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HQs brasileiras | O Salto e Mensur

O espaço dedicado a dicas curtas de HQs nacionais

19.03.2018, às 14H18.
Atualizada em 20.03.2018, ÀS 05H02

O espaço dedicado exclusivamente para quadrinhos de autores brasileiros está de volta e, dessa vez, com um novo formato. Agora, daremos dicas curtas de dois trabalhos nacionais a cada 15 dias em formato de lista, mostrando a capa e uma imagem das obras em destaque.

Salto (Avec), de Rapha Pinheiro [2 ovos]

Salto foi um projeto divulgado e financiado com a ajuda do Catarse. Colaborei empolgado com os desenhos prévios do Rapha Pinheiro e a temática steampunk. O protagonista é um cabeça de fogo azul, em uma cidade subterrânea onde todos são vermelhos. Há ali um contexto social sobre discriminação, mas que não se aprofunda. Há também um flerte com a jornada do herói, caverna de Platão e tantas outras ideias que não passam disso: ideias. 

Salto (Avec), de Rapha Pinheiro [2 ovos]

Mas o que mais me chamou a atenção (negativamente) foram as expressões escritas em inglês e traduzidas para o português - isso em uma HQ com autor brasileiro, publicada inicialmente no nosso país. Foi só quando fui ler a quarta capa que descobri um detalhe: em 2016, Rapha fez parte de um grupo de estudo de quadrinhos em Angoulême, na França, e escreveu a história por lá, provavelmente em inglês - e neste contexto as expressões fariam sentido. Faltou uma “readaptação” para o português e uma melhor revisão. 

Na terceira edição desse retorno da coluna, falaremos de O Salto, de Rapha Pinheiro; e Mensur, de Rafael Coutinho.

Mensur (Quadrinhos na Cia), de Rafael Coutinho [4 ovos]

Eu não fazia ideia do que era Mensur quando coloquei as mãos na HQ de Rafael Coutinho. Quando acabei de ler, fiquei curioso, fui atrás e descobri que aquela maluquice toda de duelos de espada, algo tão Três Mosqueteiros, realmente existiu e teve seus adeptos aqui no Brasil. Uma espécie de Clube da Luta em que são válidos apenas golpes no rosto. 

Mensur (Quadrinhos na Cia), de Rafael Coutinho [4 ovos]

Apesar do tijolo de 200 páginas e capa dura, traços rebuscados e trama cheia de saltos temporais, a leitura flui muito bem, sem precisar ficar voltando toda hora para entender quem é quem ou em que época os personagens estão. E no final ainda fica aquele gosto amargo na garganta, com alguma esperança de que estejamos mudando para melhor. 

Confira as críticas dessa semana: