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Guerra dos Palmares | Quadrinistas brasileiros são processados por editora

Disputa se deu quanto a alterações na HQ

04.09.2013, às 19H58.
Atualizada em 01.11.2016, ÀS 17H05

Guerra dos Palmares, um álbum de quadrinhos baseado em fatos da história do Brasil, está rendendo polêmica antes da publicação. O roteirista Carlos Ferreira (Os Sertões, Kardec) informou nesta semana, via Facebook, que ele e o desenhista Moacir Martins foram processados pela Editora Nemo, em meio a uma discussão sobre a interferência que a editora pode ter sobre a HQ.

guerra dos palmares

Ferreira destaca que a obra foi entregue à Nemo há vários meses, e que a editora solicitou alterações. Algumas foram acatadas, outras não. "A Nemo tinha direito de pedir adequações, e se essas não feriam os nossos direitos autorais, elas foram executadas de acordo com o contrato. Oito meses depois, exigiram uma mudança radical no livro, sendo que essa mudança é ilegal", diz o roteirista ao Omelete.

Segundo Ferreira, as alterações que não foram executadas mudariam o livro substancialmente. "Eles explicitamente queriam não só mudar, mas censurar o conteúdo final do livro, onde apresentamos o fim trágico de Zumbi e uma cena de epílogo que se passa no terremoto em Lisboa. São cenas históricas de importância e aprofundamento ao tema da escravidão."

Ainda de acordo com o autor, o processo que a Nemo move contra Ferreira e o desenhista é de não-entrega do álbum. "Como não cedemos, a editora partiu para uma vergonhosa atitude de mentir que não entregamos o livro."

Em nota, a Nemo qualificou o comentário de Ferreira no Facebook como "hostil" e diz que a questão tem que ser decidida pelo Poder Judiciário. "O contrato foi regularmente rescindido pelos motivos expostos em Notificação Extra-Judicial aos autores e o assunto encontra-se sub judice", sintetiza o comunicado.