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13 Reasons Why | Tudo que sabemos sobre a segunda temporada

Rumo ao segundo ano, algumas teorias ganham força entre os espectadores

15.08.2017, às 20H23.
Atualizada em 15.08.2017, ÀS 23H02

A Netflix revelou novos personagens para a segunda temporada de 13 Reasons Why. Com isso, mais teorias passam a rondar o imaginário dos espectadores, pois mesmo que a trama da primeira fase possa ser considerada conclusiva, muitas pontas soltas foram deixadas pelo caminho.

Publicado em 2007, o livro homônimo no qual a série foi baseada não possui continuação. Em termos práticos, isso pouco preocupa, visto que a equipe criativa corrigiu deslizes e ampliou de forma coerente a narrativa literária de Jay Asher, abrindo espaço para discussões além dos conflitos da protagonista e quebrando o maniqueísmo dos personagens. Agora, resta saber o que o produtor Brian Yorkey prepara para a sequência, que deve estrear em 2018.

“Depois de 13 episódios, os personagens estão apenas começando a se recuperar, a reconhecerem qual papel podem ter desempenhado na morte de Hannah e de que maneira esse suicídio mudará suas vidas daqui para frente”, disse Yorkey a Entertainment Weekly.

O produtor afirmou, ainda, que a história de Hannah Baker não acabou. “Hannah contou a versão dela, mas existem 12 adolescentes que têm outras perspectivas sobre aqueles acontecimentos”, explicou em um painel da Netflix. “Nós veremos Hannah em flashbacks, [...] com partes de sua vida que não conhecemos durante a primeira fase”, completou ao Mashable.

É improvável, portanto, que Baker continue como protagonista. Ainda não se sabe qual será o fio narrativo da continuação, mas o produtor confirmou que, assim como na primeira temporada, haverá narração em todos os episódios – não mais na voz de Hannah ou por meio de fitas cassete, no entanto. Assim, criam-se algumas teorias: 13 consequências para os Porquês de Hannah? 13 Porquês de algum outro personagem?

Até o momento, a certeza é que o suicídio de Hannah destilou culpa. A falta de desfecho para as cenas de interrogatório dos últimos episódios é uma das pontas soltas mais prováveis de serem exploradas. Afinal, quem merece ser punido?

Responsável pelo estupro de Hannah, Jessica e provavelmente de muitas outras garotas, Brice certamente merece. Na pele de Jessica, a sequência também deve mostrar como é conviver com a dor e a indignação de tal violação. “Deixar essas duas pontas em aberto seria perturbador”, disse o showrunner.

Tão perturbador quanto o arsenal de armas que Tyler esconde entre câmeras, lentes e flashes. Vítima de bullying, o garoto forma uma combinação perigosíssima, que já resultou em inúmeros massacres em escolas nos Estados Unidos.

Nas suposições de alguns espectadores, Tyler não só planeja atacar a Liberty High School como também já pôs em prática seu esquema de vingança, sendo o verdadeiro responsável pelo tiro na cabeça de Alex. A hipótese, porém, foi negada pelo ator Miles Heizer (Alex) em entrevista ao The Hollywood Reporter: “Foi interessante reparar nas semelhanças entre Alex e Hannah, pois ele dá muitos sinais de alerta ao longo da temporada. É outro assunto raramente mostrado nas telas e que provavelmente é muito mais comum do que as pessoas imaginam: tentativas de suicídio falhas. Tenho certeza de que isso trará vários problemas interessantes de abordar.”

Um erro de continuidade na cena de Alex a caminho do hospital, inclusive, deu asas a mais uma teoria. No penúltimo episódio, em um frame rápido, percebe-se que o garoto atendido pelos paramédicos tem cabelo castanho, não platinado. Por isso, muitos fãs imaginaram que fosse Justin na maca da ambulância, em vez de Alex. A hipótese, contudo, não tem fundamento, já que no episódio seguinte Justin aparece vivo. Sem amigos, sem a namorada, com problemas familiares e até mesmo sem um teto para morar, mas vivo.

Independentemente das teorias e da sobrevivência de Alex, quantos e quais teriam sido seus Porquês? Será que o suicídio de Hannah teria inspirado outros personagens a darem cabo de suas vidas?

Uma personagem com claras tendências suicidas é Skye Miller, que trabalha como garçonete no restaurante Monet’s. A julgar por ambos os finais do livro e da série, Clay consegue ajudá-la: a última cena do último episódio mostra a personagem de uma lente esperançosa, passeando com os novos amigos no Mustang de Tony. Mas seria fácil assim superar um passado tão doloroso? Pouco provável.

Por falar em Tony, será que ele enfim mostrará a que veio? Latino e gay, o personagem traz inúmeras possibilidades de representatividade, assim como Courtney Crimson, que reprime a homosexualidade a todo custo, e possivelmente Nina, uma das novas personagens, descrita como uma respeitada corredora que guarda um grande segredo.

Dentre as adições de elenco, destaca-se Cyrus, um encrenqueiro que inesperadamente se torna defensor dos oprimidos e provavelmente se juntará a Justin, que não deve mais pertencer ao lado opressor da força.

Cyrus tem uma irmã: Mackenzie, uma menina artística e espirituosa que não tem medo de dizer o que pensa. Faz sentido que ela se una a Jackie, uma defensora de vítimas de bullying carinhosa e inteligente. As duas talvez tenham o papel de militância por questões relacionadas ao machismo com que a sociedade trata as mulheres, prestando suporte a vítimas como Jessica, aliás. No mesmo ambiente, estará Chloe, uma típica it girl líder de torcida que até o momento nada tem de extraordinário, mas pode surpreender.

O núcleo adulto, por sua vez, recebe Rick, um amado treinador de beisebol; Caleb, treinador de box de Tony; e Sonya, uma advogada inteligente e ambiciosa que provavelmente trabalhará para os pais de Hannah. Serão apresentados também Barry, Nora e Carolyn, os pais de Brice e a mãe de Alex, respectivamente. Ausentes durante a primeira temporada, será interessante observar se eles têm maturidade para lidar com os problemas dos filhos.

De acordo com o produtor, ainda que a série seja sobre perdas e traumas, os personagens terão oportunidades de se recuperar. “À medida que eles começarem a emergir deste período sombrio, descobriremos que existe luz e esperança.”