Zack de la Rocha pulou fora do barco do Rage Against the Machine. Não, a banda ainda (eu disse ainda) não acabou. Tom Morello e seus comparsas já anunciaram que continuarão a tocar o barco com outro qualquer no vocal.
E daí&qt;&
E daí que o charme do RATM sempre residiu no fato de ser uma banda com um instrumental de qualidade extrema, letra politizadas (às vezes beirando à chatice) e pose, muita pose.
A saída de Zack tira da banda muito dessa pose (e um pouco da politização - o que é desejável). Não há como imaginar um show do RATM sem a explosão atômica de energia provida pelo chicano.
Receio que o RATM acabe se tornando mais uma destas bandas chatas com instrumental virtuoso e rap de botequim.
Por isso mesmo, eu me sinto no direito de chamar Renegades de o álbum post-mortem do RATM. Com três álbuns de estúdio, um ao vivo (incluindo algumas faixas raras), só faltava mesmo um álbum de covers para a banda amadurecer (no pior sentido desta palavra), aceitar sua condição de astros e cair numa mesmice já bem conhecida no mundo do Rock and Roll.
A força&qt;& Está lá.
O instrumental perfeito&qt;& Está lá.
Letras marcantes&qt;& Estão lá (porra, Bob Dylan, Stones...).
Então, o que faltou&qt;& Tesão!!!!
Nota-se, com este álbum, que o colapso do processo criativo alegado por de la Rocha – e negado por Morello – não é pura balela.
Um ouvinte desatento pode até afirmar que este é mais um disco típico do RATM. No entanto, um pouquinho de atenção e sensibilidade deixa evidente que o pão envelheceu e a margarina acabou.
Em tempo: o disco ainda é muito melhor do que qualquer Korn ou Limp Bizkit ou alguma destas bobagens comercialóides que andam por aí. Ainda assim, eu investiria minha grana no The Battle of Los Angeles.