A expectativa foi criada principalmente em torno do seu formato inovador: toda a temporada é dedicada a uma única história contada em tempo real.
Nenhum dos dois recursos, no entanto, é inédito. Em 1974, toda a trama da novela O rebu acontecia durante festa. Em Tempo esgotado, Johnny Depp tentava salvar a filha em 90 minutos de tempo real, e até Arquivo X usou esse recurso numa alucinada corrida de Scully pelos corredores do FBI. O mérito de 24 Horas é arriscar não ter episódios isolados, nem a possibilidade de exibí-los fora de ordem em reprises intermináveis.
Um relógio aparece, de tempos em tempos, mostrando o andamento da história, o que obriga a veiculação dos capítulos em ordem cronológica. Ações concomitantes dividem a tela em duas, três ou quatro partes, e a seqüência não é interrompida para comerciais. É um formato que exige comprometimento e, apesar de todos os elogios da crítica, vem penando para conseguir os índices de audiência desejados nos Estados Unidos.
Surnow e seu colega desorientam o público, indicando um suspeito que, minutos depois, é assassinado. O relógio batendo forte e as telas divididas ajudam a reforçar a sensação de urgência, ideal para o modo como a história é narrada. Os episódios, aliás, não têm título, mas indicações do tempo que cobrem.
A única bola fora é o agente que diz que a CIA pode estar contra o senador Palmer (Denis Haysbert) porque, se eleito, ele vai acabar com a organização. Seria mais provável que Bin Laden se converter ao catolicismo, e mais fácil convencer o público que o agente corrupto que Bauer procura foi comprado por uma pilha de verdinhas.
Definitivamente, merece ser acompanhado.
24 Horas estréia na Fox dia 04/03- segunda-feira 21 horas.