A quinta temporada de Stranger Things finalmente está entre nós e, com ela, começamos a responder um dos temas mais debatidos nos últimos meses: qual personagem morre no último ano da série?
Seja quem for, uma coisa os irmãos Duffer podem garantir: elas não vão ser aleatórias. "Nossa série não é sobre valor de choque. Então você nunca quer fazer isso com o propósito de chocar ou aborrecer o público", declarou Ross em entrevista ao Omelete.
O co-criador da série acrescentou que, caso alguma morte aconteça, ela tem que se encaixar na história. “Tem que servir a um propósito narrativo, e tem que fazer sentido dentro da narrativa", afirmou.
Confira abaixo a nossa entrevista completa com Matt e Ross Duffer com spoilers:
Omelete: Eu quero começar pelo final, aquela cena do Will foi tão poderosa. Para esclarecer, ele está com seus poderes totais, mas ainda do lado bom? Ele vai nos ajudar?
Matt: Bem, o que é interessante no Will é que ele é muito diferente da Eleven, pois os poderes dele estão vindo do Vecna. Ele está canalizando os poderes dele e usando-os contra o Vecna. Mas, ao se conectar com o Vecna, há um elemento perigoso e arriscado nisso. Nós vimos o Vecna usar isso contra nossos personagens antes, através do Will e do espião, na segunda temporada, então tudo é possível.
Omelete: E uma coisa que me interessou muito foi o Vecna fazendo todo o discurso dele e depois o deixando. Será que ele vai se arrepender de tê-lo largado lá?
Ross: Ele está muito conectado com o que está acontecendo, mas, também, os Demogorgons dele foram mortos, e isso de forma alguma está parando ou impedindo o plano final dele. E como dissemos, o fato de ele estar conectado ao Will também lhe dá algo útil, então talvez houvesse um motivo para tê-lo mantido vivo.
Omelete: Ok, ok, bom saber disso. E, bem, eu realmente queria falar sobre a Oito. Vocês já sabiam desde a segunda temporada que a trariam de volta?
Matt: Bem, é algo sobre o qual conversamos quase todos os anos. Falamos sobre isso porque queríamos, porque a Linnea, que interpreta a Kali, é tão incrível, e queríamos dar a ela mais tempo na série, mas simplesmente nunca encontramos um motivo real para trazê-la de volta narrativamente. Mas, ao chegarmos à temporada final, pareceu uma ponta solta que queríamos amarrar. Não queríamos simplesmente deixar isso para lá. A Oito tem poderes e está conectada à Eleven, e nós não encerramos aquela história. Então, eu acho que encontramos uma maneira bem legal, que vocês verão na segunda metade da temporada, de como ela vai se encaixar, tanto narrativamente quanto em termos da jornada da Eleven, pelo resto da série. Ela realmente desempenha um papel fundamental daqui para frente.
Omelete: E você acabou de falar sobre ver as pontas soltas. Como foi o processo de vocês? Vocês reassistiram tudo e pensaram: "isso precisa ser amarrado"? Como foi isso?
Ross: Não, nós não reassistimos. Quer dizer, obviamente, momentos específicos. Nós temos uma memória muito boa do que aconteceu, e obviamente temos nossos outros roteiristas na sala. Mas sim, passamos muito tempo conversando sobre o que queríamos que fosse respondido. O que não foi respondido ou o que não foi resolvido, e como fazemos isso? Porque normalmente, se você chega a um momento assim e não consegue encontrar tempo para ele na temporada em questão, você pode empurrar com a barriga. "Bem, lidaremos com isso na próxima temporada." E dessa vez, essa não era uma opção, então tivemos que descobrir como encaixar tudo sem que parecesse exagerado ou confuso.
Omelete: E adorei ver como a Max foi incluída, especialmente com a Holly. Foi uma maneira muito inteligente. Ela é mais valiosa para derrotar o Vecna dentro das memórias dele ou acordada?
Matt: Sim, o fato de ela estar dentro da mente dele é um tipo de superpoder próprio. Então, sim, isso é útil, eu diria, sem revelar demais.
Omelete: Bem, para continuar, Ross, você falou que o episódio quatro foi a gravação mais logisticamente insana das suas vidas. Qual foi o maior desafio entre reunir crianças, Demogorgons, Vecna e tantos soldados?
Ross: Sim, eu acho que é por isso que toda aquela batalha na Max-Z foi tão complicada, porque havia muitos figurantes e dublês, e teve que ser filmada à noite, e temos crianças, não podemos fazê-las trabalhar a noite toda. Só podemos trabalhar com elas por cerca de três ou quatro horas por noite. E então, nós tivemos que filmar isso ao longo de um período muito, muito longo. E havia tantas peças em movimento. É certamente a coisa mais desafiadora que já fizemos. E parecia que estávamos na Max-Z por meses. Não ajudou o fato de que 70% das vezes choveu, pelo menos em algum momento. Então você tinha que parar e recomeçar, mas valeu a pena no final. Nós estamos muito felizes com o resultado.
Omelete: Sim, foi muito legal. E nós vemos um vislumbre, eu acho, de The First Shadow, a peça. Há algo sobre a peça que será necessário para este final?
Matt: Não, não é necessário. Eu diria que há alguns easter eggs no programa, e há alguns vindo no Volume 2, relacionados à peça da Broadway. Eu acho que se você viu, isso lhe dá um pouco mais de contexto para algumas dessas coisas, e você vai perceber os easter eggs. Se você não viu, é meio irrelevante, não importa. Mas aí você pode assistir à peça, e ela pode te dar um pouco mais de contexto para alguns dos momentos que você vê, por exemplo, os momentos envolvendo obviamente a Max dentro da mente do Henry.
Omelete: E para finalizar, ainda não tivemos nenhuma morte significativa. Eu pensei que o Sr. Wheeler tinha ido de vez, mas ele está...
Ross: Você não pode derrubar o Sr. Wheeler. O Ted é imparável.
Omelete: Não sabemos se vai ter alguma morte, mas se tiver, qual foi o critério de vocês? Nós precisamos de uma morte ou não? Qual foi o processo de decisão aí?
Ross: Bem, a coisa básica é que nossa série não é sobre valor de choque. Então você nunca quer fazer isso com o propósito de chocar ou aborrecer o público. Então, tem que servir a um propósito narrativo, e tem que fazer sentido dentro da narrativa. Então, se algo viesse a ocorrer, esse seria o critério.