As editoras Marvel e DC Comics uniram-se na semana passada em uma ação contra o site Z-Cult FM. O site disponibilizava links para download de quadrinhos scaneados, muitas vezes no mesmo dia em que eram lançados nos EUA, através da rede BitTorrent.
As duas editoras queriam a retirada imediata de todos os links do website. Em negociações feitas ao longo da semana, chegou-se à seguinte solução: tudo relacionado à Marvel sairá do site; já os quadrinhos DC só poderão aparecer 30 dias após seu lançamento.
O caso reacendeu a discussão sobre a pirataria de quadrinhos: ela é prejudicial às editoras (como as próprias dizem) ou serve para os leitores descobrirem novas HQs para comprar (como defendem os fãs que fazem downloads ilegais - que juram que ainda compram gibis)?
Contra o argumento dos fãs, a Marvel disse que seu programa Digital Comics Unlimited já supre esta função de "amostra grátis" (embora seja pago). Os administradores do Z-Cult FM concordaram com a argumentação, mas reclamaram que o site da Marvel não permite que os quadrinhos sejam gravados no computador do usuário.
De outro lado, uma pequena editora dos EUA, a Slave Labor Graphics, foi contra a corrente e disse que apóia o download de seus quadrinhos através do Z-Cult.
A situação demonstra que os downloads ilegais, na verdade, dividem a opinião da indústria. Há inclusive criadores, como Warren Ellis, que defendem a prática porque ela permite o acesso a material fora de catálogo, bem como a possibilidade de conhecer novos quadrinhos para compra. Por outro lado, há Dan Slott, Joe Quesada e outros, que atacam veementemente a prática.
A solução acertada entre a Z-Cult FM e as editoras mostra que a indústria de quadrinhos dos EUA está em cima do muro quanto ao que fazer com a realidade das HQs pirateadas.