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Organização inglesa pede que livraria recolha HQ racista de Tintim

Aventura no Congo do ícone belga já provoca polêmica desde os anos 40

13.07.2007, às 00H00.
Atualizada em 25.11.2016, ÀS 11H06

Segundo o jornal Daily Telegraph, a organização inglesa Comission for Racial Equality (Comissão pela Igualdade Racial) solicitou à rede de livrarias Borders que retire das suas estantes o álbum Tintim no Congo, clássico em quadrinhos do belga Hergé. A organização alega que o livro é racista na sua representação dos personagens africanos.

tintim

"Este livro contém imagens e palavras de terrível preconceito racial, onde os 'nativos selvagens' se parecem com macacos e falam como imbecis", disse uma representante da organização.

Tintim no Congo já tem uma história de controvérsia. É o segundo álbum do personagem, lançado em 1931, quando o Congo ainda era colônia da Bélgica. Na republicação de 1946, Hergé reduziu o número de páginas e tirou as referências ao colonialismo. Mas seus desenhos politicamente incorretos dos congoneses - bem como uma cena em que Tintim mata um rinoceronte - continuaram irritando os seus críticos. O álbum foi, inclusive, um dos poucos que demoraram para ser traduzidos para outros idiomas - só ganhou versão em inglês, a cores, por exemplo, em 2005.

A defesa histórica de Hergé (falecido em 1983) é que ele estava escrevendo e desenhando de acordo com o pensamento da época quanto aos africanos.

A Comission for Racial Equality rebate que "sim, ele foi escrito há muito tempo, mas isso não o torna aceitável. Isto tem o potencial de ser altamente ofensivo para um grande número de pessoas. É inconcebível que na época em que vivemos a Borders considere aceitável vender e apresentar Tintim no Congo".

Em resposta, a livraria disse que transferiu o álbum da seção infantil para a de graphic novels adultas.

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