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Morre Mick Anglo, o criador de Marvelman

Autor teve os direitos sobre o herói reconhecidos no fim da vida

11.11.2011, às 13H41.
Atualizada em 11.12.2016, ÀS 23H01

Maurice Algowitz, o inglês mais conhecido como Mick Anglo, faleceu no dia 31 de outubro, segundo informação do site Comic Bits Online. O homem que criou Marvelman, o super-herói mais famoso dos quadrinhos britânicos, tinha 96 anos.

marvelman

Não é segredo que Anglo foi contratado para fazer o que, na prática, era um plágio. A editora britânica L. Miller & Sons publicava na Inglaterra os quadrinhos do Capitão Marvel, sucesso tão grande lá quanto nos EUA. Quando a DC Comics processou a editora americana do Capitão, as histórias do personagem foram suspensas. Não querendo perder seus leitores já conquistados, a editora britânica buscou uma solução em 1954: um personagem praticamente idêntico ao norte-americano, chamado Marvelman, também criança que se transformava em adulto superpoderoso ao dizer palavra mágica, também com superfamília. Anglo ficou encarregado da criação.

Marvelman voltou a fazer sucesso nos anos 80, quando Alan Moore escreveu uma série de histórias hoje consideradas clássicas para a revista Warrior. Após isto - e a exportação para os EUA, via editora Eclipse, onde o herói virou Miracleman por solicitação dos advogados da Marvel Comics -, o personagem virou pivô de um emaranhado jurídico que até hoje não se resolveu. Em poucas palavras, não se tem certeza se o personagem (e suas histórias) pertencem a Anglo, à editora original, à Warrior, a Alan Moore, à Eclipse ou a outros autores que passaram pelo personagem.

Quem começou a tentar resolver o emaranhado foi a Marvel Comics, que comprou os direitos de Anglo em 2009 e vem republicando nos EUA as histórias que o autor fez na década de 50. Mas os fãs ainda estão esperando republicações das histórias de Moore e a conclusão das que Neil Gaiman e Mark Buckingham começaram com o personagem em finais da década de 80. Com a compra da Marvel, o personagem voltou a ser chamado de Marvelman nos EUA. O ponto positivo até agora nessa história, comentado por Alan Moore, é que Anglo foi reconhecido, no fim da vida, como autor e detentor de parte dos direitos sobre Marvelman, o que garantiu tranquilidade financeira a ele em seus últimos anos de vida.