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Morre Sinéad O'Connor, cantora de "Nothing Compares 2 U", aos 56

Musicista irlandesa atingiu o ápice da fama durante os anos 1990

3 min de leitura
CC
26.07.2023, às 14H59.
Atualizada em 26.07.2023, ÀS 15H43

Créditos da imagem: Sinéad O'Connor no clipe de "Nothing Compares 2 U" (Reprodução)

A cantora Sinéad O'Connor, mais conhecida por transformar "Nothing Compares 2 U" em um sucesso estratosférico no começo dos anos 1990, morreu aos 56 anos de idade. A informação é do The Irish Times, que não citou a causa da morte.

Originalmente escrita por Prince e gravada, sem muito alarde, pelo seu projeto paralelo The Family, a balada "Nothing Compares 2 U" se tornou o grande hit do segundo disco de O'Connor, I Do Not Want What I Haven't Got (1990), a transformando subitamente em um dos rostos mais reconhecíveis do mundo.

Vinda de uma família conturbada de Dublin, capital da Irlanda (mais tarde, ela alegaria ter sofrido abusos por parte do pai e da mãe), O'Connor lançou seu primeiro álbum aos 21 anos. The Lion and the Cobra (1987) foi uma sensação na terra natal e em circuitos universitários norte-americanos, com singles como "Mandinka" e "Troy" aparecendo na Billboard e até chamando a atenção do Grammy, que lhe deu sua primeira indicação.

Nada a prepararia para o sucesso de I Do Not Want What I Haven't Got, no entanto. Logo, suas opiniões políticas fortes geraram retaliações: quando ela disse que se recusaria a fazer shows caso o hino nacional estadunidense fosse reproduzido antes de sua apresentação, Frank Sinatra ameaçou "dar uma porrada" na cantora. No mesmo período, ela retirou o seu nome de consideração para o Grammy, mesmo tendo recebido 4 nomeações.

Em 1992 veio o momento mais polêmico: convidada pelo Saturday Night Live como atração musical, ela cantou um cover de "War", de Bob Marley, ressignificando as letras como um protesto contra os casos de abuso sexual infantil dentro da igreja católica. No meio da canção, O'Connor levantou uma foto do então Papa João Paulo II e a rasgou na frente das câmeras.

Depois disso, a artista irlandesa foi ostracizada pela indústria musical americana. Álbuns subsequentes, como Universal Mother (1994), Faith and Courage (2000), Throw Down Your Arms (2005), How About I Be Me (And You Be You)? (2012) e I'm Not Bossy, I'm the Boss (2014, sua última gravação de estúdio), não geraram grandes hits, mas continuaram recebendo - em sua maioria - a aprovação da crítica especializada.

Seu trabalho também continuou sendo apreciado no cinema de na TV. "You Made Me a Thief of Your Heart" foi o tema de Em Nome do Pai (1993); "Lay Your Head Down" apareceu em Albert Nobbs (2012); e, ainda este ano, O'Connor regravou a clássica "The Skye Boat Song" para a abertura da nova temporada de Outlander.

Como atriz, ela interpretou uma versão de Emily Brontë na adaptação para os cinemas de O Morro dos Ventos Uivantes (1992), e viveu a Virgem Maria em Nó na Garganta (1997). Em 2021, o seu livro de memórias Rememberings foi lançado, se tornando um best-seller na Irlanda.

A cantora sofreu com problemas de saúde mental por toda a vida, sendo diagnosticada com diferentes distúrbios (bipolaridade, transtorno de personalidade borderline, estresse pós-traumático) em vários pontos, e tentando suicídio ao menos três vezes.

O'Connor foi casada quatro vezes, a última com o terapeuta Barry Herridge, e deixa três filhos e um neto.