Não, não esqueci da morte de Johnny Ramone. E acho tudo isso muito, mas muito irritante. Incomensuravelmente irritante. O mundo está ficando sem graça a cada dia que passa e não vislumbro muita luz no fim do túnel, não.
Por favor, mantenhamos a elegância, ok? Nem pense em cogitar TPM. Essa é só mais uma invenção machista para o mau humor, que pode ser feminino ou masculino, independente de progesteronas, testosteronas, enzimas, lipídios ou hormônios.
E já que mencionamos siglas, você conhece a TMMTV? Duas pistas. Primeira: teve uma premiação semana passada. Segunda: apresenta tudo menos música na televisão. Pensou MTV? Ponto para você. Ela mesma, a Tudo Menos Música Television.
Quando a MTV aportou no país, uma legião de jovens brasileiros parou para assistir. Estávamos sedentos, ouvíamos falar de um canal de televisão que só tratava de música. O que mais poderíamos querer? Era genial. Clipes de Faith No More, Guns n´Roses, depois Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, o primeiro do Metallica, espalhados em uma programação que também informava, trazia entrevistas e VJs que anunciavam clipes com muito conhecimento de causa.
Não tinha essa de ser apenas um rostinho bonito, de gente que mal sabe pronunciar Queensryche, de VJ estrela. Cá para nós, o que diabos faz um VJ sentir-se um astro? Conta para mim, porque eu não entendo. Eles são apresentadores (quando muito) e ponto final. Bem diferente dos primórdios da MTV brasileira, quando havia jovens bem informados, com experiência, e que não estavam ali por acaso. Eles relatavam a história da música sempre que podiam e nem por isso eram jovens estrelados. E era justamente por isso que a gente se identificava. Aí entra minha preocupação.
Hoje, o que vemos é o inverso. Carinhas bonitas, estilos pré-fabricados, o VJ rapper, a VJ sexy, o VJ rocker, a VJ modelo, todos com grande potencial para virar capa de Caras. O que é o programa "VJs em ação"? Por que eu vou querer saber o que o Léo tem a dizer? O Rafa, a Sarah, a Cicarelli!?!?!? Ainda se fosse uma Astrid da vida, Maria Paula, Zeca Camargo, Gastão, Fábio Massari... Eu me pergunto: mudou a MTV ou mudou o público? É isso o que o adolescente de hoje quer ver? Diga que não, por favor. Se for preciso, minta.
Pois então está muito bem, vou parar de questionar as Avrils, os Felipes Dylon, as Amy Lees, as Wanessas, os Ushers da vida. Se é com isso que o jovem se identifica, beleza, eu desisto.
Mas nada me tira da cabeça que um canal que tem M de música no nome deveria priorizar a dita. Contabilizemos: de uns 20 programas, 2 tratam de música. Não estou brincando. Temos desde um cartoon com (olha lá eles de novo) VJs transformados em super-heróis, passando por uma bobagem como "Meninas Veneno", que trata da pobre coitada da vítima da sociedade, mais conhecida como mulher (o programa só ajuda a piorar a nossa situação. Valeu, MTV!). E não nos esqueçamos de "Dance o Clipe" e algo qualquer nota como "Missão MTV", que segue os moldes dos programas do momento, aqueles que modificam a cara do infeliz que quer ficar parecido com uma celebridade.
A MTV de hoje fala de tudo, menos de música. É para ter saudades ou não? "Clássico MTV", "Lado B", "Drops", eu sinto muito por terem ido embora.
Ok. Optou-se por popularizar a programação e misturar System of a Down com Zezé de Camargo e Luciano. Com as modificações, a emissora deve ter conseguido sair do traço de audiência para o zero ponto um. Então, se é para seguir sendo um canal dirigido a um público específico, por que não tratá-lo com mais respeito? Se a intenção é continuar dando traço, por que a salada? Porque, de repente, a MTV brasileira virou referência, lançadora de "artistas", VJs indo para grandes emissoras, figurinhas carimbadas em São Paulo Fashion Week, VJs até se casando com fenômenos! Grande estratégia. Se dá retorno financeiro? Creio que não mudou grandes coisas. Se dá status? Opa! Junto a um público imbecilizado, dá muito status. E afinal as coisas giram em torno disso hoje, dane-se a música, né? Por que um canal jovem vai se preocupar em dar algum tipo de cultura ao público jovem? Que idéia mais imprópria a minha!
Mas aí submergem uns detalhes, coisa boba, guardados lá no arquivo morto da MTV, que respondem pelos nomes de profissionalismo e talento. E ele dá as caras quando a imagem dá lugar ao "quem sabe faz ao vivo", em qualquer lugar, a qualquer hora.
A MTV tem uma única grande festa por ano e, infelizmente para eles, não é gravada. O "Video Music Brasil" (VMB) é a comprovação da farsa total que é o canal, ou na farsa em que se transformou. E nessa única chance que a MTV tem para mostrar algum profissionalismo, eis que tudo descamba para a produção de fundo de quintal, fazendo até com que um grande ator como Selton Mello se perca em meio a tanto amadorismo.
Premiação entremeada por jams previsíveis, piadas sem graça, atrações internacionais (oooohhhh, atrações internacionais!!!) como os caídos David Byrne e Alex Band (ex-The Calling) e, finalmente, vencedores fabricados em casa. Ou vai dizer que você nunca sentiu uma parcialidade no estouro de Pitty e Marcelo D2? Não, não vou questionar o talento visível de ambos, mas que houve uma forçada de barra do canal para que eles "acontecessem", isso é inegável. Pelo menos dessa vez não erraram na escolha. Mas se bem que eu duvido que qualquer um que esteja lendo essa coluna já não esteja empapuçado de ouvir falar da "roqueira baiana" Pitty e "do músico que mistura rap e samba" D2 (chavões recém integrados no jornalismo musical do país).
E, claro, o ícone Caetano Veloso. O reverenciado, o exilado, o poeta, o tudo de bom. Caê é vítima (oh, dó!) da má produção de tudo aquilo e se descontrola. O mito perde o rebolado e dá um faniquito sem precedentes. Que amor de pessoa! Um gênio! "MTV, bota essa porra pra funcionar!". Só faltou ele dizer "Você sabe com quem está falando!? Sou eu, porra, o grande Caetano Veloso". Isso que dá viver no passado, dando crédito a quem já ficou lá atrás faz tempo. Acabo me perguntando se o chilique seria o mesmo se David Byrne não estivesse ao seu lado. Pra mim, Caetano tava era com vergonha do gringo. Nada a ver com querer tocar bem uma música, nada a ver com elegância e desenvoltura.
E a MTV tentou uma, tentou duas, na terceira conseguiu. Espetacular. Melhor impossível!
Fechando a festa, mas não a coluna, largo na tua mão a pergunta: se a festa é para premiar artistas nacionais, por que terminar com uma cover de "Rock n´Roll All Nite", do Kiss? Mera curiosidade minha, coisa boba.
Faço das palavras de Caê Odara as minhas: TMMTV, "bota essa porra pra funcionar!". E não estou falando só do som.
*-*-*-*-*-*-*
DOSE EXTRA!
Atendendo a pedidos, aqui está a Dose Extra de Veneno, espaço reservado aos internautas do (o), que enviam missivas nem sempre educadas à colunista. Por que será, hein? ;-P
Sobre Várias Coisas :) - coluna de 09/01/2004
Por Thiago A. Salgueiro Pardo
Oi, Luciana.
Mais uma vez, parabéns pela coluna no Omelete. Você realmente conseguiu me tirar de minha zona de conforto musical. Só porque eu lhe disse em outro e-mail que concordava com tudo que você dizia... é para pagar minha língua.
Sei que deve estar vibrando por isso, mas vamos em frente... :-)
Meu ponto é: concordo em gênero e número com o que o leitor Jaime lhe disse (naquele longo e-mail filosófico). GOSTO é relativo e o que é bom ou ruim para um pode não ser para outros. Sei que você também acha isso. Aliás, você deixou isso bem claro na resposta ao e-mail dele. Entretanto, discordo TOTALMENTE do que disse em certa parte. Reproduzo abaixo:
"Quero neurônios se debatendo incontrolavelmente quando alguém for comprar o álbum da Britney, do Metallica, do Basement Jaxx. Por quê? Porque sinto que o mal desse povo é ter preguiça de pensar. O mal não é ter mau gosto, a real é que gosto não se discute mesmo. O mal é não saber defender porque escolheu Sandy e não escolheu Beth Gibbons. Ou vice-versa! Com o agravante de termos pessoas que exercitem mais seus neurônios optando pela segunda. Seria um indicativo? Talvez. Ou não! Se a gente vai acabar concordando que a Sandy é melhor que a Beth Gibbons? Quem sabe? Com tanto que seja uma escolha racional, pensada e bem argumentada. Não que seja um modismo irresistível, uma metralhada da mídia."
Não acho, em hipótese alguma, que eu deva defender e argumentar com alguém, por exemplo, o motivo racional de comprar um CD de Sandy e de Britney (Isso é apenas um exemplo. Acredite, não gosto delas). Posso simplesmente gostar delas, por qualquer que seja o motivo, e ninguém tem nada a ver com isso.
Por outro lado, acredito que, em uma discussão sobre música, deve-se reconhecer, sim, que gosto de Sandy ou
de Britney porque é modismo, porque a mídia me empurrou elas pela garganta.Percebe meu ponto? Acho que há uma tênue diferença entre o que você disse, sobre ter que argumentar e fazer escolhas racionais, e simplesmente reconhecer um fato, sem fanatismo algum envolvido.
Vou lhe dar um exemplo que aconteceu comigo recentemente. Nunca gostei de Madonna. Entretanto, sempre que vou ao cinema, antes dos trailers começarem, é passado um mesmo clipe com uma música recente dela. No começo odiava. Depois, não via a hora do clipe começar. Recentemente, vi-me buscando na Internet o CD dela para comprar. Reconheço que recebi uma lavagem cerebral para gostar dessa música dela, mas agora eu simplesmente gosto dessa música e ponto final. Não acho que eu deva ter alguma razão ou qualquer argumento racional para gostar da música.
Bem, já me alonguei demais e nem sei mais se consegui expressar claramente o que acho :-)
Boa sorte com sua coluna e continue sendo sempre sincera do jeito que é..
Abraços.
Thiago (já fora de minha zona de conforto)
Resposta
Muito bom o ponto que você levantou, Thiago. Bom mesmo!
Até melhor se eu parar pra pensar que talvez não tenha sido clara o suficiente.
Veja, eu acho que o importante é o durante, entende? Como explicar? Hmmm. Não importa se no final das contas a pessoa decidir comprar o CD da Sandy em detrimento do da Beth Gibbons. Mas,
1. se ela parar para pensar que está deixando de comprar algo melhor simplesmente porque algo na música da Sandy a deixa mais feliz, já é um caminho. Veja, você pensou, foi analítico em relação à Madonna. Não foi lá e simplesmente comprou o álbum. Houve uma briga interna, não houve? Então, isso é interessante. Se você é brega, isso não importa a mais ninguém, você é brega e ponto. Porque aquilo te agrada. Mas sabe que existem outras músicas e estilos que têm maior qualidade, mesmo que não te agradem. Você acha que eu escuto Bach o dia inteiro? É evidente que não. O legal é saber disso, que a gente pode ir mais longe e que se não vai é porque não quer. Não é porque a mídia fez isso ou aquilo, é porque não queremos. Se, apesar da mídia martelar que a Maria Rita é tudo na vida e eu resolver que pra mim não é, ponto final. Como eu sempre digo, tenho discernimento pra saber que a Maria Rita tem qualidade, mas, infelizmente, que não me agrada. (isso é só exemplo, ok?)
2. essas discussões no Omelete são muito legais para se atingir o 1. Deve haver um ou dois cidadãos que pensam um pouco melhor antes de fazer suas comprinhas... e olha que eu faço o possível pra não colocar o meu gosto pessoal na coluna. Não fico falando "corram pra comprar o Strokes", ou "a nova banda do momento é o The Thrills". Não, não faço isso porque não é isso que quero. Não quero desenhar perfis, quero que as pessoas abracem suas escolhas. E a discussão, nesse caso, é muito saudável.
Espero ter ficado um pouco mais clara agora... rs... vamos ver. O que não quer dizer que eu tenha que ter razão, apenas estou explicando melhor um ponto de vista.
Beijão
*-*-*-*-*-*-*
Sobre crítica e críticos - coluna de 17/09/2004
Por Alexandre
Olá, como vai?
Meu nome é Alexandre e sou um freqüentador assíduo do Omelete e, por conseqüência, leitor da sua coluna.
Primeiro, gostaria de dizer que acho válida toda e qualquer crítica a toda e qualquer pessoa, porque afinal ninguém está acima do bem e do mal, embora alguns pretensos críticos não concordem com isso.
Acho também que é muito interessante a um critico, seja ele de qualquer assunto, expressar sua opinião verdadeira sobre o que critica, e não somente se basear em teorias fantásticas e conspirações bizarras, simplesmente para dizer o óbvio: não gosto, não entendo e não presta.
Nisso sua coluna é primorosa porque, embora não concorde com algumas críticas feitas, você não tem vergonha de dizer o que pensa e por isso faz tanta "polêmica."
As pessoas, em geral a massa consumidora, não conseguem compreender o diferente, e, portanto o despreza e o agride. O mais surpreendente de tudo é que em geral os leitores de sua coluna não fazem parte dessa "massa" e são bem letrados, conjugam os verbos e conhecem os advérbios, mas mesmo assim não é difícil encontrar agressões e explicações idiotas para uma coisa tão simples que é o gosto.
Cada um tem o seu, e não vai ser você, que vai fazer alguém mudar os gostos musicais, culturais, etc.
Acho que essa não é sua idéia, mas é difícil pro ser humano ser confrontado com aquilo que não gosta ou não aceita (na qual eu me incluo).
Toda vez que alguém faz uma critica, alguém sempre não vai gostar e sempre se estabelecerá uma polêmica. O que estou escrevendo é o obvio e com certeza você também assim o considera.
Sendo assim, passemos ao verdadeiro motivo deste imenso e-mail: por que todo crítico acha que apenas aquilo desconhecido é bom?
Por que a cada ano surgem milhões de: "novas salvações do rock" e afins?
Enquanto esses caras discutem isso, bandas que estão aí há muito tempo, colocam 6 mil, 7 mil pessoas em casas gigantes de shows no Brasil.
Não estou falando de Charlie Browns e CPMs da vida. Estou falando de músicos de verdade com vinte, trinta anos de carreira e que sempre são tratados como dinossauros, etc.
O Purple esteve no Brasil e colocou 40 mil pessoas no Pacaembu, sei que desses muitos estavam ali só de embalo, mais a maioria era realmente fã da banda. E como é que a imprensa destacou a passagem da banda: "Os dinossauros do rock", "Aqueles que ainda fazem solos nas suas músicas", etc.
Poderia citar o Maiden que vem fazer shows aqui em janeiro ou muitos outros exemplos, mais prefiro citar esse que foi mais divulgado.
Reitero que essas afirmações não são destinadas a você Luciana, não estou acusando você de nada, muito pelo contrário. Exatamente por causa de sua língua solta é que gostaria que você me ajudasse a entender o por quê dessa má vontade de alguns (posso até colocar como grande parte) críticos com artistas que estão aí há mais de dez anos.
Será aquela história de confiar em ninguém com mais de trinta anos?
Talvez o frescor de novidade?
Não sei... por isso gostaria muito de saber.
Beijos, e desculpas pelo imenso e talvez confuso e-mail.
Alexandre.
Resposta
Caríssimo Alexandre, interessante sua colocação.
Só pra salientar que eu não faço parte desse time. Na minha singela discoteca convivem pacificamente Ramones e Nine Inch Nails. Stones e Audio Bullys. Roy Orbinson e The Music.
Sua colocação é interessante porque eu também sempre me pergunto isso... é até curioso que os "críticos" ainda não tenham caído em cima do White Stripes, por exemplo. Banda até outro dia querida dos "críticos" e que já toca em rádios como 89fm e Brasil 2000. Eu, particularmente, não tenho nenhum problema com bandas que fazem sucesso desde que tenham qualidade (para os meus ouvidos). Exemplo recente? Outkast. Tá estourando no Brasil. É genial. Eu já gosto há mais de ano e vou deixar de gostar por conta disso? E a sensação de escutar "Another Brick in the Wall" em meio a um monte de porcaria que toca numa rádio mais pop? Eu continuo achando a música genial por mais que ela já tenha sido tão martelada por aí. Qualidade independe disso.
Acredito que os "críticos" tenham sua parceriazinha com as gravadoras e, de certa maneira, são um canal direto com os formadores de opinião. Quer alguém mais interessante do que esse para as majors? O cara vai lá, elege seus preferidos, escreve umas linhas a respeito e pronto... todos os leitores da tal coluna vão comprar. Daí que a onda pode ou não se espalhar... mas vale a pena investir nesses caras, não vale? Agora, se quando eles chegam em casa só escutam Raveonettes eu já não posso garantir... mas se for o caso, meus pêsames pra eles. A cada escutada que dou no Dark Side of the Moon descubro coisas novas. E não é por serem novas que são interessantes... é porque geralmente são maravilhosas também. Ou seja, música boa é atemporal.
Da atualidade, posso te citar mais bandas que não gosto do que gosto. Às vezes me sinto parada no tempo. Às vezes me sinto seletiva. Às vezes penso que não estou caindo como pato na teia dos caras... eu lá vou sair comprando o Strokes só por que um cara qualquer me disse que é show? Tô fora. Ouvi duas, três músicas, achei tudo igual, voltei pro meu Radiohead querido... rs
Pra finalizar, quero que note bem que eu pouco falo sobre minhas preferências pessoais na coluna. A função da Poison não é essa, como você pôde perceber. Não quero mudar o gosto de ninguém. MESMO!
Talvez eu fale sobre isso numa coluna. Boa idéia a sua, Alê.
Beijã(o),
Luciana
*-*-*-*-*-*-*
Sobre Letras de Música - colunas de 17/08/2003, 12/09/2003 e 10/10/2003
Por Julio
Nao sei, mas creio que cheguei um pouco atrasado...
Estava lendo a sua coluna sobre o Grammy e fiquei tão interessado em suas matérias que tive que ler mais sobre a Poison on the rocks ... comecei a ler e vi que foi você a responsável pela ÓTIMA *Wacko Jacko*, pela sobrenaturalmente boa *Britney Spears* e pelas maravilhosas colunas que falam sobre as letras das músicas... esse é o motivo pelo qual estou escrevendo.
Notei que você detonou valendo as bandas que fazem sucesso com letras ridículas... e apoio você plenamente! Por isso queria a sua opinião no seguinte... uma vez escrevi para você sobre a banda Evanescence... pedi pra saber se eles eram gospel ou não, porque você escreveu algo sobre eles no Omelete há muuuito tempo... você pesquisou, e disse que não... realmente não são.
Enrolei tanto assim para chegar a esse ponto... o que você acha da música gospel? Algumas bandas realmente envergonham, mas algumas são muito boas e têm letras maravilhosas...
Gostaria de saber o que você acha sobre esse "estilo" se é que dá pra chamar assim. Seria interessante se você escrevesse algo sobre isso, porque temos várias bandas brasileiras e de fora que têm qualidade muito superior a essas bandas que fazem sucesso hoje em dia (se bem que hoje em dia, não é preciso muito esforço para isso) :-)
Bom, é isso... gostei muito de ler sua coluna, estou lendo agora a terceira parte da *Letras de Músicas* e acho que vou gostar. Espero que meu pedido seja atendido, ou pelo menos seja feito um comentário sobre isso.
Valeu :-)))
Resposta
Olha, Julio, acredito que a música é uma arte maravilhosa porque é livre. Pessoalmente, não gosto de pensar em nada que associe religião, raça, crença, opiniões preconceituosas (lembrando de todos os lados do preconceito) a divertimento. Acho que as coisas devem ser apreciadas em separado. Não gosto de pensar que estou sendo "usada" para propagar uma idéia, seja ela qual for. Música não serve para isso, ao meu ver.
É um assunto muito delicado, justamente porque mexe com uma das coisas mais intocáveis do ser humano, que é sua religião e espiritualidade. Por isso, não acho que devo me estender mais. Acho bacana música gospel para quem segue dado tipo de religião. Acho o fim da picada ouvir música gospel na programação "normal" de uma rádio, porque ali está inserida uma idéia totalmente própria a uma dada filosofia.
Ótimo que as letras sejam maravilhosas, mas seria melhor ainda se fossem parte de música apenas, não de música rotulada de gospel.
Atenção: essa é a minha opinião apenas, não faço a menor idéia de qual seria a opinião dos Cozinheiros. Talvez seja parecida com a minha no que diz respeito a não misturar assuntos distintos. Nada que é imposto é legal e não há nenhuma razão para mexermos com assuntos que possam se tornar incômodos a alguns leitores. O correto, para mim, é ser imparcial.
Um beij(o),
Luciana
*-*-*-*-*-*-*
Sobre Aerosmith - coluna de 09/01/2004
Por Melissa Steda
Olá, aqui quero expressar o quanto suas colocações a respeito de uma das maiores e melhores bandas de Rock de todos os tempos não têm o mínimo de lógica... Qualquer um reconhece a importância do Aerosmith para a música!
Eu mesma não sou fã, mas sei que eles conseguiram inovar, agradar muita gente e fazer um verdadeiro Rock de qualidade! Portanto espero que você reveja seus conceitos, pense a respeito daquilo que escreveu e tente ao menos sentir a música... Pois parece não ter conseguido fazê-lo... Ou não teria jamais nem pensado em escrever tamanhas calúnias!
* Melissa Steda *
Resposta
Oi, Melissa, não ignorei a importância do Aerosmith para a Música, simplesmente questionei seu sucesso atual.
Até mais,
Luciana
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Sobre Camelo X Chorão - coluna de 12/07/2004
Por Bárbara
Acabei de ler seu artigo Poison on the rocks. Ótimo. Foi como ver uma luz de sanidade no meio de tanta escuridão. Sim, estou exagerando...
Gostei muito do modo como você enxergou o "outro lado" - a reação dos fãs do Los Hermanos. Sou uma admiradora do Los Hermanos, mas não concordo de maneira alguma com comentários que ando lendo em muitos sites. Todos nós sabemos, e isso é senso comum, que o que o Chorão fez foi ridículo, mas também partir pro pejorativo. Sei lá! Acho lamentável, e realmente não gostaria que isso envolvesse uma banda que eu gosto tanto, mas aconteceu e pelo menos até agora concordo com a posição deles, pois não ouvi nenhum ataque da banda aos Charlie Brown Jr. e nem acredito que isso irá acontecer.
Ah! Adoro ler os e-mails publicados das pessoas que atacam os seus artigos. São impagáveis!
Resposta
Oi, Bárbara, acho que o papel de todo ser pensante é analisar os dois lados da moeda, né?
Por mais lamentável que tenha sido a atitude do Chorão, isso não quer dizer que uma das duas bandas deveria sumir do mapa... não por esse motivo, pelo menos. Acho que ânimos exaltados causam todo tipo de comentário, muitos absolutamente maldosos, pejorativos e marginalizantes. É preciso ter cuidado porque amanhã quem garante que não será o Camelo a fazer uma grande bobagem, né? Sem dúvida alguma é menos provável, mas não é garantido.
Ah! Eu também gosto muito da Dose Extra :)
Beij(o),
Luciana