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Novidades musicais: Gorillaz, Garbage, Queens of the Stone Age e Overkill

Novidades musicais: Gorillaz, Garbage, Queens of the Stone Age e Overkill

AC
07.06.2005, às 00H00.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 01H07

É difícil classificar o que é ou não novidade atualmente. Com a Internet e os programas trocadores de arquivos, muitos álbuns chegam no computador das pessoas muito antes de darem as caras nas prateleiras das lojas de verdade. Não foi o caso de Demon Days, segundo trabalho da banda cartunesca Gorillaz, que acaba de aparecer por aqui para a alegria dos fãs dos símios músicos. Outros discos que destacamos são os novos do Queens of the Stone Age, Garbage, e Overkill. É rock n roll para todos os gostos! Confira os Lançamentos musicais:

Demon Days - Gorillaz
Por Érico Borgo

Demon Days - Gorillaz (EMI)
5 ovos!

A idéia deixou de ser novidade lá atrás, em agosto de 2001, mas a banda cartunesca Gorillaz mostra em Demon Days, seu novo álbum, que continua tão original quanto foi em seu debute.

A mistura de sonoridades e influências esquisitas do primeiro trabalho volta a dar as caras aqui. O grupo é o playground de Damon Albarn, músico que viu seu último trabalho - o elogiado e supercompetente Think Tank, do Blur - empoeirar nas prateleiras sem o apoio do público. O mesmo não deve acontecer agora. Com o Gorillaz, calçado pelo marketing maciço e a simpatia dos cartuns, Albarn tem liberdade para convidar artistas distintos e experimentar. Saem os consagrados parceiros de banda e entram sujeitos como Dangermouse, co-produtor do álbum e famoso pela criação do Grey Album - remix/fusão gratuito dos vocais do disco The Black Album (Jay-Z) com as músicas do White Album (Beatles). Além dele, aparecem De La Soul, Neneh Cherry, Martina Topley-Bird, Roots Manuva, MF Doom, Ike Turner, Bootie Brown, Shaun Ryder, dois corais e até o ator Dennis Hopper.

A veia independente de Dangermouse aliada ao rock redondíssimo de Albarn resulta em canções com uma sonoridade inovadora e extremamente bem-vinda. Lembra um pouco o CD de estréia da banda, mas vai muito além. Até um trecho da trilha sonora de Despertar dos mortos, mega-clássico cinematográfico de George A. Romero, entra na dança, abrindo o disco.

Ainda estamos em junho, mas é bem possível que Demon Days seja um dos melhores álbuns do ano. Se considerarmos a mise en scène então... aí não tem pra ninguém. O Gorillaz tem os melhores clipes e um encarte de babar, recheado de imagens do co-criador do grupo, Jamie Hewlett (também conhecido pela cult Tank Girl - publicada por aqui na extinta revista Animal no final dos anos 80 e comecinho dos 90). Cada página do livrinho tem uma ilustração diferente. São 15 no total, representando todas as faixas do CD. A música não fica muito mais descolada que isso.

Lullabies to Paralyze - Queens of the Stone Age
Por Marcelo Forlani

Lullabies to Paralyze
Queens Of The Stone Age (Universal)
4 ovos

Quando vieram para o Rock in Rio 3, os caras do Queens of the Stone Age tinham acabo de lançar R, disco que fora muito bem recebido pela crítica e virou alguns holofotes para o seu palco. Mas o que marcou mesmo a passagem dos caras pelo Brasil foi o figurino, ou melhor, a falta de figurino do baixista Nick Oliveri. Baladeiro, usuário confesso de algumas substâncias, digamos, ilícitas, Oliveri ainda participou da obra-prima Songs for the deaf, no qual tocou também o ex-Nirvana e atual foo fighter David Ghrol.

Estes excessos de Oliveri fizeram com que o guitarrista Josh Homme tomasse uma dura decisão: afastar o amigo da banda, para ver se ele dava um jeito no seu jeito. A saída fez com que Homme criasse o novo disco praticamente sozinho. E sem o fiel escudeiro, ele teve de reinventar o QOTSA. Assim, qualquer comparação, por mais inevitável que seja, fica complicada.

A banda agora é outra e dá para sentir isso no disco todo. A pegada, o peso ficaram um pouco de lado. Fazem falta? Alguns dirão que sim, outros, podem gostar mais desta nova atitude. Em alguns momentos (Little Sister) se parece Foo Fighters. Em outros (I never came, This Lullaby), é a calmaria de uma balada quem comanda. Mas para deixar bem claro que estamos falando do QOTSA, até as canções de ninar têm um clima meio sinistro. Mas nada é mais sombrio que a faixa Skin on Skin. As músicas que vão deixar os fãs dos últimos álbuns mais tranqüilos são Medication, Tangled up in plaid e Burn the Witch, esta com participação de Billy Gibbons, do ZZ Top.

O mais curioso é que tudo isso está misturado, sem nenhuma ordem aparente, o que pode tornar a primeira audição do disco um pouco mais difícil que o normal. Por isso, a dica do dia é: ouça a segunda, a terceira, a quarta, a quinta e talvez na sexta vez você esteja cantando junto até o doce adeus com as deliciosas You got a killer scene there, man - que tem participações quase imperceptíveis de Shirley Manson (Garbage) e Brody Dale (Distillers) - e Long slow goodbye. Se não funcionar, vai por mim, tente de novo porque vale a pena.

Bleed like me - Garbage
Por Luciana Maria Sanches

Bleed like me
Garbage (Warner)
3 ovos

Às vezes é melhor não arriscar. Pelo menos é o que mostra o Garbage em seu novo trabalho, Bleed Like Me. O esquisitíssimo álbum anterior, Beautiful Garbage, de 2001, foi mal recebido até pelo mais ardoroso fã da banda, e provocou um silêncio que só foi rompido agora, quatro anos depois, com este novo lançamento.

Agora o peso está de volta, o charme de uma confortável Shirley Manson também, as letras ardidas, as incursões pelo industrial e o eletrônico, todos os elementos que destacaram o Garbage como uma das melhores surpresas da década de 90 reaparecem e produzem um álbum bastante acima da média. Não poderia ser de outra maneira, já que Butch Vig, baterista e dono da banda, foi produtor de álbuns do Nirvana, L7, Smashing Pumpkins e Sonic Youth.

Bleed Like Me, produzido por John King, dos Dust Brothers, não chega a ser surpreendente, mas é um ótimo disco do mais puro rock´n´roll.

Destaques para as faixas "Why Do You Love Me", "Sex Is Not the Enemy" e "Bad Boyfriend", que abre o álbum e traz Dave Grohl (Foo Fighters) na bateria.

Reli XIV- Overkill
Por Rodrigo Montero

Reli XIV
Overkill (Hellion)
4 ovos

O Overkill iniciou suas atividades na primeira metade da década de 1980 nos Estados Unidos fazendo um thrash metal bem calcado nos elementos que consagrariam o gênero: bateria acelerada e marcante, guitarras rápidas e bem entrosadas e um vocal raivoso. Ao longo de seus vinte anos de carreira, a banda passou por diversas mudanças na formação e sua sonoridade agregou novos elementos, mas nunca se distanciou de seu propósito original. O novo álbum da banda, Reli XIV (o 14° de sua carreira) prova isso, na medida que traz nada mais, nada menos do que um thrash metal criativo e muito bem feito. A banda consegue se manter fiel às suas raízes e, ao mesmo tempo, soar renovada.

Bobby Blitz Ellsworth (vocal) e D.D. Verni (baixo) são os únicos membros remanescentes da formação original do Overkill que ainda permanecem na banda. Os guitarristas Dave Linsk e Derek Tailer e o baterista Tim Mallare completam o grupo, cujo line up se estabilizou há algum tempo. E isso reflete em um entrosamento maior entre seus músicos, algo que pode ser sentido desde "Within your eyes", faixa que abre o álbum. Da primeira até a última música, uma divertida homenagem à antiga escola do thrash metal, apropriadamente intitulada "Old school" , o álbum traz aquilo que todo fã do Overkill espera da banda: bons riffs e solos de guitarrista, a bateria precisa e acelerada de Mallare e o vocal inspirado de Blitz.

Ao todo, Reli XIV traz dez músicas, cujos destaques individuais são "Loaded rack" , "A Pound of flesh" e "Bats in the Belfry" . Um prato cheio não só para os fãs do Overkill, como para os admiradores do thrash metal em geral.