Bob Oksner não está naquele almejado hall da fama dos grandes desenhistas de quadrinhos dos EUA, ao lado de Will Eisner, Jack Kirby e outros. Mas seu estilo marcou a DC dos anos 50 e 60, em termos tanto da qualidade de seu traço quanto da sua grande produtividade. É por isso que a notícia de sua morte, no último dia 18 de fevereiro, marcou fãs da velha guarda.
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Oksner começou carreira na Funnies Inc., um dos maiores estúdios de HQ dos anos 40. Daí passou para a Timely (que depois viria a ser conhecida como Marvel Comics) e, de 1945 a 1947, para a tira Miss Cairo Jones, de sua criação.
Um fã de Miss Cairo Jones, o editor da DC Sheldon Mayer convidou Oksner para sua editora, onde o autor passou praticamente o resto da carreira. Trabalhando em quadrinhos licenciados da TV (estrelando Jerry Lewis, Sgt. Bilko, Pat Boone, Bob Hope), Oksner notabilizou-se por suas belas mulheres, que sempre dava um jeito de inserir no quadros. Foi a partir daí que, mais tarde, teve passagens por Mulher-Maravilha, Supergirl, na série de Lois Lane e em Angel and the Ape, co-criação sua.
Nesse meio tempo, o autor ainda trabalhou com tiras de jornais: produziu uma baseada no popular seriado I Love Lucy entre 1952 e 1955, e a curta mas elogiada Soozie (criação própria) de 1967 a 1968. A partir de 1969, Oksner começou a colaborar nos roteiros de Dondi, tira de seu amigo Irwin Hasen - a parceria durou até a aposentadoria do autor, em 1986.
Segundo o historiador dos quadrinhos Mark Evanier, Oksner largou totalmente o lápis após a aposentadoria, tendo inclusive vendido sua prancheta. Só retornou a fazer rabiscos após pedidos insistentes dos fãs, e participou da San Diego Comic-Con de 2002 falando da sua experiência na Era de Ouro.
Oksner tinha 90 anos.