dia para filmar. E aquela diária foi a diária que eu filmei a atriz que faz a Hilda. E quando aquela atriz começou a andar naquele bairro... Nossa! Aí eu entendi. Os vizinhos ficaram chocados. A vizinha que fala: "Como eu não sabia?”, na série, parou na frente da atriz e falou assim: "Hilda?". Ela achava que era Hilda, de verdade. Então, assim, a gente filmou muita coisa naquele dia.

Tudo sobre A Mulher da Casa Abandonada

A Mulher da Casa Abandonada adapta do podcast true crime de Chico Felitti para uma série documental no Prime Video. A produção é da Coiote, e a produção executiva é de Katia Lund, Marcia Vinci, Gil Ribeiro, Margarida Ribeiro e Chico Felitti. 

"A produção é o resultado de um rigoroso jornalismo investigativo e de uma incansável pesquisa para encontrar as informações mais precisas e depoimentos relevantes. Esse projeto reforça nosso compromisso de levantar histórias poderosas e relevantes que falem sobre os tempos em que vivemos. Ele vai além do podcast. Com o poder das imagens e de novos depoimentos, conseguimos dar mais contexto e visibilidade às consequências desse caso, que ainda reverbera no Brasil e fora dele", diz Javiera Balmaceda, Head de Originais para a América Latina, Canadá, Austrália e Nova Zelândia do Amazon MGM Studios.

Reportado e narrado pelo repórter Chico FelittiA Mulher da Casa Abandonada foi um popular podcast narrativo da Folha de São Paulo que investigou a história de uma figura misteriosa, uma mulher que mora numa mansão em estado ruína no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Se apresentando  como "Mari", a mulher foi vista algumas vezes por moradores locais com a cara cheia de uma pomada branca e é revelada como alguém que, duas dé adas antes, fugiu dos Estados Unidos, onde foi acusada de um crime hediondo. A história toma rumos inesperados, passando por julgamentos, pela capital norte-americana de Washington, por uma investigação do FBI e por uma empresa que fabrica satélites e foguetes para a NASA.

Com seis episódios, o podcast foi um hit entre brasileiros. A série chega ao Prime Video em 15 de agosto, com direção de Kátia LundLivia Gama e Yasmin Thayná.