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Dia do Quadrinho Nacional | 11 dicas de HQs brasileiras para celebrar a data

Indicações vão da história do Quilombo dos Palmares a icônico e colorido grupo de heróis

30.01.2022, às 15H06.

Hoje, dia 30 de janeiro, é o Dia do Quadrinho Nacional. E para celebrar a data, nada melhor do que dicas de boas HQs para você ler qualquer dia do ano.

Para ajudar nesta tarefa de indicar uma leitura para você, resolvi compartilhar a responsabilidade com algumas pessoas que eu sei que também curtem muito a Nona Arte e estão sempre atrás de coisas boas. Alguns fazem quadrinhos, outros convivem com isso trazendo as novidades e tem quem usa os ensinamentos das páginas para transformar em coisas completamente novas.

 

Angola Janga, de Marcelo D'Salete (Ed. Veneta)

Todo mundo tem que ler Angola Jangade Marcelo D'Salete, porque todo mundo tem que aprender sobre a história do Quilombo dos Palmares, sobre sua complexidade, sobre suas figuras históricas e sobre sua força, raramente bem apresentados nos livros de história. Ler essa HQ é fundamental para entender o Brasil hoje.

Dica de Helô D’Angelo - ilustradora, quadrinista, capista do podcast Mamilos, chargista do Brasil de Fato e uma pessoa que talvez goste de gatos

Bando de Dois, de Danilo Beyruth (Zarabatana Books)

Um legítimo western nordestino. Com um roteiro simples, direto e uma arte deslumbrante, Bando de Dois, de Danilo Beyruth, te prende do início ao fim. É como se fosse um filme, porém rodado na linguagem de quadrinhos. Um exemplo claro de faroeste à brasileira, explorando a nossa cultura, o nosso linguajar e a nossa terra.

Dica de Fora do Plástico - um perfil do Instagram atualizado diariamente por Mariana Viana e Pedro Ferreira com críticas, notícias, entrevistas e curiosidades da Nona Arte.

 

Carniça e a Blindagem Mística, de Shiko (Independente)

Mais uma dica de cangaço é esta antologia que Shiko está criando e publicando de forma independente e brilhante. Dois volumes já foram impressos com histórias recheadas de sangue, traições, vinganças e justiça - no seu sentido mais visceral. Junto de todo o machismo que predominava (predomina?) o árido cenário do sertão, vem junto o protagonismo feminino das histórias.

Dica de Marcelo Forlani - Um dos criadores do Omelete e da CCXP e que não aguenta ver alguém falar de uma HQ que não leu ainda sem ficar com vontade de também ler.

Contos dos Orixás, de Hugo Canuto (Independente)

Esta é uma das mais importantes obras dos últimos tempos e que representa de forma magistral aquilo que o Brasil vem produzindo de melhor no campo da Nona Arte. Hugo Canuto consegue fundir no seu trabalho as grandes influências internacionais - de mestres como John BuscemaMike MignolaSergio ToppiMoebius e Jack Kirby e seus temas das grandes batalhas de caráter cósmico - com a mitologia que surge das tradições brasileiras e especificamente das religiões de matriz africana, o Candomblé e Umbanda.
Dica de Silvio Almeida - Professor da FGV e Mackenzie, presidente do Instituto Luiz Gama, Advogado e colunista da Folha de S. Paulo

Combo Rangers , de Fabio Yabu (JBC)

Além de ter tido um papel fundamental no início da minha paixão por quadrinhos, quando era moleque, é a obra nacional que melhor mistura referências pop gringas com a cultura brasileira.

Dica de Matheus Souza - diretor e roteirista de teatro e cinema. Seu trabalho mais recente é o roteiro de Eduardo e Monica

O Deplorável Caso do Dr. Milton, de Fábio Vermelho (Escória Comix)

Esse gibi narra a história mais absurda que a mente de uma pessoa pode criar, e ainda instiga o leitor: quais linhas separam o trabalho do prazer?

Dica de Guilherme Lorandi - Dono da Loja Monstra, uma das melhores comicshops de São Paulo e agora também editor na Editora Monstra, que acaba de lançar Risca Faca, de André Kitagawa

Jeremias - Pele, de Rafael Calça e Jefferson Costa (Panini)

Navega por um território extremamente sensível com o texto muito bem colocado do Rafael Calça e arte impecável do Jefferson Costa. Uma HQ extremamente bem feita, sensível e importante que te convida a refletir sobre as situações tão injustas colocadas ali, entender o racismo e combater o preconceito é nossa obrigação, a graphic novel carrega uma mensagem dolorosa e sobretudo necessária. Todo mundo deveria ler Jeremias - Pele.

Dica de Fabi Marques - Colorista de quadrinhos, vegana, antifa e co-host do podcast 1001 Crimes

Jeremias: Alma, de Rafael Calça e Jefferson Costa (Panini)

Esta foi uma das melhores HQs que eu já li. Ao trabalhar a temática da ancestralidade negra sendo negada pelo apagamento histórico, utilizando uma criança começando a entender o que é ser negro no Brasil, Rafael Calça e Jefferson Costa nos emocionam do início ao fim.

Dica de Daniel Miranda - Acompanhe o mundo da cultura pop do ponto de vista de um @NegroGeek

 

Fessora, de Aline Lemos (Independente)

Aline Lemos, de Minas Gerais, é uma quadrinista talentosíssima e vale ler tudo o que ela faz! Em seu mais recente livro, ela mostra a realidade vivida por professores em salas de aula, inspirada em sua experiência na rede pública. Em tempos sombrios, nada melhor do que um livro que defende a educação.

Dica de Gabriela Borges comanda o Mina de HQ, uma plataforma voltada a divulgar o poder das mulheres quadrinistas

 

A Menor Distância entre Dois Pontos é uma Fuga, de Gabriel Nascimento e João Belo (Independente)

Esta HQ de Gabriel Nascimento e João Belo é uma Fuga. Fala de transformação, de morte e nascimento de uma forma poética, criativa e inteligente. O leitor começa acompanhando três vidas diferentes até ver pontos em comum e uma fuga. É arrebatador.

Dica de Isabelle Felix é editora da Panini Comics, leitora voraz de qualquer HQ que caia em suas mãos

Samurai Shirô, de Danilo Beyruth (DarkSide Books)

Yakuza neo-noir. Ação, honra, vingança.

Dica de Vicente Amorim - diretor de A Princesa da Yakuza, baseado em Samurai Shirô, de Danilo Beyruth