Depois de um período conturbado, com a saída do vocalista Max Cavalera e da mudança de gravadora, o Sepultura parece renascer. A banda de Igor Cavalera, Andreas Kisser, Paulo Jr. e Derrick Green acaba de lançar Roorback, com distribuição no Brasil pela FNM, e tem recebido enormes elogios da crítica internacional pelo novo trabalho.
O quarteto mineiro voltou recentemente de sua primeira turnê pela África do Sul e está com a corda toda: participou dos principais festivais do verão europeu, voltará para o velho continente em novembro e promete mais shows no Brasil - depois de terem aberto com grande sucesso a passagem do Deep Purple por aqui. E pro ano que vem os fãs podem esperar um DVD.
Eu acho que a saída do Max é uma história totalmente superada. O público já entendeu e, melhor que isso, já aceitou a nova cara da banda. O Derrick também está totalmente adaptado. Não posso dizer que somos grandes amigos do Max hoje. Isso realmente mudou. Mas não vemos mais necessidade de explicar ou provar alguma coisa, contou Andreas ao Omelete.
Segundo o guitarrista, mesmo com as dificuldades enfrentadas após a saída da gravadora Roadrunner, aquele foi um período importante para o amadurecimento do grupo e o fortalecimento da nova formação, com o vocalista Derrick Green - que já arranha algumas palavras em português - nos vocais. A troca de gravadora nos motivou muito. Afinal, depois de um contrato de sete discos por uma mesma companhia, fica complicado mudar certos conceitos e padrões. Acho que eles, na verdade, nunca aceitaram ou aprovaram o trabalho da banda depois da saída do Max. Quando ficamos sem gravadora, procuramos muito antes de assinar um contrato novamente. Agora, ninguém está preocupado com o passado e, definitivamente, entramos de cabeça em uma nova fase da banda. O disco está sendo lançado por empresas diferentes em cada continente, o que também é muito bom, pois cada uma delas sabe trabalhar da melhor maneira para seu público. A única coisa chata foi que o disco acabou saindo por último no Brasil, diz Andreas.
Planos para 2004
A passagem pelo continente africano ajudou a dar ainda mais gás ao Sepultura, que vê com bons olhos o crescimento de sua música pelos quatro cantos do mundo. Foi uma experiência muito bacana. Deu para conhecer o país e ter uma idéia sobre uma cultura muito diferente da nossa. Mas acho que o que mais nos marcou foi que as pessoas tinham as letras do disco novo na ponta da lingua.
Prontos para voltar à Europa em novembro, já estão cheios de planos para o ano que vem. Estamos preparando um DVD para 2004. A idéia é contar a história do Sepultura desde a saída do Max para cá, que acho que é a fase menos conhecida pelos fãs. Devemos também voltar ao Brasil para mais alguns shows, conta o guitarrista.
Até hoje, o único DVD do Sepultura apresenta uma compilação de três home-videos que enfocavam a fase em que Max ainda estava na banda. Queremos aproveitar melhor os recursos disponíveis para um DVD, completou.