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Lionel Richie devolve o artesanato pop ao palco que ele merece: o maior possível

Cantor se apresentou sábado (13) no festival The Town, em São Paulo (SP)

2 min de leitura
13.09.2025, às 23H24.
Atualizada em 14.09.2025, ÀS 22H11

Créditos da imagem: Lionel Richie em anúncio do The Town (Reprodução)

Lionel Richie entrou no The One, o palco secundário do The Town 2025, mostrando exatamente por que é um absurdo ele estar no palco secundário de qualquer lugar. Um momento como o vivido pelo público que ouviu o artista de 76 anos entoar a sua "Hello", acompanhado apenas de piano e regendo a plateia para ajudá-lo nas notas altas, merece ser vivido pelo maior número de pessoas possível.

O momento é significativo, é claro, pelo legado de um dos maiores artesões da música pop americana, agora celebrado em restrospectiva na velhice. Mas não só por isso: "Hello" mostrou a todo mundo ali, diante do palco The One, que essa celebração não tinha medo de começar no topo, porque não tinha nenhuma intenção de descer de lá.

Richie, logo ficaria claro, faz tudo na maior escala imaginável. A banda que o acompanha, por exemplo, é possante, com um teclado particularmente multidisciplinar - fazendo as vezes de sintetizador rasgado em "Dancing on the Ceiling", mas também de seção de metais em números soul mais balançados, como "Brick House" -, e uma dupla de guitarra e saxofone que não nega, e nem deveria negar, sua origem oitentista escrachada.

A vontade aqui, no fundo, é devolver a música pop para um escopo que faça por merecer os palcos gigantes que ela comanda - e o único jeito de fazer isso, argumenta Richie, é na base do sangue, suor e populismo. Brilhante em estabelecer cumplicidade com o público, ele sabe onde colocar seu tom anasalado, quando deixar a banda brilhar, e quando o público quer cantar em seu lugar. Com uma mão na cintura na pose de vovô mais cool da história, ele comandou o The Town sem nenhum esforço.

Não à toa, o cantor passa boa parte do show vestindo uma jaqueta de mestre do picadeiro. Difícil só imaginar, conforme o duplo golpe de "We Are the World" e "All Night Long" fecha o show, qual lona de circo seria capaz de conter Lionel Richie. A do The One, certamente, ficou minúscula.

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