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O show do Red Hot Chilli Peppers no Brasil

O show do Red Hot Chilli Peppers no Brasil

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15.10.2002, às 00H00.
Atualizada em 23.12.2016, ÀS 03H05
Parece que finalmente a organização do Kaiser Music - festival permanente e itinerante de música - começa a levar a coisa realmente a sério. Depois de apresentar algumas atrações em franca decadência, a produção resolveu contratar, enfim, um show do primeiro escalão do rock mundial. Estranha época, com o dólar oscilando e tudo em volta sendo cancelado, mas...

Os Red Hot Chili Peppers estão no auge de sua carreira. Nem nos tempos de BloodSugarSexMagik (1991), quinto disco da banda e considerado pela crítica e pelos fãs o melhor de sua carreira, o grupo esteve tão aclamado. Vários fatores podem explicar o fenômeno, mas é fato que a volta de John Frusciante à guitarra depois de um tempo afastado e de Rick Rubin à produção dos discos fez com que a banda voltasse à qualidade anterior - ainda que, para os fãs mais hardcore, o som esteja muito maduro (na pior acepção da palavra).

Mesmo sendo a terceira vez que o conjunto toca no Brasil em quatro anos, o estádio do Pacaembu lotou para ver os californianos - que haviam decepcionado o público nacional com uma apresentação burocrática no Rock in Rio de 2001. Aproximadamente 50 mil pessoas acotovelaram-se para assistir ao que deveria ser a desforra da decepção anterior.

E foi. Problemas na equalização à parte, o que se viu no palco foi uma banda com garra de principiantes e técnica de lendas vivas. O repertório privilegiou os três discos de maior sucesso da banda, BloodSugarSexMagik, Californication (1999) e By the way (2002), incluindo os grandes sucessos dos anteriores e privilegiando as baladas fofinhas do último. Fora deste escopo apenas Me and my friends (do fenomenal The uplift mofo party plan, de 1987) e Havana affair (cover dos Ramones que deve ser incluída no disco-tributo We are a happy family mais para o final do ano) foram incluídas, o que acabou decepcionando um pouco os fãs mais antigos da banda, que ainda reclamaram da curta duração do espetáculo (menos de duas horas, incluindo o bis).

A platéia alternou momentos de histeria completa (nos closes do vocalista Anthony Kiedis no telão), catarse (em baladas conhecidas, como Under the bridge), violência (chegando a um ponto em que o baixista Flea interrompeu o show pedindo calma - momento que incluiu uma malfadada incursão da VJ Fernanda Lima ao palco para servir de intérprete) e subserviência (quando o baterista Chad Smith, trajado com a indefectível camiseta da seleção brasileira, puxou um mar de palmas em um dos interlúdios de agradáveis jams instrumentais).

No final ficou a impressão de uma banda em excelente forma técnica e uma garra que as testemunhas do Rock in Rio duvidavam que seria capaz de mostrar. Acomodação criativa à parte, ainda é um show a que dá gosto de se assistir. Mas não no Pacaembu, local de acústica absolutamente imprópria para o rock and roll haja vista este e o de Roger Waters no começo do ano.

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