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Z Festival em São Paulo | Crítica

Evento para a nova geração se consolida com apresentações de Demi Lovato, The Wanted e McFly

TR
30.09.2012, às 21H46.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 19H00

No último sábado, o Anhembi recebeu mais uma vez o Z Festival, evento musical produzido pela XYZ, voltado para o público juvenil . Ano passado, a programação incluia poucas bandas conhecidas, mas um grande astro, Justin Bieber. Em 2012, a organização decidiu rechear o sábado paulistano com vários nomes em evidência no cenário teen. Entre os mais esperados estavam Demi Lovato, The Wanted, Hot Chelle Rae e McFly - confira nossa galeria com mais de 80 fotos.

Hot Chelle Rae

Fotos: Mariana Uchôa

McFly

The Wanted

Demi Lovato

Big Time Rush

Na ótima estrutura montada para as 18 mil pessoas presentes, era possível se deslocar com tranquilidade entre lanchonetes e lojas estrategicamente distribuídas. Nem mesmo nos intervalos entre as apresentações surgiam filas quilométricas, comuns em grandes festivais. Ainda que tenha recebido menos gente do que alguns primos mais velhos como o SWU ou o Planeta Terra, a organização do Z Festival é exemplar não só pelas poucas filas, mas também pelo grande número de seguranças e fiscais de apoio - algo indispensável, devido a quantidade de crianças no local.

Com o sol ameno, por volta das 16 horas, o primeiro grupo a entrar em um dos palcos foi o Rock Bones, seguida do Yellowcard, banda de rock criada em 1997 e que destoou completamente entre as bandas que se apresentaram. Era comum encontrar faixas, bandeiras e camisas com nomes do The Wanted, Big Time Rush ou McFly, mas nada do Yellowcard. O vocalista Ryan Key, já com seus 32 anos, tentou levar a plateia de todas as maneiras, pulou, gritou, falou em português, mas nada adiantou. Ninguém estava ali para um show de rock - como ele insistia em definir o próprio som - mas sim para um espetáculo pop.

Isso ficou ainda mais claro quando, no início da noite, os coloridos do Hot Chelle Rae levaram à loucura uma dezena de garotas. Os desmaios, majoritariamente femininos, era um dos destaques do gargarejo do palco - segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 1.200 pessoas foram atendidas durante o festival. Boa parte disso vinha dos suspiros desesperados causados pelos olhares e beijos mandados pelos garotos do Chelle Rae. Treinados para impressionar, muito mais do que para tocar, eles entregaram tudo que o público queria. "Tonight, Tonight", "Honestly", "Whatever", foram alguns dos sucessos tocados.

Às 19h50, de jaqueta preta e com uma calça justíssima que ressaltava suas curvas, Demi Lovato entrou balançando as madeixas loiras, e não parou de tentar seduzir o público por um segundo sequer. Suas baladas pop, misturadas com algumas músicas mais dançantes, construíram um dos shows mais longos da noite, com cerca de uma hora e dez minutos. A duração deste só ficou atrás dos ingleses do McFly, que apresentaram um show inesperadamente animado, durante quase uma hora e meia. Ainda flutuando entre o pop e o rock, a banda mostrou dois bons vocalistas e algumas músicas interessantes - não seria surpreendente se um dia lançarem algo que os distancie de uma vez do estilo atual.

A penúltima atração da noite, que neste momento ficava cada vez mais fria, foi o quarteto estadunidense do Big Time Rush. Oriundos de um programa de televisão do Nickelodeon, os meninos levam o conceito de boy band a um patamar mais baixo que o de costume. Permanecem os beijos, sorrisos e piscadinhas, esquece-se as coreografias bem feitas, as boas vozes e música. Mesmo que a qualidade não seja preponderante para o sucesso, nunca é demais pedir por um pouco de profissionalismo e afinação. Coisas que, por mais preguiçosos que pareçam, o último grupo do festival parece ter. Os britânicos do The Wanted deixam todos os passos ensaiados de lado, para se dedicar a cantar e seduzir. No meio das declarações de amor às brasileiras, o bom trabalho vocal deles não agrediu o ouvido de ninguém e, assim como o McFly, pelo menos um dos rapazes deve trilhar um caminho solo depois que esta fase passar.

A não ser pela pobre cenografia dos palcos, o Z Festival deve seguir firme e forte nos anos seguintes. As atrações deste ano causaram tanto furor quanto em 2011, e arrastaram uma pequena multidão atrás de seus cantores prediletos, que surgem aos montes a cada minuto. Em eventos como este, não está em pauta o talento, as habilidades ou o futuro dos artistas; o momento é de histeria coletiva, adoração pop e representação da rapidez com a qual esta nova geração escolhe e descarta seus ídolos.