O agora intitulado Live 8, que acontecerá em 2 de julho, não terá mudanças apenas no nome. Se em 1985 o concerto tinha como objetivo a arrecadação de dinheiro para combater a fome na Etiópia, desta vez ele chega mais pretensioso e botando o dedo na ferida. Geldof quer pressionar líderes mundiais a combater o problema da pobreza no mundo. A propósito, Live 8 é uma alusão direta ao G8, grupo dos oitos países mais ricos do mundo, que se reunirá em uma data bem próxima do Live8, entre 6 e 8 de julho, em Edimburgo, na Escócia.
Em 1985, o Live Aid arrecadou mais de 100 milhões de dólares, que foram entregues à ONGs responsáveis por encaminhá-los à Africa. Desta vez, Bob Geldof apóia diretamente a campanha do primeiro-ministro britânico Tony Blair, que insiste para que os países mais ricos diminuam suas barreiras comerciais e aumentem a ajuda aos países mais pobres, se possível, e por milagre, perdoando suas dívidas.
Não é surpresa que os Estados Unidos seria o primeiro país a ser diretamente atingido pelas novas regras, tampouco surpreende que seja o país mais resistente entre os mais ricos e poderosos do G8 a qualquer mudança neste sentido.
O Live 8 contará com cinco shows simultâneos em Londres, Paris, Roma, Berlim e Filadélfia.
O show de Londres acontecerá no Hyde Park e terá seus 150 mil ingressos sorteados. Haja figa! Algumas das presenças confirmadas até agora são Paul McCartney, Madonna, Coldplay, R.E.M., Velvet Revolver, The Cure, Keane, Elton John e U2, só para citar alguns.
Nos outros países a lista de artistas é um pouco mais humilde e adequada aos sucessos locais. Mesmo assim, reserva surpresas interessantes: em Paris haverá a apresentação do Placebo e do Jamiroquai; em Berlim, Brian Wilson e Lauryn Hill; na Filadélfia, Stevie Wonder, Dave Matthews Band e Bon Jovi; e em Roma, Duran Duran. Ainda não foi divulgada a maneira como serão distribuídos os ingressos na França, Alemanha, Estados Unidos e Itália.
Vale dizer que podem haver mudanças significativas na escalação dos artistas, inclusive a entrada dos Rolling Stones e uma reunião das Spice Girls.
Segundo Bob Geldof, os shows serão gratuitos porque a organização está mais preocupada com a mobilização das pessoas do que com seu dinheiro. Entretanto, a arrecadação monetária também acontecerá, através dos direitos de transmissão dos shows.
Para finalizar, Geldof lembrou que a música pode ter outra função que não apenas divertir ou emocionar as pessoas: “Há uma grande chance de que músicos finalmente mudem o mundo. O que começamos há vinte anos tomará uma forma mais política em poucas semanas. O que faremos em seguida é seriamente, historicamente e politicamente importante.”
Salve, salve! Quer saber mais? Clique aqui: http://www.makepovertyhistory.org/