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Piolhices & afins

Coluna está de volta e traz bandas nacionais que você deveria conhecer

RM
04.08.2009, às 00H00.
Atualizada em 21.12.2017, ÀS 20H07

Esta edição da coluna será dedicada à um quarteto de bandas nacionais que, adeptas a diversos estilos musicais diferentes, têm batalhado no underground há algum tempo - em alguns casos, como o Apocalypse, há mais de duas décadas - e merecem um pouco mais de reconhecimento pelo bom serviço prestado ao rock feito por aqui e que geralmente não chega ao mainstream.

Apocalypse

Piolhices & afins

Deventter

U-Ganga

Hellish War

Apocalypse

O Apocalypse surgiu em 1983, em Caxias do Sul (RS), quando o tecladista Eloy Fritsch formou uma banda de rock com colegas de escola. Inspirado nos grupos Yes, Genesis, Rush, ELP e Marillion, eles fizeram a sua primeira apresentação no mesmo ano, durante um festival colegial em Caxias do Sul. Pouco depois, o baterista Chico Fasoli e o guitarrista Ruy Fritsch se juntaram ao grupo. Em 1984, o Apocalypse entrou em estúdio pela primeira vez e saiu com dois demos. Entre 1985 e 1990, a banda apenas se apresentava ao vivo, tocando nos mais importantes festivais gaúchos da década de 80 (Rock Festival, Circuito de Rock, Festpop, etc.) ao lado de nomes como Nenhum de Nós, Ira e De Falla.

Em 1990, o Apocalypse entrou em estúdio para gravar seu primeiro álbum. Auto-intitulado, ele trazia 11 faixas, incluindo um cover de "Lavender", do Marillion. O show de lançamento aconteceu em Caxias do Sul: a banda interrompeu o trânsito da mais movimentada avenida da cidade e tocou todo seu repertório para mais de 2 mil pessoas. Nessa época, a banda havia se transformado em um trio, com os já conhecidos Eloy Fritsch e Chico Fasoli e o novato vocalista Chico Casara.

Em 1992, Ruy Fritsch retornou ao grupo consolidando a formação mais produtiva e que renderia vários álbuns e apresentações nacionais. Nessa época, a banda decidiu voltar suas forças para o mercado internacional e, para isso, passou a compor algumas músicas em inglês. Logo atraíram a atenção da gravadora francesa Musea, especializada em rock progressivo. Perto do Amanhecer, o segundo álbum, saiu em 1995 na França. No ano seguinte, iniciaram as gravações de Aurora dos Sonhos, seu terceiro disco, que tem como destaques faixas como "Do Outro Lado da Vida" e "Vindo das Estrelas". Mais um ano se passou e o álbum de estréia ganhou um relançamento em CD, com três músicas inéditas e intitulado Lendas Encantadas.

Em 1998, após se apresentar no Planeta Atlântida - o maior festival do Sul do país - a banda assinou com a gravadora paulista Atração para o lançamento de uma coletânea - The Best Of Apocalypse -, que compilou faixas de seus três CDs. Em 1999, se apresentaram no "ProgDay 99", um dos maiores festivais internacionais de rock progressivo dos Estados Unidos. O show atraiu bastante atenção da mídia especializada na época e motivou o lançamento de Live In USA, com o registro dessa apresentação.

Em 2003, a banda lança seu 4º álbum de estúdio, Refúgio. Apesar do sucesso do disco, Chico Casara, na época acumulando as funções de vocalista e baixista, deixa a banda. Gustavo Demarchi (vocal) e Magoo Wise (baixo) se juntam ao grupo, que decide então regravar antigas faixas e compor novas músicas em inglês. O primeiro resultado é o EP Magic - The Radio Edits. Lançado em caráter promocional para rádios, o trabalho é disponibilizado na íntegra como presente aos fãs no lançamento do site oficial da banda no final de 2004.

Em setembro de 2005, o Apocalypse é convidado para fazer o show de lançamento do festival Rock Symphony For The Record, no Teatro Municipal de Niterói (RJ). A apresentação da banda é filmada e vira o DVD e CD ao vivo Live In Rio. No ano seguinte, o destaque foi a apresentação ao lado do Uriah Heep no Brazil Rock in Concert Festival.

The Bridge Of Light é o título do mais recente álbum de inéditas. Este é o décimo trabalho da carreira e o primeiro lançamento por sua nova gravadora, Free Mind Records. O álbum é dividido em dois atos distintos: Act I com as faixas "The Dance of Dawn", "Next Revelation", "Last Paradise", "Dreamer", "Meet Me" e "Ocean Soul"; e Act II que traz a suíte conceitual "The Bridge Of Light" dividida em sete partes e que narra a história de um dia na vida de um garoto órfão chamado Jimmy e de seu fiel amigo Z14 - ambos procuram por respostas existenciais num velho parque abandonado. The Bridge Of Light está sendo distribuído em toda Europa e Ásia pela Musea Records.

Para os apreciadores de um rock progressivo bem feito, o Apocalypse é uma banda que merece ser conhecida.

Discografia: Apocalypse (1991); Perto do Amanhecer (1995); Aurora dos Sonhos (1996); Lendas Encantadas (1997); Best Of (1998); Live in USA (2000); Refúgio (2003); Live in Rio (2006); Bridge of Light (2008)

Hellish War

A paulista Hellish War foi fundada pelo guitarrista Vulcano em 1995, em Campinas. Inicialmente a idéia era formar um "power-trio" e investir em um power/heavy metal bastante influenciado pela escola alemã. Em 1996, a banda gravou sua primeira demo tape e, no ano seguinte, Roger Hammer (vocal) , Gabriel Gostautas (baixo) e Daniel Job (guitarra) completariam a formação da banda. Pouco depois, o Hellish War conseguiu um contrato com a Megahard Records, gravadora brasileira especializada em rock/heavy metal. O baterista Jayr Costa logo completaria a formação.

O álbum de estréia, Defenders of Metal, foi lançado em 2001 e teve boa recepção tanto por público quanto pela mídia especializada. A turnê de divulgação teve como destaques as apresentações no Directv, em São Paulo, ao lado do alemão U.D.O. (lendário ex-vocalista do Accept) e a abertura para o Saxon em Curitiba. Durante a turnê, Jayr Costa e Gabriel Gostautas deixam a banda, sendo substituídos, respectivamente, por Daniel Person e JR .

Depois de uma série de problemas burocráticos que não vem ao caso, o Hellish War acabou rescindindo seu contrato com a Megahard Records. Independentemente disso, seu segundo álbum, Heroes of Tomorrow, não demorou a tomar forma. O trabalho, que vem sendo bastante elogiado pela mídia especializada brasileira, rendeu à banda um convite para excursionar pela Europa a partir de setembro desse ano, tocando nos festivais.

O Hellish War é um dos bons nomes na cena atualmente. Seu heavy metal é bem técnico e energético e a banda tem tudo para se tornar um dos grandes nomes do cenário nacional em seu estilo.

Discografia: Defenders of Metal e Heroes of Tomorrow

Deventter

O Deventter foi formado em 2001 por Hugo Bertolaccini (teclados), André Gabriotti (baixo), André Marengo e Danilo Pilla (guitarras), Caio Teixeira (bateria) e Daniel Reinaux (vocal). Essa formação, no entanto, durou pouco e logo a banda perde seu vocalista e baixista. Os substitutos também não duram muito e logo deixam a banda. Depois de algum tempo de procura, os postos são ocupados, respectivamente, por Daniel Lotoy e com o retorno de André Gabriotti. Mas durante as gravações da segunda música da banda, em 2005, o Deventter perde seu novo vocalista, prontamente substituído por Felipe Schäffer. Durante 2005 e 2006 a banda se dedica à gravação de seu début, "The 7th Dimension", lançado em fevereiro de 2007. Nesse interím, a maldição da formação mutante continua e a banda novamente perde um membro, quando o baixista André mais uma vez deixa o grupo. Seu substituto, Gustavo Gonçalves, mal esquenta o lugar e acaba saindo para a entrada de Leonardo Milani. Desde então, a banda se mantém estável.

Apesar de todos os problemas, "The 7th Dimension", que traz um rock progressivo fortemente influenciado pelo hard rock, gera bons frutos, a ponto do Deventter ser o responsável pela abertura do show do Dream Theater em Belo Horizonte, em 2008. Seu segundo álbum, Lead... On, foi gravado em São Paulo e será lançado nos próximos meses.

Discografia: The 7th dimension (independente); Lead... On

U-Ganga

Há 15 anos na estrada, o U-Ganga, que no início de carreira se chamava Ganga Zumba, foi formado em Uberaba (MG), terra que revelou ao mundo nomes seminais do heavy metal, tais quais Sepultura, Sarcófago, Overdose, dentre inúmeros outros. Seu som, no entanto, lembra mais uma mistura de Nação Zumbi com Raimundos do que as acima citadas. O U-Ganga é a única banda nessa coluna que não voltou suas atenções para o mercado internacional (ainda), mantendo todas as suas letras em português.

O U-Ganga é atualmente formado por Christian e Thiago Soraggi (guitarras), Ras Phael (baixo e vocal), Vouglas (efeitos), Marco Paulo (bateria) e Manu "Joker" (vocal). Interessante notar que Manu é um nome conhecido no underground mineiro, pois foi baterista do Sarcófaco.

Em sua trajetória até aqui o U-Ganga já lançou 3 demos e 2 CDs oficiais (Atitude Lótus, de 2003, e Na Trilha do Homem de Bem, de 2006). Participaram também de várias coletâneas e realizaram constantes giros pelo Brasil tocando ao lado de artistas de estilos variados, como Racionais MC’s, B. Negão & Digital Dubs, Dr. Sin, Dead Fish, Marcelo D2, Forgotten Boys e Tequila Baby entre várias outras.

O U-Ganga também já participou de vários importantes festivais de música independente como o Udi Rock Scene e o Jambolada.

Atualmente a banda se prepara para o lançamento de seu terceiro álbum, Vol 3: Caos, Carma, Conceito.

Discografia: Atitude Lótus (Incêndio Discos - 2003); Na Trilha do Homem de Bem (Incêndio Discos - 2006); Vol 3: Caos, Carma, Conceito (Incêndio Discos - 2009).