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Música
Artigo

Poison on the Rocks

Leave Britney alone!! E a Amy Winehouse também...

LT
29.10.2007, às 22H00.
Atualizada em 01.03.2017, ÀS 01H01

Antes eu ficava indignada com a Britney Spears, agora sinto apenas dó. Mas ao contrário de uma amiga que tem um dó inexplicável da apresentadora Angélica (o máximo a que ela consegue chegar é: " Putz, meu, ela é casada com o Luciano Huck ..." E de alguma maneira isso basta.), eu tenho várias teorias, quase uma tese.

poison on the rocks

britney spears blackout

Você já parou pra pensar que talvez a "ex-cantora" simplesmente não queira mais ser o foco das atenções? Isso é de dar muita pena!

Vamos fazer uma analogia: você entra na faculdade de economia e ali pelo terceiro semestre é tomado por um impulso incontrolável de estudar zootecnia! Normal, caramba, todo mundo pode se confundir vez ou outra. Mas Britney não pode. Como se tivesse assinado um pacto com o demo, a cantora, mesmo dando todos os indícios do mundo de que está cansada dessa vida de popstar, não consegue se livrar dela. Aí você vira pra mim e diz: "Mas ela é uma mulher de sei lá quantos anos, tem que saber o que faz da vida, tem que saber dizer não." E eu lhe respondo: "Depois de passar uns dez anos vendo sua vida ser vivida por um séqüito de assessores, secretários, produtores, e até mesmo por sua família, que depende do seu sucesso, como é que se faz pra largar mão de tudo isso?" Tenho dó, muito dó. Porque eu, se eu resolver não escrever mais a Poison, não trabalhar mais com o que trabalho, entrar para a Cruz Vermelha (não ria, esse pensamento passa todo dia pela minha cabeça), ninguém me segura. Por mais que eu deva satisfações por aí, os que me rodeiam não estão mais preocupados com sua própria felicidade do que com a minha. Tem coisa melhor?

Mas Britney não. Ela fica careca, atropela o dedão de um paparazzo, é fotografada sem calcinha, separada dos filhos, processada por seus dançarinos e advogados, faz uma apresentação condolente no Video Music Awards, vê todas essas, vamos falar francamente, bobagens serem amplamente divulgadas pela imprensa de todo o mundo, e tem uma nova chance de voltar a reinar no pop. Mas ela quer mesmo? Será? Hoje em dia, é muito fácil sair dizendo que é marketing... Mas será? Não seriam tais atitudes uma postura quase punk da cantora de dizer "pelo amor de Deus, eu não quero mais ser modelo pra ninguém. Percam o respeito por mim, não comprem nada com meu nome, simplesmente me esqueçam!"?

Jornalistas que ouviram Blackout, seu novo disco, sugerem que a voz de Britney mais estraga do que ajuda, enfatizando que o álbum é um trabalho de produtores, e que se fosse gravado com um Justin Timberlake da vida, seria arrebatador. É de matar, né? Eu me dei ao trabalho de ouvir (e ver também... Haja!) o primeiro single do trabalho, "Gimme More", e tenho a mais absoluta certeza que se a música é um sucesso de vendas é simplesmente por causa de tudo o que vem sendo dito a respeito da cantora, nunca por seu próprio mérito. Não é, fazer o quê? Não tenho nada contra o pop, muito pelo contrário: gosto do citado Timberlake, Madonna, Prince, Michael Jackson e muitas outras coisas que você nem imagina, mas "Gimme More" não faz nem cocéguinhas... E o disco vai vender que nem água, duvida? E Britney segue amarrada até o último fio de... Opa, não sei se ela já está novamente provida de cabelo natural. Dó! Infinita!

E tem um outro caso que me dá uma pena parecida: Amy Winehouse. Esta já entrou de sola nos tablóides, porque você há de convir, há dez, quinze anos, as "notícias" a respeito da vida pessoal das "celebridades" não chegavam nem aos pés da enxurrada que é hoje. Praticamente tudo o que se lê a respeito dos artistas não tem nada a ver com seu trabalho.

Bom, voltando. Winehouse tem um talento absolutamente fora de série, mas (sim, eu também leio notícias sobre músicos que falam de tudo menos de música) aparentemente nunca quis ser um tremendo sucesso.

Tenho cá pra mim que a Amy se sentiria feliz da vida cantando no pub da esquina em uma remota cidadela inglesa enquanto estivesse tomando seu uisquinho, fumando seu cigarrinho e fazendo uso de otras cositas ilícitas más... Já pensou que o sucesso pode ser enlouquecedor? Que para uma personalidade já não muito centrada, pode significar a perda total da razão? Que de uma hora pra outra você pode comprar quantos quiser do que quiser? E que se por acaso o que você mais deseja for drogas a rodo, agora pode comprar quantos quilos seus euros permitirem? Já pensou o quanto deve ser difícil ter dinheiro pra comprar uma franquia da Kopenhagen e ser diabético? Se isso tudo lembrou Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin (a trinca de "Js"), Kurt Cobain, Layne Staley, tantos músicos que morreram cedo porque não souberam "lidar" com o sucesso, talvez não seja por acaso. Eu e minhas teorias...

Amy Winehouse parece cansada, fazendo algo contra a vontade, parece que nem chega ao terceiro álbum. Se eu sinto muito? Sinto demais, porque o talento da mulher é algo raro, sinto porque a música está precisando de novos e bons ares. Mas ela sente? Amy Winehouse quer mesmo ir parar em uma entediante clínica de reabilitação (só eu imagino um asilo quando penso nessas clínicas)? Ou o que ela quer é viver pouco, mas intensamente? Tomando seu uisquinho, fumando seu cigarrinho...

Fato é que nem por um minuto trocaria minha vida pela delas. E isso vale de resposta antecipada aos que sugerirem que o que me move é inveja. Eu ainda posso entrar pra Cruz Vermelha, passear com meus cachorros anonimamente, estudar ufologia, virar cientologista, dançar em cima de uma mesa de um bar em Barcelona, pedir um autógrafo pro Paulo Coelho (OK, menos), comer acarajé com katchup e fazer um moicano! Ufa. Alívio.

Na próxima coluna, o caminho inverso: em vez dos que acertam mesmo errando, os que se esforçam e não chegam a lugar algum. Até lá!

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DOSE EXTRA!

Atendendo a pedidos, aqui está a Dose Extra de Veneno, espaço reservado aos internautas do (o), que enviam missivas nem sempre educadas à colunista.

Sobre o Tim Festival - coluna de 11/09/07
Por Leonardo Lanza

Luciana (nome da minha irmã número 2),

A música realmente move a gente, não é? Traz pra fora tudo que temos de bom no momento certo, assim como ajuda a extravasar no momento oportuno. Que o digam meus moshes 1000. Adoro sua coluna, você pode não ser unanimidade, mas com certeza é um diferencial na net.

Quanto aos shows que perdeu, sempre vai ter um DVD em uma TV de alta definição. E sem filas lotadas de progesterona e testosterona.

Bem, só ecrevi pra dar um oi. E um elogiozinho. Continue sempre nessa linha tênue do bom gosto e o azedume. Se é que me entende.

Eu sou um nerdão. E voltando ao papo de "a música traz pra fora o que temos de bom..." vou te mandar um link pra você saber o que realmente me emociona. Não ache que sou superficial. Só um nerdão nostálgico! Aí:
http://br.youtube.com/watch?v=_MM_Q0nfaG0

Abraço.

Resposta

Oi, Leo.

Move e se não move o sujeito tem problemas... Costumo dizer que se não gosta de música, comida, criança e bicho, não tá vivo!

Obrigada por acompanhar a coluna. Espero que ela tenha vida longa.

Ah, cara, não gosto de DVD. Pra você ter uma idéia, comprei um da minha banda favorita há uns quatro meses e ainda nem desembrulhei. Juro pra você.

Comprei pra ter a mão se rolar uma vontade fora de série de assistir, mas até agora não rolou...

"Linha tênue entre bom gosto e azedume". Gostei!

Leo, meu computador tá realmente triste... Não consigo ver nada direito no YouTube. Pelo que consegui ver/ouvir parece bom, nada de nerd, apenas sofisticado. Acertei?

Beij(o) e obrigada!

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Sobre "solidariedade" - coluna de 23/07/07
Por Thiago Machado

O abraço aconchegante e agradável da manta noturna toma o ambiente, deixando-o convidativo às criaturas sombrias e rastejantes em um mundo mais denso e sujo. Criaturas brotadas de bueiros, ébrios com sua dependência petrolífera e os viciados que inspiram carreiras de monóxido de carbono nos becos, nas esquinas e nas grandes rodovias da cidade. É nesse ambiente estranho que surge um grande portal verde-veneno, donde saem um homem e uma mulher. Altivos, altaneiros...

Sedentos por um Veneno com Pedras.

Eles se acomodam no único bar que oferece o drinque favorito da dupla. Imediatamente, provando que o estabelecimento possui um serviço de primeira qualidade, materializa-se um garçom alto, com estrutura forte e... Seis braços?!

(Som de momento dramático de filme de suspense com direito a close up de câmera nos braços):

- O que vão pedir, senhores?
- Eu quero braç... Digo, um Veneno com Pedras, por favor. - diz o Leitor, recuperando-se a tempo de seu ato falho.
- Para mim também. - acompanha a Srta. Toffolo, sem perder a classe e a postura.
- Considerem-se servidos, senhores. - O garçom parte eficientemente dando a deixa para a dupla ter mais uma conversa que só os ébrios por veneno costumam possuir. Claro, depois do choque inicial:
- Leitor, adorei esse lugar. É temático! Gostei muito do detalhe dos braços mecânicos do garçom. - diz Srta. Toffolo fascinada.
- Lu, esse bar não é temático e os braços são de verdade.
-...
-...
- Como assim?! Aquilo é real? - Os olhos se esbugalham sem querer acreditar no que acabou de ouvir.
- Sim, ele caiu no rio Tietê e desenvolveu aquela mutação.
- Só mesmo carioca pra fazer esse tipo de piadinha.
- Não é piada bairrista, mulher. Lá no Rio, há ladrões com quatro pernas depois de caírem no Valão, digo, na Baía de Guanabara.
- Que situação caótica em que chegamos. Comentei isso na minha coluna.
- Sim, eu vi. Opa, nosso garçom aracnídeo está chegando.

Logo que o garçom chegou, postos foram à mesa dois pints do mais puro Veneno com Pedras. A cor verde hipnótica e psicodélica atrai muita atenção, mas raríssimos adeptos. Apenas os mais críticos e ácidos conseguem desfrutar das propriedades que só essa bebida é capaz de oferecer. Entre eles, a propriedade de discutir sobre temas cuja complexidade afasta os desprovidos de coragem ou inteligência, ou, em um termo mais macho, os desprovidos de colhões. Os dois brindam em nome de inúmeros motivos e emborcam numa grande golada. Repousam o copo em seguida e voltam a conversar:

- Falando nessas mutações, que me lembram Live Earth e a adoção do David Banda pela Madonna, realmente não sei o que achar disso. Muitas pessoas comentam sobre altruísmo, jogo publicitário... Afinal, o que é verdade nisso tudo? Qual a verdadeira motivação? - pergunta uma recém-recuperada Srta. Toffolo após o último encontro no hospital.

- Essas dúvidas são mais comuns nessa época de adoração ao Deus Hoicos, o deus da Economia. Fomos tão bombardeados com notícias de roubos, crimes de colarinho branco, aproveitamento de fé alheia que, infelizmente, perdemos o instinto de diferenciar bondade de aproveitamento nas entrelinhas. Peguemos o exemplo da Madonna. Ela já cantou uma música chamada "Like a Virgin" que é nada menos que a metáfora de um cara bem dotado fazendo intercurso com ela, dando assim uma sensação de ser virgem de novo; ela passou pela época do Erotica; virou natureba e "praticante" de Cabala e agora adotou uma criança africana. A partir daí, a imprensa começou a criticar e criar o esqueleto da loura. O mais interessante é que não fizeram o da Angelina Jolie que é tão polêmica quanto, mas está envolvida com mais adoções e projetos humanitários.

- Então quer dizer que a Madonna, ao seu ver, está fazendo uma boa ação? - Perguntou a Srta. Toffolo, instigando o Leitor com a aura já esmeralda e cada vez mais alterado devido à bebida.

- Eu não confio em uma pessoa que finge tocar guitarra num show. Falando em show, vamos falar do Live Earth: um show orquestrado por Al Gore. Um político que é ex-vice de Bill Clinton que fez absolutamente nada sobre isso. A única coisa que soube que ele fez foi entregar o troféu da Copa de 94 para o Dunga.

- Uahuahuahuahuhauha, é verdade! E eu pensava que deveria ser o presidente que deveria fazer isso, não o vice. Fora também que, segundo a Ivete Sangalo, ele não criticou George W. Bush por não ter assinado o Protocolo de Kyoto.

- O que as pessoas com poder desejam? Mais poder. O Live Earth é mais um chamariz para as novas empreitadas políticas dele. Vais confiar num homem cuja tradução do nome é Todo Sangue Coagulado? Vais confiar numa droga de show que chamam bandas que propiciam para um gasto energético gigantesco? - O descontrole de Leitor é visível em seus olhos rubros e a aura esmeralda com um contorno mais ameaçador que começa a criar imagens mentais do que ele está vociferando. Os clientes do estabelecimento começam a fugir tamanho o terror propiciado pelas imagens.

- Droga, ele chegou ao segundo efeito colateral do Veneno com Pedras: mistura de fúria, sinceridade violenta e projeção de visão mental!

- E outra: Como vai chamar mais gente colocando a Xuxa para se apresentar no Live Earth? Quem ela é pra dar exemplo de alguma coisa?! Eu sei dos podres que ela tanto esconde...

No exato momento que ele toca nesse assunto, algumas sirenes são ouvidas a dois quarteirões de distância em meio ao celeuma presente nas ruas, nas calçadas e nos estabelecimentos.

- Leitor, não complete esse pensamento. - "Que ele me ouça. Que ele me ouça", pensa penitentemente a Srta. Toffolo.
- ELA FEZ A...
- Sr. Leitor. Está preso por perturbar a paz pública e, como crime capital, proferir mentiras sobre a Sra. Meneghel.
- Nem casada ela é pra ser chamada de Senhora. E eu não disse nenhuma mentira.
- Não interessa, 'teje' preso!
- Ai, meu saco! Larguem-me! Deixem-me Gritar! Srta. Toffolo, a nossa aposta ainda está de pé! Deixe-me só sair da prisão. Ei, Policial, que X é esse no seu uniforme?
- Fique calado, Sr. Leitor.

Uma calma fúnebre toma conta do bar. Os que pertencem ao local permanecem e continuam suas obrigações. Aos poucos, os transeuntes aparecem bebendo petróleo e cheirando Monóxido de Carbono, trazendo consigo o cheiro do ralo dos rios. A Srta. Toffolo gentilmente pede ao garçom aracnídeo mais uma dose de Veneno, sendo este entregue segundos depois. Ela se delicia com mais um gole e continua pensando sobre o que acabara de discutir com Leitor. Sobre o assunto, vale a pena pensar mais sobre isso, mas a uma conclusão mais rápida ela chegou:

- Tadinho, ainda não está pronto pra agüentar o tranco. Vou ter que visitá-lo na prisão agora. - E um riso sincero e debochado ecoa discretamente pelo bar como um efeito estufa.

Thiago Machado

Resposta

E lá vem o Thiago com suas pequeninas crônicas mirabolantes (leia outra aqui) que tanto me fazem rir... :)

Adoraria que existisse esse portal que você descreve... Um lugar distante de toda a porcariada das grandes metrópoles, quero acreditar que pelo menos na literatura existe um lugar assim.

Mas pobre garçom mutante, hein? Ainda bem que ele trazia Poison pra nós! Heueheuehhe. Antes o drinque tivesse mais adeptos... Conversar com pessoas inteligentes faz uma falta danada.

Gostei da lembrança da Angelina Jolie. Quer dizer que ninguém pode mudar? Ou será que existe uma mitificação dos imperfeitos e uma desmistificação dos perfeitos? Quero dizer, a Madonna é tão fodona que TEM que haver algo errado? Será isso?

Ei! Eu não daria um riso debochado por você ter ido preso! Eu daria um riso nervoso de pensar em visitá-lo na cadeia, isso sim!

Obrigada mais uma vez. Vamos compilar essas histórias e lançar um livro. Eu reviso, que tal!?

Beij(o) babado de veneno com gelo... ;-)

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Sobre a Poison e o DiabaQuatro
Por Fabiano Pimenta

Olá Luciana, tudo bacana?

Tenho um site de camisetas e música chamado DiabaQuatro. Estou escrevendo pra você porque sou fãzaço da sua "Poison on the Rocks", do Omelete. Toda sexta escrevo uma coluna sobre a música que mais ficou na cabeça de algumas pessoas. Queria convidar você pra falar sobre a sua. Que música mais grudou na sua cabeça durante esta semana? Pode ser qualquer uma. Se você quiser participar e contribuir, é só escrever um parágrafo curtinho dizendo por que a tal música não saiu do seu player esta semana.

Continue destruindo nos textos bacaníssimos! You rock, chica!

Abração,
Fabiano Pimenta
http://www.diabaquatro.com

Resposta

Adorei o site e as camisetas! Elas são espetaculares mesmo!!! Pena que nenhuma seja exatamente algo que eu estamparia no peito, mas tenho certeza que uma hora vai pintar alguma bem a minha cara...

Agora, eu não achei a coluna sobre a música... :/ Manda um link direto pra ela, por favor? Outra coisa: pode ser uma música antiga, né? Porque eu não sou nada atualizada e chafurdo mais nas velharias que nas coisas novas.

Obrigada por ler a Poison e parabéns mesmo pelas criações. Servem como ótimo presente, inclusive...

Beij(o)

Nota da colunista: se você é um dos leitores que escreve querendo saber qual é o meu gosto pessoal, aqui está uma dica.

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Sobre "solidariedade" - coluna de 23/07/07
Por Junior Saiani

Oi, Lu, tudo certo?

Estou escrevendo devido a um apelo que receio ter visto ao final da sua coluna de 23/07. Poxa, cadê a dose extra? Já estou tão viciado na Poison que a dose extra era a única que conseguia me dar barato... Maldita crise de abstinência.

Bom, brincadeiras à parte, e já me desculpando por ter demorado tanto pra ler sua última coluna, achei muito interessante o assunto abordado. E gostaria de compartilhar com você um ponto de vista que vem preenchendo meus parcos e baqueados neurônios. Nem tanto com relação à tal da consciência verde, eu chego lá daqui a pouquinho. Mas não deixa de haver uma relação. Vou tomar como exemplo uma banda, que pelo menos para a minha pessoa, deixa mais latente o ranço do oportunismo.

Falo do tal do Green Day (dia verde? Tudo bem, mas ainda não tem a ver com o exemplo que eu quero dar....), que quando apareceu tinha aquela aura de pop punk que faz tão bem às rádios e aos ouvidos adolescentes pseudo-rebeldes. Mas hoje temos uma banda "engajada" que grava com o Bono (desculpe, gosto do som do U2, mas o Bono parece querer se envolver até no movimento pela libertação dos Anões de jardim), faz um álbum chamado American Idiot, discursa contra a guerra, etc, etc, etc,...............zzzzzzzzz

Queria te perguntar uma coisa, o problema sou eu e minha ranhetice espartana ou realmente o tal do Green Day achou um mote sensacional para vender discos, e , ao mesmo tempo, ganhar reconhecimento por serem cidadãos conscientes-do-seu-papel-de-destaque-e-por-isso-vamos-tentar-passar-uma-mensagem-e-faturar-uns-trocados-com-isso?

Sabe por que uso esse exemplo? Por que, posso parecer radical, mas eu sinceramente acho que TODA essa palhaçada tem um único propósito, que é marketear (que p*@+a de palavra é essa? Eu realmente estou em crise de abstinência...) as mazelas do mundo pra ter do que falar mal. Creio que o intuito altruísta dessas manifestações careceria de uma pequena dose de romantismo, que infelizmente para mim (e creio que para você, eu acho...) foi enterrado com o Woodstock, Che Guevara, Luta contra a ditadura. Não que nós não tenhamos motivos para protestar, mas parece que hoje essas coisas soam meio vazias. Sempre tive na minha cabeça o seguinte: Se eu tivesse grana, ia ajudar muita gente. Mas uma condição que eu imporia para ajudar é que nunca fosse divulgado quem ajudou (no caso, eu). Penso que se o que motivasse, ou até vá lá, se a motivação maior fosse realmente a tal da preocupação com o meio ambiente, com a guerra no Iraque, com a Amazônia, com as formigas albinas tocadoras de violoncelo da Croácia, não haveria o porquê desta promoção toda, ou pelo menos da facilitação para a promoção.

Se o Bono quisesse, ele não poderia comprar U$$ 1.000.000,00 em remédios e enviar às vítimas das guerras civis na África? Ou o Sr. Engajado de última hora, Mr. Sean Penn (um puta ator, mas que me decepcionou), que aluga um barco de remo e vai ajudar as vítimas do Katrina, ACOMPANHADO PELO FOTÓGRAFO E PELO ASSESOR DE IMPRENSA???????

Al Gore falando de aquecimento global????????????? Daqui a pouco tem um burocrata da China dando palestras sobre direitos humanos..............

Desculpe me alongar no e-mail, mas precisava de algo pra aplacar minha crise.....

Grande Beijo

Resposta

Oi, Junior! Tudo bem por aqui e contigo?

A Dose Extra é bem legal mesmo, né? Faz falta...

Bem lembrada a existência do Green Day. Realmente, não tinha pensado nisso. Olha, pra mim a banda nunca foi grande coisa, então acho que o efeito de seu atual "engajamento" meio que passou despercebido... Sem dúvida alguma é oportunismo dos grandes. A moda agora é ser do "bem". Punk que é punk vai até o osso, bota o dedo na ferida, não fica posando de bom moço... Mas bem, Green Day nunca foi punk. Fato.

Não consigo tão facilmente estender o caso do Green Day a todos os outros artistas. Existem alguns que há muito tempo se envolvem com causas humanitárias. O Bono mesmo, sim, ele virou um chatonildo, mas faz muito tempo que ele tá nessas, não desconfio tanto dele.

Então, essa coisa de comprar os remédios e enviar para a África eu já discordo de ti... O problema é mais embaixo. Ok, concordo que algumas atitudes são pra ontem, mas remediar uma situação sem pensar no efeito a longo prazo também é prejudicial. O que adianta comprar um milhão de remédios que vão ajudar a curto prazo as pessoas e daqui um ano estar tudo exatamente igual? Acho que vale a pressão, vale meter a boca, tentar mudar a consciência de quem sofre de males que por vezes poderiam ser evitados com atitudes simples, e vale tentar mudar a maneira como as coisas são feitas pelos países mais poderosos. Mas não vale mandar apenas os remédios. É como algumas coisas feitas no Brasil, que curam a fome imediata, mas não garantem a comida nos próximos anos, entende?

Heueheuehe, não sabia dessa do Sean Penn e confesso que preferia continuar na ignorância. Apesar de que, cá pra nós, um homem que bate na mulher não merece muito respeito, só admiração pelo bom trabalho que faz no cinema mesmo.

Adorei seu e-mail. Escreva sempre!

Beij(o),
Lu
P.S. Existe formiga albina? ;-P Tocadora de violoncelo eu acho realmente que não, mas formiga albina não sei dizer...

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