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Música
Artigo

Poison on the Rocks

O polêmico "Dani California"

LT
06.06.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.11.2016, ÀS 18H04

Então quer dizer que eu saio um pouquinho de circulação e a babaquice volta à tona? Antes fosse só quando saísse de circulação... escreveria uma Poison por dia!

;-P

Ouvi dizer que o inofensivo clipe de "Dani California", do Red Hot Chili Peppers anda causando a fúria dos fãs do Nirvana, porque supostamente há nele uma "sátira" a Kurt Cobain e seus comparsas. O que não faz um olhar com má vontade, né? Pior, o que não faz a burrice e a preguiça, causadas pelo (adivinhe!) bom e reincidente velho fanatismo?

Pra quem não viu o clipe: o Red Hot Chili Peppers aparece encarnando vários personagens da história do rock, alguns imediatamente reconhecíveis, outros nem tanto. Um clipe bonito. Curioso. Interessante mesmo. Mas vamos ao cerne da questão: em nenhum momento, eu digo NENHUM, há a intenção de ridicularizar algum deles. Inclusive, logo que souberam da ridícula polêmica que foi levantada pelo clipe, os Chili Peppers saíram em sua própria defesa, alegando que ali mostram a evolução do rock, fazendo homenagens a bandas e/ou estilos que os influenciaram. E eu acredito. É uma daquelas raras vezes em que acredito no que diz um artista, eu acredito. É só ver o clipe! E saber um pouco mais do que o superficial, claro... mas dá um trabalho, né? Pensar, pesquisar, matutar antes de falar abobrinha dá muuuuuuito trabalho...

Agora vejamos, colocando a cabeça pra funcionar. Não seria muita burrice dos Chili Peppers ridicularizar Kurt Cobain? Se por um lado uma "planejada" polêmica poderia ajudar a divulgar o clipe e a banda, por outro, as perdas seriam muito maiores, afinal estariam cutucando justamente um público que certamente lhes faria muita falta, jovens que cresceram ouvindo Nirvana ou que hoje já consideram a banda um clássico. Acontece que em se tratando de Chili Peppers, esse público se confunde com o deles mesmos, afinal o Nirvana não estourou muito tempo depois que o Chili Peppers, e durante todo o processo de início, meio e fim da banda de Seattle, os californianos permaneceram na ativa. Definitivamente, seria uma grande burrice. E eu sei, você sabe, que a indústria fonográfica é repleta de falhas de caráter, mas burra não é não. Antes o contrário.

Mas talvez o mais irritante seja ver a preguiça em se construir bons argumentos. Para vencer uma discussão você não tem que necessariamente "atacar" o alvo de maneira direta, especialmente se o "alvo" for algo tão pequeno. A "raiva" causada pela curtíssima cena em que Anthony Kiedis encarna Cobain - bem menos do que a banda aparece interpretando outros personagens - poderia facilmente ser transferida pra outros pontos bem mais interessantes.

Por exemplo: por que diabos a letra da música não tem absolutamente nada a ver com o que aparece na tela? Acredito que essa seja uma tendência, afinal com tão pouco a se dizer e tanto a se mostrar (sim, o culto à imagem de novo), aparentemente está se tornando cada vez mais natural ver um clipe de uma banda navegando nos mares de Abrolhos enquanto fala de um passeio à feira de artesanato de Embu das Artes (recomendo os dois ;-P, mas não leve o radinho). E eu nem preciso ver TV pra chegar à essa conclusão, este é o mundo em que vivemos. Simples assim.

Outra: por que desde o estrondoso sucesso do ultramegacomercial Californication, tudo o que o Chili Peppers faz parece um repeteco da tracklist desse álbum? "Scar Tissue" (de Californication), "The Zephyr Song" (de By the Way, o sucessor de Californication) e "Dani California" (do último, Stadium Arcadium) são iguais! Tira um dó daqui, bota um sol ali, e pronto: topo das paradas! Que a voz de Anthony Kiedis não seja lá dada a muitas variações, ok, isso não é segredo (é um enjôo só), mas uma banda que tem em sua formação gente do porte de John Frusciante (recomendo os solos) e Flea, poderia dar tão mais, mas TÃO mais... quer a prova? Ouça os discos do início de carreira da banda, cheios de funk, letras safadinhas e criativos até o osso. São muito bons. De verdade!

Pra quem não viveu o surgimento do Chili Peppers, imagino que hoje eles sejam uma banda bem bacaninha, tendo em vista o resto que nos rodeia. Mas pra quem viu a banda tocar insanamente no Hollywood Rock vestidos com capacetes que cuspiam fogo, entoando clássicos como "Higher Ground", "Knock Me Down" e "Blood Sugar Sex Magik", é lamentável. "A memória é uma ilha de edição", já dizia Waly Salomão, mas nem sempre (infelizmente) temos controle sobre os botões que a editam.

Podem chamar de saudosismo. É isso mesmo. Desculpaí se vi o Chili Peppers ser uma ótima banda em algum momento da vida. Não posso dizer o mesmo de agora. E a comparação deixa tudo muito mais triste...

De qualquer forma, vale o toque: vai criticar? Mete o dedo direto na ferida sem medo de ser feliz! Não me venha com muxoxos, "Mimimimi, tá ridicularizando o Kurt, mimimimi, o deus de Seattle..."

Ah, pára, vai! Ora, pipocas.

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DOSE EXTRA!

Atendendo a pedidos, aqui está a Dose Extra de Veneno , espaço reservado aos internautas do (o), que enviam missivas nem sempre educadas à colunista. Por que será, hein? ;-P

Sobre Dose Extra de 15/12/03

Por Lucas Pasqual Pinheiro

Oi Lu! (Permite?)

Sei que você deve receber toneladas internetárias (sim, eu inventei essa palavra - simpática, concorda?) de e-mails "criticando" (poucos realmente realizam essa ação) sua coluna.

Não quero tentar mostrar que você está errada ou certa. Pelo contrário! As discussões e a sua leve acidez são o que me motivam a ler essa coluna!

Acho insuportável o fato de estar feliz por estar te escrevendo! Cometi tal "erro" (não me leve a mal) depois de ler a Dose Extra do dia 15 de dezembro de 2003.

Pois é, pleno sábado à noite e não tenho nada pra fazer - mamãe não permite que eu saia!

Achei o máximo o e-mail do Fábio Caixeta! E achei ainda mais máximo você comentá-lo tão entusiasmada. Não conheço metade dos artistas que você (diz que) gosta, mas me sinto à vontade para também adotá-los como... qual seria a palavra... "admiráveis"? =]

Acho estupidamente ridículo os fãs da Britney "sou a favor da guerra porque os iraquianos merecem liberdade" Spears virem até aqui e te escreverem palavras não muito aconchegantes só porque você demonstra sua opinião em público (Liberdade de expressão é só uma expressão). =p

Você não comenta mais sobre os Engenheiros. Eu não escrevo nada sobre os Engenheiros.

Sim, você tem um *GRANDE* senso de humor. E sabe usá-lo.

Não faço minhas as suas palavras. Ouço e gosto de muitos artistas que você critica. Pitty, só para dar um exemplo... não entendi se você é a favor ou contra (ou se simplesmente não tem opinião - o que é difícil, você é a pessoa mais convicta que já... vi?... não, nunca te vi...). Mas acho que a capacidade e a tolerância que você tem para administrar essa coluna são enormes e tão dedicadas que merecem todo o meu tempo e atenção. =D

Você conquistou frações do espaço que merecia. Sem querer babar ovo, mas já babando, você é o próximo "Millôr"!

Exagerado? Talvez... realmente, acho que fui infeliz nessa comparação...

Mas deu pra entender que sua opinião me ajuda a construir a minha, né? (Sim, sinta-se pressionada! Você é ídolo juvenil!)

Ah! E pra terminar, posso perguntar a sua idade?

E a sua massa!? (Meu sonho será realizado)

Quer uma troca?
Lucas Pinheiro, 14 anos, 55 quilos!

Beijos e *Clichê* Continue assim!

Resposta

Oi, Lucas!

Claro que pode me chamar de Lu... sua mensagem é ótima :)

Hmmm... antes de admirar os artistas que eu gosto, dá uma ouvidinha... vai saber, né?

Artisticamente não gosto da Pitty, as músicas não me agradam... pessoalmente, não gosto da Pitty, ela me parece um pouco deslumbrada pra quem não foi tão longe assim... o fato de ela ser mulher e tocar rock é a única coisa que salva a minha opinião em relação a ela.

Minha massa? Uma que uma pessoa muito especial faz pra mim com tomate picado bem pequenininho... ;-P

32 anos.

Beij(o),
Lu

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Sobre Rodox - coluna de 18/08/04

Por Rafael Cardoso

"Não é à toa que os seguidores da religião de Rodolfo encontram a rejeição dos outros mortais pecadores. Essa mania de apoderar-se de Cristo como se ele fosse só deles é no mínimo irritante. E essa soberba de nos olhar lá de cima é, no mínimo, uma atitude pouco cristã no sentido daquele cara que eu chamava de Cristo e que fazia questão de misturar-se aos mendigos, prostitutas e toda a "ralé" da sociedade. Acho que esqueci de novo, eu estava equivocada."

Cara Luciana, em primeiro lugar gostaria de dizer que não estou aqui para defender nem acusar ninguém. Apenas gostaria de dizer que este parágrafo que está acima tem algumas informações erradas. Deixe-me explicar: Nós evangélicos (na maioria) não achamos, nem pensamos, que Cristo é nosso, mas sim o contrário. Saiba ainda que a soberba destrói o homem, então tenho pena dos que a tem. Mas Jesus estava no meio de todos para salvar as pessoas, podemos andar com todos, mas não é lícito fazer tudo o que fazem, pois temos que dar exemplo, mostrar o caminho certo. Concordo com o final da banda, se o propósito dela não era mais espiritual, e sim financeiro. Pois não devemos confundir evangelização com lucro. Deus ama o pecador, mas não o pecado...

Qualquer dúvida me escreva.

Abraços, Rafael.

Resposta

Sem dúvidas, Rafael.

Beij(o)

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Sobre o show do U2 - coluna de 14/02/06

Por Pablo Borba

Olá Luciana,

Acabei de ler a sua última "Poison on the Rocks", e para começar, já tenho uma confissão: foi a primeira vez que li a sua coluna. Sou leitor assíduo do Omelete há alguns anos, mas sempre da parte cinematográfica, mas ainda não havia me interessado, ou eu simplesmente não tinha vontade de ver os outros assuntos que o site enfoca. Hehe me desculpe, mas é a verdade.

Pois bem, antes de tudo, eu não poderia escrever sem saber direito quais suas opiniões, qual a ênfase você dá aos assuntos tratados na sua crítica. E como a primeira impressão foi boa, eu resolvi ler mais alguns artigos seus (boybands, Aerosmith, Avril, Engenheiros, etc...), e, sem puxa-saquismo (hehe), gostei muito do que vi. Claro, como nem Jesus agradou a todo mundo, eu fiquei meio chateado com o que você disse a respeito dos Engenheiros, mas como tu disseste que não tratará mais do assunto, então este morre aqui. Mas de resto, ficou muito evidente a sua luta pela boa música, e vejo que, pela quantidade de respostas que você obtém, não está sozinha. O que me deixa muito contente.

O que me levou a escrever foi a sua última coluna (ou desabafo, pelo menos eu interpretei assim), e a sua revolta pela extrema dificuldade em conseguir os ingressos para o show do U2. Compartilho de sua dor. Eu fui ao show do Pearl Jam em POA e, como você, tive de agüentar a indiferença do pessoal da organização que, ou não tem cacife para uma empreitada deste tamanho, ou realmente não se importa com o público. Porque o que eu passei das duas da tarde até a meia-noite do dia do show, só quem realmente gosta estaria disposto a tal sacrifício. Calor, ginásio abafado, calor, falta de água, calor, espera em pé, calor, local inadequado, calor, valor alto dos ingressos, calor...

Só o valor dos ingressos já espantaria qualquer um, tanto para o U2 quanto para o Pearl Jam, mas, eu acho que somente assim, o público brasileiro tem a oportunidade de presenciar tal tipo de acontecimento. Agora, você está equivocada, quando fala da solidariedade brasileira. Conheci pessoas lá, que mesmo nunca tendo visto este interiorano do RS, não hesitaram em me ajudar quando necessitei. E sou muito grato a eles, mesmo que talvez nunca mais os veja.

Mas valeu a pena, é o que importa. Se tivesse de passar por tudo isso de novo, eu não hesitaria um segundo sequer. Tanto a banda quanto o show são muito bons.

Bom, quero lhe parabenizar pela coluna, e pedir para que continue assim, com esta opinião bem formada.

Desculpe pelo longo texto, mas é a primeira vez, e ainda assim não consegui dizer tudo que gostaria.

Obrigado pela atenção,

Pablo Tiago Borba

Resposta

Oi, Pablo... não tem o que desculpar, rapaz! A parte de cinema do Omelete é imbatível, né? Obrigada por migrar pra música...

Talvez eu tenha me explicado mal quanto à solidariedade. Qualquer atitude em prol de alguém que não você mesmo é bem-vinda, mas não acho que tenha que se ficar vangloriando... acho sim, que muitas atitudes que deveriam ser óbvias ficam parecendo grandes feitos, e não entendo muito bem... gentileza é sempre bem-vinda e não o contrário, entende? A que ponto chegamos de achar que ser "bacana" com um outro alguém é algo mais? Esse deveria ser o princípio de todas as nossas atitudes, entende? Tô parecendo uma abraça-árvore filhote de Bono Vox engajado, né? Mas é assim que eu vejo as coisas: o mundo só vai ser melhor quando as pessoas começarem a agir visando apenas o bem e não achar que são muito duc* por causa disso.

Quando você tiver um tempinho, diga o restante de tudo o que gostaria... :) Adorei tua mensagem.

Beij(o) e bem-vindo à Poison,

Luciana

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Sobre Coldplay - coluna de 10/05/05

Por Fernando

Tudo bem?

Li seu artigo e gostaria apenas de saber se você é fã dos Beatles?

Obrigado pela atenção dispensada!
Abraços

Resposta

Não.
E digo isso no primeiro parágrafo :)

Beijo