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The Black Seeds | Vocalista fala sobre Breaking Bad, novo disco e planos para 2016

Em sua primeira passagem no Brasil, grupo se apresenta em Sâo Paulo neste domingo (20)

19.03.2016, às 16H02.
Atualizada em 27.11.2016, ÀS 11H00

Com dezesseis anos de estrada, a banda neozelandesa de reggae e dub The Black Seeds ganhou certa popularidade entre os fãs de cultura pop após ver uma de suas músicas, "One By One", aparecer naquela cena em que Walter White e Jesse Pinkman "cozinham" metanfetamina na segunda temporada de Breaking Bad"Foi uma oportunidade boa, que nos tornou mais 'internacionais', especialmente entre o público americano", relembra o vocalista Barnaby Weir.

Em sua primeira passagem no Brasil, o Black Seeds tocou na última quarta-feira (16) no evento House of Vans, e volta a se apresentar neste domingo (20) no Estúdio, em Pinheiros, a partir das 18h. Confira a nossa entrevista com Weir:

Olá, Barnaby, obrigado pela entrevista. Esta é a primeira vez de vocês no Brasil?

A minha, não. Estive aqui há dez anos, para uma experiência na qual toquei com alguns músicos brasileiros. Mas, para os Black Seeds é a primeira vez.

Então você está sendo uma espécie de guia para o resto do pessoal.

Ah, eu bem queria. Não conheço muito o país, mas tenho alguma experiência, e foi fantástico. Amo o povo brasileiro, a arte, a música, é lindo. Temos sorte de estar aqui.

O Black Seeds têm no DNA uma mistura de gêneros musicais, que é algo também presente na música brasileira. Vocês já tentaram colocar um pouco de música nacional no som da banda?

Eu gosto de alguns artistas brasileiros, como Jorge Ben. Adoro Tim Maia, ele é ótimo. A música psicodélica do brasil têm influência no jazz e por consequência no Black Seeds, mas não tentamos nada ainda. Nossa base é de reggae, mas temos um pouco de música latina e brasileira no som. Entretanto, não testamos nada específico. Nosso som é variado e não gostamos muito de ser colocados em um balaio só de gênero. Gostamos de descrever nosso som como "o som do Black Seeds".

Além dos shows no Brasil, quais os planos para a banda em 2016?

Fizemos uma turnê na Nova Zelândia e estamos trabalhando em nosso sexto álbum, que pretendemos lançar no ano que vem. Tocamos em vários festivais. Têm sido bom. Estamos refinando o que fazemos ao vivo, e estamos voltando para o som original do Black Seeds. Fizemos um pente fino em cada música, no que cada uma têm de especial, para trazer isso ao vivo. Estamos juntos há 16 anos, e ao longo do tempo as músicas vão mudando, ficando diferentes da verão original. Estamos voltando para o que elas eram. Isso é algo que temos feito, mas estamos mais focados no álbum, e essa viagem foi uma surpresa.

Vejo muitas bandas fazendo isso. Quando uma das músicas dela explode, muitas vezes no começo da carreira, ela vai mudando de show para show, mas é interessante você ter mencionando que estão voltando ao que ela era antes. Há algum motivo?

Principalmente para agradar o público. Eles querem ver a música como ela é. Não estamos tentando tocar igual no disco, mas entregar uma experiência ao vivo para o público que seja boa, que eles possam reconhecer como a música que eles gostam. Para exemplificar, não somos como Bruce Springsteen, mas ele faz algo parecido com a E Street Band, tocando as músicas o mais perto possível da versão original. O mesmo acontece com o AC/DC e outras grandes bandas. No meio nós mudamos algumas coisas, mas achamos que era legal voltar para o centro das músicas da banda e nos certificar de que estamos entregando isso.

Existe alguma música que vocês gostariam de mudar permanentemente?

Hum... se nós não gostamos de uma música, não sentimos que ela é a mesma, nós não a tocamos. mas tentamos mudar um pouco a dinâmica, reggae, dub, mas não há nenhuma música que gostaríamos de mudar. Se pudéssemos regravar o primeiro álbum, não seria tão "ingênuos" no sentido de polir o som. Nós o faríamos com mais produção. O primeiro disco é mais cru, e as pessoas gostam, e depois ficamos mais polidos. Nós formamos nosso som ao longo do caminho.

No Lollapalooza Brasil deste ano, vimos a apreesntação do Seeed. Eles fazem algo parecido, de pegar a base do reggae e mudar algo. Você acha que isso é uma tendência para o gênero?

Acho que estamos no estágio em que o reggae vem de vários lugares do mundo, além da Jamaica, mas acho que você precisa ter seu próprio estilo - é por isso que estamos aqui. Temos nossa personalidade. Não tentamos ser jamaicanos, somos kiwi (o apelido dos neozelandeses), e queremos ser nós mesmos. Ao passo em que você é honesto consigo mesmo e honesto com sua banda, isso é o principal... ninguém quer ouvir neozelandeses querendo ser jamaicanos. Nós somos do sul do Pacífico, temos muitas similaridades com jamaicanos e caribenhos, gostamos de um som mais relaxado, mas há uma mistura de gêneros. Há muitos músicos, DJs e em bandas, que entendem isso logo de cara.

O que mudou para a banda depois de "One by One" aparecer em Breaking Bad?

Breaking Bad teve uma grande sincronia com a gente, foi bem legal para apresentar a banda para o público americano. Ganhamos alguns fãs, mas não mudou muito, só nos tornou mais internacionais. E é uma ótima cena, porque não tem falas, apenas a música. Demos sorte. "One by One" foi escrita por Ben McKenzie, do Flight of the Conchords, que não está mais com a gente, e por isso não a tocamos muito, porque era ele quem cantava, mas adoramos Ben e adoramos a música. Foi uma coisa mais de TV internacional, mas o timing foi ótimo.

Serviço

Black Seeds @ Estúdio (São Paulo)
Data: 20 de março
Local: Estúdio
Endereço: Av. Pedroso de Morais, 1036, Pinheiros, São Paulo-SP
Horário: 18h
Ingressos: 
R$ 30 (1º lote / meia entrada) – R$ 60 (1º lote / inteira)
R$ 40 (2º lote / meia entrada) – R$ 80 (2º lote / inteira)
Ingressos: Ingresse.com