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Dia do Escritor | A saga de J.K. Rowling para escrever Harry Potter e a Pedra Filosofal

Escritora levou anos para conseguir publicar seu primeiro livro

25.07.2017, às 17H47.
Atualizada em 04.08.2018, ÀS 14H58

Harry Potter e a Pedra Filosofal se tornou um dos livros mais importantes da história recente da literatura infantojuvenil. A publicação levou crianças e jovens ao redor do mundo para um universo de bruxos e magia único, marcando a vida de diversos fãs que tiveram o primeiro contato com a literatura por conta da jornada do jovem bruxo. Contudo, a saga de J.K. Rowling para escrevê-lo é tão impressionante quanto a do seu protagonista e envolve muita luta e persistência por parte da escritora.

Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1997, a história do bruxo nasceu no início dos anos 90. Rowling era uma jovem escritora amadora que desde os seis anos sempre procurou colocar suas ideias no papel e sua maior criação nasceu por acaso. Em 1990, ela e um antigo namorado buscavam um apartamento em Manchester e, um dia, decidiu pegar o trem de volta para Londres sozinha e Harry Potter começou a surgir. 

“Eu nunca me senti tão animada com uma ideia. Coincidentemente, eu não tinha uma caneta e estava com vergonha de pedir para qualquer pessoa no trem, o que me frustrou na hora, mas acabou sendo a melhor coisa para mim. Isso me deu quatro horas para pensar em diversas ideias para o livro”, afirmou ao Ubanette.

Animada, Rowling começou a escrever o livro naquela mesma tarde e, apesar das páginas originais não serem nada parecidas com o produto final, o livro começou a ganhar vida. Porém, o processo de escrita não foi nada fácil. Computadores não eram tão acessíveis quanto hoje e o primeiro manuscrito de Harry Potter foi feito em uma máquina de escrever. “Eu precisava reescrever toda a página caso quisesse mudar alguma coisa em algum parágrafo. Eventualmente, precisei reescrever todo o livro de novo pois não estava com espaçamento duplo”, completou.

A ideia crescia cada vez mais, mas um baque atrapalhou a escritora: apenas seis meses depois de ter a ideia de sua vida, sua mãe faleceu com apenas 45 anos. Em uma questão de meses, ela perdeu a mãe, precisou se mudar para um hotel, acabou deixando a Inglaterra e terminou em Portugal, onde começou a dar aulas de inglês. O período foi um dos mais obscuros da vida da autora, onde casou e terminou o relacionamento com Jorge Arantes, com quem teve uma filha chamada Jessica. “O casamento não funcionou, mas ela foi a melhor coisa da minha vida”, afirmou.

A autora passou seis anos trabalhando no livro, deixou sequências planejadas e começou a procurar agentes. O primeiro que foi atrás prontamente lhe devolveu os livros, assim como a primeira editora. Depois de tempos procurando, ela encontrou Christopher Little, que aceitou trabalhar com ela e passou a procurar um lugar para publicar a história. Contudo, o livro Guide to the Harry Potter Novels, explica que ela sempre era recusada por um simples motivo: a história era muito longa.

Depois de rodar a Inglaterra procurando uma editora, ela chegou até a Bloombury e seu agente conseguiu entregar diretamente a Nigel Newton, presidente da companhia, um exemplar do livro original. Ao invés de ler a história, ele teve a ideia de entregar para sua filha Alice, uma garota de oito anos. “Ela saiu do quarto uma hora depois brilhando. Ela disse: pai, isso é melhor do que qualquer coisa que já li. Ela me perseguiu pelos próximos meses querendo descobrir o que aconteceria depois”, afirmou ao Independent.

Rapidamente, ele fez um cheque de 2,500 libras para assinar com Rowling e em 20 de junho de 1997 lançou na Inglaterra Harry Potter e a Pedra Filosofal. Desde então, seus livros venderam mais de 450 milhões de cópias ao redor do mundo, foram distribuídos em 200 territórios e traduzidos para 79 línguas, dando origem a oito filmes de sucesso e um derivado. 

Harry Potter transformou a literatura mundial e ajudou crianças ao redor do mundo a se interessarem por livros novamente. E tudo isso por conta de uma longa viagem de trem.